George Berkeley fez um estrago enorme na minha cabeça quando o li pela primeira vez. Ele bateu na grande dúvida que sempre tive: Afinal, existe a realidade? Grosso modo o que Berkeley diz é que essa coisa que chamamos de realidade é criada em nossa mente e que nossa mente pode ser manipulada. Vemos aquilo que nosso tempo nos permite ver. Isso até a época de Berkeley, após o totalitarismo ( invenção do século XX ) vemos o que desejam que vejamos.
Se levarmos essa teoria ao extremo podemos dizer que houve um tempo em que podíamos ver anjos e fantasmas e que agora essas entidades não mais fazem parte de nós. Foram tiradas da realidade. Não estou defendendo a ideia de que anjos ou fantasmas são reais, estou dizendo que eles foram um dia tão reais quanto hoje é real o Taleban ou o Buraco Negro. Nunca vi nenhum dos dois, mas fazem parte de nossa realidade.
Se Sócrates, Shakespeare ou mesmo Nietzsche caíssem neste nosso mundo, agora, quantas coisas que nos são absolutamente reais não seriam irreais para eles? E quantas coisas eles perceberiam que não mais conseguimos notar? Essa teoria de Berkeley é basicamente anti-democrática também. Pois ela postula que no fundo a minha realidade sempre será diferente da sua. O que vejo, percebo e tomo como certo é diferente de tudo o que voce percebe. O gosto de uma maçã para mim será sempre o gosto da maçã para mim. Eu jamais saberei qual a sua experiência da maçã. E se formos mais longe direi que o modo como amo, detesto ou sofro jamais poderá ser dividido com alguém. A realidade em que vivo é minha, e ELA É TÃO FALSA COMO É A SUA E A DE TODOS.
Um nó.
Tudo isso me foi recordado num excelente livro que estou lendo que entrelaça a biografia dos dois mais interessantes autores ingleses do século XX, Evelyn Waugh e George Orwell. Ambos, apesar de aparentemente tão opostos, tinham essa visão de que a realidade não pode ser conhecida. Ambos detestavam o futuro e espezinhavam o presente. Um deles usava o humor mais cruel possível, o outro o pesadelo mais asfixiante. Os dois liam Berkeley.
Conto mais um dia desses.
Se levarmos essa teoria ao extremo podemos dizer que houve um tempo em que podíamos ver anjos e fantasmas e que agora essas entidades não mais fazem parte de nós. Foram tiradas da realidade. Não estou defendendo a ideia de que anjos ou fantasmas são reais, estou dizendo que eles foram um dia tão reais quanto hoje é real o Taleban ou o Buraco Negro. Nunca vi nenhum dos dois, mas fazem parte de nossa realidade.
Se Sócrates, Shakespeare ou mesmo Nietzsche caíssem neste nosso mundo, agora, quantas coisas que nos são absolutamente reais não seriam irreais para eles? E quantas coisas eles perceberiam que não mais conseguimos notar? Essa teoria de Berkeley é basicamente anti-democrática também. Pois ela postula que no fundo a minha realidade sempre será diferente da sua. O que vejo, percebo e tomo como certo é diferente de tudo o que voce percebe. O gosto de uma maçã para mim será sempre o gosto da maçã para mim. Eu jamais saberei qual a sua experiência da maçã. E se formos mais longe direi que o modo como amo, detesto ou sofro jamais poderá ser dividido com alguém. A realidade em que vivo é minha, e ELA É TÃO FALSA COMO É A SUA E A DE TODOS.
Um nó.
Tudo isso me foi recordado num excelente livro que estou lendo que entrelaça a biografia dos dois mais interessantes autores ingleses do século XX, Evelyn Waugh e George Orwell. Ambos, apesar de aparentemente tão opostos, tinham essa visão de que a realidade não pode ser conhecida. Ambos detestavam o futuro e espezinhavam o presente. Um deles usava o humor mais cruel possível, o outro o pesadelo mais asfixiante. Os dois liam Berkeley.
Conto mais um dia desses.