HORAS ITALIANAS, HENRY JAMES

A Itália abriu mão da fantasia e do ócio, e não abraçou o modo de vida do norte europeu.
Essa frase é de Henry James, 1880. Atual. Neste livro o autor passeia por Roma, Turim, Veneza como flaneur. E nos dá suas impressões. É um passeio culto, belo, com alguma ironia, e, óbvio dizer, maravilhosamente bem escrito. Apenas Proust escreve como James.
Ficamos sabendo que o carnaval em Roma durava um mês, e que o modernizavam para durar apenas dez dias. Entendemos o porquê da melancolia de Firenze. A feiúra da moderna Itália, a tomada das villas por ingleses e americanos.
A ideia de que cada nação dá algo de seu ao mundo, e que a Itália nos deu o melhor, a beleza. Por mais que o país decaia não pode ser condenado. Deve ser amado.
James ainda explica onde reside a originalidade dos palácios, o motivo de tanta poesia e o caráter de seus habitantes.
Ele não afirma nada, apenas, felizmente, sugere. O autor, calmo, percebe a miséria, a vulgarização, a podridão, mas salva o belo, o que vale a pena, aquilo que fica.
Um prazer.