Leio a revista Veja desta semana. Muito interessante a matéria sobre o brasileiro que venceu o tal "Nobel"de matemática. Me toca o modo como a física quântica se aproxima da poesia e da religião. Ideias que essas duas intuições divulgaram desde sempre são matematicamente desvendadas pelas teorias mais modernas e abstratas.
Ando lendo mais um livro de Chesterton e o sábio inglês coloca tudo em dúvida. Cada "verdade"científica colocada em xeque. Será que Chesterton sabia algo de quântica? É muito provável que sim.
O brasileiro ( nome? esqueci ), ama borboletas e sua façanha matemática tem uma borboleta como símbolo. Grosso modo, o que ele fez foi ajudar a demonstrar que dentro do princípio da incerteza podem morar variantes infinitas que se modificam ao menor fator. A reportagem usa um exemplo excelente. A meteorologia estuda frentes frias, movimento de massas climáticas e estatísticas históricas. Pois bem. Mesmo assim, e por mais que esses dados sejam aperfeiçoados, ao extremo, nunca será possível afirmar com 100% de certeza que amanhã irá ou não chover. Porque? Porque nessa teoria, o movimento da asa de uma borboleta em Sta.Catarina tem o potencial e a possibilidade de modificar todo o clima de vários estados. Absurdo? Não. Matemática.
Se voce explica o universo matematicamente, voce o explica em equações. Em cálculos que podem levar séculos para serem completos. Uma vírgula, uma fração mínima, um zero a menos, qualquer detalhe pode modificar todo o sistema e fazer de uma equação X uma equação Y, ou insolúvel. Então se podemos explicar o universo como um sistema matemático e ao mesmo tempo aleatório ( matematicamente aleatório ), uma pedra jogada num lago pode modificar toda um ecossistema e o ar movimentado pela asa de uma borboleta pode mudar todo um clima.
John Donne, poeta e religioso inglês, escreveu no século XVII que toda pessoa que morre traz luto para todos aqueles que vivem. Todos. Que o sino que dobra pelo morto desconhecido, na verdade dobra por mim. E por voce. Donne intuiu que o choro de uma criança no Japão acaba por repercutir na vida de um velho que mora no Chile.
E cada vez mais a física nos mostra que uma pedra que foi lançada a bilhões de anos de uma estrela a bilhões de quilometros, pode modificar toda a estrutura e destino de um mundo que nada teria, mas tem, a ver com a tal pedra. O sino que dobrou em luto pela estrela que faleceu, dobrará em luto pelo mundo que a receberá como cometa amanhã.
A grande questão é: Tudo isso é um acaso, ou haverá uma ordem dentro desse caos? Matemáticos procuram essa ordem no centro do incerto, procuram uma regra em meio ao acaso. Uma equação que desvende e se aplique a tudo que pode existir. Parece poesia. Tem ares de religião. É ciência. Ainda.
Uma suposição. Neste mundo, cada vez menor e interligado, não haverá a clareza final de que tudo repercute em tudo? Que uma batida de carros no Paquistão é visto aqui e será lamentado em Singapura? E que o fato de todos nós podermos ver isso, ao mesmo tempo, já modifica todo um destino, travando chances e abrindo possibilidades?
A Veja fala também de Doctor Who, que é uma mania.
A Inglaterra pode ser definida por três coisas: Família Real, Beatles e Doctor Who. Uma revista americana diz que ingleses amam tudo que é velho e moderno ao mesmo tempo. Coisas como a Rainha, Keith Richards e Doctor Who. São velhos, são excêntricos, parecem imortais, e têm algo de muito provocativo. Yes! Raramente vi tão bela definição do espírito inglês. Espírito que podemos ver também em qualquer nova banda inglesa ( que sempre une a coisa muito fashion com um jeito velho de swinging London ), vemos no Monty Python, em Downtown Abbey e em instituições como Oxford, Shakespeare ou na BBC. Velho e moderno, conservador e livre, sempre excêntrico e sempre na surdina.
Adoro Doctor Who.
51 anos de série.
Por fim faço aqui meu único comentário sobre as eleições. Temos uma anta mal humorada, uma missionária e um playboy. E uma imensa multidão de candidatos que variam do burocrata medíocre ao aventureiro mentiroso.
É isso. Meu voto irá para o menos feio.
Ando lendo mais um livro de Chesterton e o sábio inglês coloca tudo em dúvida. Cada "verdade"científica colocada em xeque. Será que Chesterton sabia algo de quântica? É muito provável que sim.
O brasileiro ( nome? esqueci ), ama borboletas e sua façanha matemática tem uma borboleta como símbolo. Grosso modo, o que ele fez foi ajudar a demonstrar que dentro do princípio da incerteza podem morar variantes infinitas que se modificam ao menor fator. A reportagem usa um exemplo excelente. A meteorologia estuda frentes frias, movimento de massas climáticas e estatísticas históricas. Pois bem. Mesmo assim, e por mais que esses dados sejam aperfeiçoados, ao extremo, nunca será possível afirmar com 100% de certeza que amanhã irá ou não chover. Porque? Porque nessa teoria, o movimento da asa de uma borboleta em Sta.Catarina tem o potencial e a possibilidade de modificar todo o clima de vários estados. Absurdo? Não. Matemática.
Se voce explica o universo matematicamente, voce o explica em equações. Em cálculos que podem levar séculos para serem completos. Uma vírgula, uma fração mínima, um zero a menos, qualquer detalhe pode modificar todo o sistema e fazer de uma equação X uma equação Y, ou insolúvel. Então se podemos explicar o universo como um sistema matemático e ao mesmo tempo aleatório ( matematicamente aleatório ), uma pedra jogada num lago pode modificar toda um ecossistema e o ar movimentado pela asa de uma borboleta pode mudar todo um clima.
John Donne, poeta e religioso inglês, escreveu no século XVII que toda pessoa que morre traz luto para todos aqueles que vivem. Todos. Que o sino que dobra pelo morto desconhecido, na verdade dobra por mim. E por voce. Donne intuiu que o choro de uma criança no Japão acaba por repercutir na vida de um velho que mora no Chile.
E cada vez mais a física nos mostra que uma pedra que foi lançada a bilhões de anos de uma estrela a bilhões de quilometros, pode modificar toda a estrutura e destino de um mundo que nada teria, mas tem, a ver com a tal pedra. O sino que dobrou em luto pela estrela que faleceu, dobrará em luto pelo mundo que a receberá como cometa amanhã.
A grande questão é: Tudo isso é um acaso, ou haverá uma ordem dentro desse caos? Matemáticos procuram essa ordem no centro do incerto, procuram uma regra em meio ao acaso. Uma equação que desvende e se aplique a tudo que pode existir. Parece poesia. Tem ares de religião. É ciência. Ainda.
Uma suposição. Neste mundo, cada vez menor e interligado, não haverá a clareza final de que tudo repercute em tudo? Que uma batida de carros no Paquistão é visto aqui e será lamentado em Singapura? E que o fato de todos nós podermos ver isso, ao mesmo tempo, já modifica todo um destino, travando chances e abrindo possibilidades?
A Veja fala também de Doctor Who, que é uma mania.
A Inglaterra pode ser definida por três coisas: Família Real, Beatles e Doctor Who. Uma revista americana diz que ingleses amam tudo que é velho e moderno ao mesmo tempo. Coisas como a Rainha, Keith Richards e Doctor Who. São velhos, são excêntricos, parecem imortais, e têm algo de muito provocativo. Yes! Raramente vi tão bela definição do espírito inglês. Espírito que podemos ver também em qualquer nova banda inglesa ( que sempre une a coisa muito fashion com um jeito velho de swinging London ), vemos no Monty Python, em Downtown Abbey e em instituições como Oxford, Shakespeare ou na BBC. Velho e moderno, conservador e livre, sempre excêntrico e sempre na surdina.
Adoro Doctor Who.
51 anos de série.
Por fim faço aqui meu único comentário sobre as eleições. Temos uma anta mal humorada, uma missionária e um playboy. E uma imensa multidão de candidatos que variam do burocrata medíocre ao aventureiro mentiroso.
É isso. Meu voto irá para o menos feio.