O rock morreu quando deixou de ser futuro e virou saudade. Não existe rock onde gente com mais de 35 anos é cultuada. Entenda, Leonard Cohen ainda é relevante. Assim como Dylan ou Bowie. Mas isso que eles fazem não é mais rock. Pode ser arte, mas rock não é. Porque rock nunca foi música. Era revolta, era moda, era frescor e era juventude. E tinha de se inventar toda hora como futuro. Surpreender.
Em 1999 deixei de tentar ouvir bandas novas. The Verve simboliza uma das últimas tentativas. Mas na verdade era um morto revivido por um Dr Frankenstein. Dava até pra se divertir ( foi uma boa safra de covers recém compostos ). Ainda havia Blur e Oasis e mais uma porção de coisas que iam de Red Hot à Fatboy Slim. Na verdade nada de rock, era festa, uma festa que ainda me enganava. Logo o cheiro de bolor voltou, e eu tenho alergia a bolor. O fedor aumentou e passei a procurar novidades nas velharias que eu não conhecia. Se era pra ouvir bolor, melhor colher o melhor bolor. Love, The Band, Steely Dan, Kevin Ayers, Can, Gram Parsons, Nicolette Larson, Flying Burrito Brothers...Descobri tudo isso desde então.
The Verve era lindo. Lucky Man ainda me faz chorar. É bonita. Mas é antiguinha. De qualquer modo, os Gallagher ainda pareciam reais. Maloqueiros. Como real parecia Thom Yorke. Ou Flea. Eles sabiam das coisas. E sabiam acima de tudo que eram mortos-vivos. Vampiros. Cantavam canções que vieram tarde. Era rock? Só na forma. Era bonito? Claro que sim. Mas era mofo. Mofo e teias de aranha.
Não desvalorizo sua obra. Digo apenas que sua obra é uma coisa triste. Repete como réquiem aquilo que se foi a muito tempo. Cantar os mortos é uma forma nobre de arte. Mas não é rock. Que canta a vida, mesmo que trágica. E não é potente, pois um zumbi não reproduz. Se voce notar, o que reproduz, o que fertiliza e inspira continua sendo o rock vivo de sempre, o rock feito quando vivo e confiante. Aquele que se foi no começo da década vazia.
Ouça o que postei e fique bem.
Valeu.
Em 1999 deixei de tentar ouvir bandas novas. The Verve simboliza uma das últimas tentativas. Mas na verdade era um morto revivido por um Dr Frankenstein. Dava até pra se divertir ( foi uma boa safra de covers recém compostos ). Ainda havia Blur e Oasis e mais uma porção de coisas que iam de Red Hot à Fatboy Slim. Na verdade nada de rock, era festa, uma festa que ainda me enganava. Logo o cheiro de bolor voltou, e eu tenho alergia a bolor. O fedor aumentou e passei a procurar novidades nas velharias que eu não conhecia. Se era pra ouvir bolor, melhor colher o melhor bolor. Love, The Band, Steely Dan, Kevin Ayers, Can, Gram Parsons, Nicolette Larson, Flying Burrito Brothers...Descobri tudo isso desde então.
The Verve era lindo. Lucky Man ainda me faz chorar. É bonita. Mas é antiguinha. De qualquer modo, os Gallagher ainda pareciam reais. Maloqueiros. Como real parecia Thom Yorke. Ou Flea. Eles sabiam das coisas. E sabiam acima de tudo que eram mortos-vivos. Vampiros. Cantavam canções que vieram tarde. Era rock? Só na forma. Era bonito? Claro que sim. Mas era mofo. Mofo e teias de aranha.
Não desvalorizo sua obra. Digo apenas que sua obra é uma coisa triste. Repete como réquiem aquilo que se foi a muito tempo. Cantar os mortos é uma forma nobre de arte. Mas não é rock. Que canta a vida, mesmo que trágica. E não é potente, pois um zumbi não reproduz. Se voce notar, o que reproduz, o que fertiliza e inspira continua sendo o rock vivo de sempre, o rock feito quando vivo e confiante. Aquele que se foi no começo da década vazia.
Ouça o que postei e fique bem.
Valeu.