Desde 1987 ! Desde 1987 eu não o escutava. Sabe como é, Jim Morrison foi moda demais nos anos 80 e acabou pagando um preço por isso. The Doors se tornou um tipo de banda clássica para quem não conhece bandas clássicas. Mas após tanto tempo já consigo ouvir a banda com isenção.
Primeira coisa: Eles são muito bons músicos e seus discos são muito bem gravados. Eram a banda de ponta da Elektra e a gravadora não economizava com eles. Robby Krieger tinha um estilo limpo de guitarra, com acentos de flamenco. John Densmore conduz a bateria num estilo jazzy, discreto e com uso cristalino dos pratos que parecem brilhar. Não falarei sobre Ray Manzareck, irei direto ao símbolo dark Morrison.
Jim Morrison pirou nas praias de Venice com seus livros de Rimbaud. Ele quis ser Rimbaud e foi a seu modo a versão pop do maldito francês. Jim não ria. A cara sofrida parece às vezes fake. Mas não era. Ele realmente sentia tormento. E obsessão pela morte.
Impressionante como suas letras insistem nesse tema. Os personagens estão sempre a beira da morte. Quando não, eles estão se matando ou sendo assassinos seriais. A banda, esperta, sabe dar clima de horror a suas poesias. Mais que horror, perigo. Há algo de muito perigoso em sua voz. É preciso falar da voz. Barítono único em seu tempo, tempo de tenores suaves, a clareza da pronúncia denuncia cultura. Jim logo virou ídolo da UCLA. E sex-symbol.
Devia ser um chato esse Jim. Não conseguia relaxar e gozar. Queria ser artista de verdade e não pop. Como? Ele morreu sem perceber que sua praia nunca seria a de Dylan. Sua genialidade foi dionisíaca. Ele antecipou Iggy e Ian Curtis. Deu fatalismo ao hedonismo de Jagger.
Este disco é uma obra-prima. Se duvida o escute agora. É um tipo de pesadelo drunk e sexy sobre a morte. E ao mesmo tempo uma trip tonta sobre a liberdade de se destruir o que se ama. Oscar Wilde então. Moonlight Drive chega a ser uma ofensa, é boa demais, faz voce dançar a beira do abismo. E When the Music is Over torna atraente o momento da agonia.
É um muito grande disco. E agora, em pleno século bunda, tenho a certeza de que é para SEMPRE.
Primeira coisa: Eles são muito bons músicos e seus discos são muito bem gravados. Eram a banda de ponta da Elektra e a gravadora não economizava com eles. Robby Krieger tinha um estilo limpo de guitarra, com acentos de flamenco. John Densmore conduz a bateria num estilo jazzy, discreto e com uso cristalino dos pratos que parecem brilhar. Não falarei sobre Ray Manzareck, irei direto ao símbolo dark Morrison.
Jim Morrison pirou nas praias de Venice com seus livros de Rimbaud. Ele quis ser Rimbaud e foi a seu modo a versão pop do maldito francês. Jim não ria. A cara sofrida parece às vezes fake. Mas não era. Ele realmente sentia tormento. E obsessão pela morte.
Impressionante como suas letras insistem nesse tema. Os personagens estão sempre a beira da morte. Quando não, eles estão se matando ou sendo assassinos seriais. A banda, esperta, sabe dar clima de horror a suas poesias. Mais que horror, perigo. Há algo de muito perigoso em sua voz. É preciso falar da voz. Barítono único em seu tempo, tempo de tenores suaves, a clareza da pronúncia denuncia cultura. Jim logo virou ídolo da UCLA. E sex-symbol.
Devia ser um chato esse Jim. Não conseguia relaxar e gozar. Queria ser artista de verdade e não pop. Como? Ele morreu sem perceber que sua praia nunca seria a de Dylan. Sua genialidade foi dionisíaca. Ele antecipou Iggy e Ian Curtis. Deu fatalismo ao hedonismo de Jagger.
Este disco é uma obra-prima. Se duvida o escute agora. É um tipo de pesadelo drunk e sexy sobre a morte. E ao mesmo tempo uma trip tonta sobre a liberdade de se destruir o que se ama. Oscar Wilde então. Moonlight Drive chega a ser uma ofensa, é boa demais, faz voce dançar a beira do abismo. E When the Music is Over torna atraente o momento da agonia.
É um muito grande disco. E agora, em pleno século bunda, tenho a certeza de que é para SEMPRE.