A TAÇA DE OURO ( THE GOLDEN BOWL )- HENRY JAMES

   Enredo: Maggie se casa com um príncipe italiano falido. O pai de Maggie é um americano milionário que vive em Londres. Colecionador de obras raras. O pai e a filha são extremamente unidos. E a filha, que ao se casar sente ter traído o pai, o convence a se casar novamente. O pai se casa com a melhor amiga da filha. O que ele não sabe é que essa mulher, Charlotte, foi apaixonada pelo príncipe falido. Mas tudo não é um belo arranjo! O pai e a filha podem assim continuar juntos!
  Estilo: Tortuoso. Dificílimo. Este foi um livro escrito na fase final de James. Fase famosa por sua particularidade: Um detalhismo realista-psicológico tão minucioso, tão precioso, que um paradoxo acontece: o hiper-realismo se transforma em abstracionismo! É como ver a pele de um animal em microscópio: o detalhe faz daquilo abstrato.
  Nada, ou muito pouco, acontece. O que temos são pensamentos sobre pensamentos. Todo o processo de análise, sensação e reanálise é dissecado. Longos períodos, sentenças que se dividem em vírgulas e mais virgulas, parágrafos de duas páginas, diálogos suspensos em pensamentos, a vida interior sobre a vida aparente, motivações que são secretas até para quem as vive, sentimentos que nos são irrelevados. Nunca irrelevantes.
  De tudo que já li do autor é de longe o mais árduo. E o menos satisfatório. Os climas construídos de forma tão magistral em tantos outros livros são aqui rarefeitos até a secura. Não há respiro. Nada nos é facilitado. Ao final o que fica é a certeza de que James, senhor do estilo perfeito, tentou e falhou. Quis ir mais além. Ficou aquém.