Suspeito que biografias funcionam como auto-ajuda. Quem tem vergonha de ler auto, lê bio. Ou quase isso.
Ao ler uma bio podemos experimentar três impulsos: pensar que se ele pode eu posso, se ele superou eu supera rei, ou a pura satisfação de uma curiosidade.
A bio parece útil por isso, dá exemplos de força de vontade, mostra que até os bacanas sofrem, e principalmente acariciam nosso ego ao provar que sou parecido com o artista X, ou com a celebridade Y. Vida real, o leitor é real, o livro se faz útil por ser um exemplo.
A questão é, para que serve a ficção ? Quem garante que aquilo pode ter algo a ver com m8nha vida?
Na patológica sociedade narcisista de hoje, só interessa o que pode me fazer bem. E por incrível que pareça, a biografia se torna um espelho. Útil, uma ferramenta.
Mal sabe esse leitor que no minimo a ficção pode lhe dar o alivio da pressão sobre o ego, a distancia do espelho. A ficção dá a chance de se conhecer outra forma de ver e de pensar. Porque na verdade, fora brilhantes exceções, toda bio é a mesma escrita, a mesma forma, o mesmo espelho.
Ficção aumenta nosso repertorio de mundos, de chances, de liberdades.
Quem quer?
Ao ler uma bio podemos experimentar três impulsos: pensar que se ele pode eu posso, se ele superou eu supera rei, ou a pura satisfação de uma curiosidade.
A bio parece útil por isso, dá exemplos de força de vontade, mostra que até os bacanas sofrem, e principalmente acariciam nosso ego ao provar que sou parecido com o artista X, ou com a celebridade Y. Vida real, o leitor é real, o livro se faz útil por ser um exemplo.
A questão é, para que serve a ficção ? Quem garante que aquilo pode ter algo a ver com m8nha vida?
Na patológica sociedade narcisista de hoje, só interessa o que pode me fazer bem. E por incrível que pareça, a biografia se torna um espelho. Útil, uma ferramenta.
Mal sabe esse leitor que no minimo a ficção pode lhe dar o alivio da pressão sobre o ego, a distancia do espelho. A ficção dá a chance de se conhecer outra forma de ver e de pensar. Porque na verdade, fora brilhantes exceções, toda bio é a mesma escrita, a mesma forma, o mesmo espelho.
Ficção aumenta nosso repertorio de mundos, de chances, de liberdades.
Quem quer?