FESTIVAL INDIE: THE XX

Eu não sei se eu não gosto ou se reprimo as lembranças. Não sei se gosto ainda, ou se é um tipo de querer ainda gostar. Na verdade nem sei se foi de verdade ou se foi tudo mentira.
Um festival INDIE. Indie? Existe? Indie era coisa de bandas que ninguém conhecia e que os fãs pegavam a missão de lhes dar suporte. Com internet tem indie? Bom.......
The XX. Se fosse em 1982 seria uma novidade. Novidade dentre muitas porque em 1982 The XX seria parte de um bando. Em 1982 meu irmão, que sempre foi moderno, gostou de bandas iguais ao The XX. Por dois meses. Eu descobri o som dos XX em 1984, aquele ano mágico em que fui radicalmente moderno. E vamos dizer a verdade, para estar dentro dos XX é preciso ter 20 anos.
Mas eles, se em 2014 eu tivesse 20 anos, eu gostaria dos XX? Como saber? Nascido em 1994 eu não seria eu. Como saber?
Vejo um tipo Alison Moyet. Vejo um tipo Vince Clark. E vozes que cantam aquilo que cantei em invernos de amor vampiresco. Ah!! A sedução das peles brancas e dos lençóis gelados! A esquálida e impotente beleza do assexuado!
Volta a questão: eu ainda amo esse mundo frio? Ou ver XX é como ver um velho desenho da Hannah Barbera? Mark Almond, Siouxssie, Visage, oh doce desbunde sem vida! A timidez de amores contidos em redomas de papel de seda!
Para gostar de XX é preciso ter vinte anos e não ter visto a verdadeira beleza. Porque em 1984 eu nada sabia e brincava, como criança asmática, de ser belo. Tanta coisa depois o XX é somente uma fotografia viva em minha memória.
Triste sina da música indie: Ser uma Nova Memória...