Hordas de barracas atravancam as ruas vendendo lixo: bonés tortos, rádios já quebrados, relógios que atrasam, perfumes fedidos. Ervas suspeitas, fumo seco, tênis descolantes. As ruas são sujas, ninguém imagina que elas possam ser lavadas, só a chuva as molha. Árvores doentes tentam crescer na fuligem e no cimento que as estrangula. Papéis voam e enormes crateras se abrem a cada semana. Bandos de motos berram por entre os carros e ônibus bamboleantes carregam corpos amassados que suam aos litros. Os olhares se cruzam hostis. Imensas bundas espremidas em calças claras se intrometem no campos de visão. Rostos cheios de espinhas e precoces papadas se orgulham das bundas empinadas. Carne gordurosa exposta em açougues ao sol e as moscas. Dobras sobram na camiseta transparente, manchas de gordura do churrasco asqueroso.
Na rua dita chique, rachaduras e canteiros secos. A falta de espaço por entre as saídas de carros e as mesas que atravancam. Os turistas sorriem da estranha exoticidade daquela vida pretensiosa e pobre. Pobres habitantes de classe média fecham as janelas e aumentam o som fazendo força para se crer educado e superior. No batincum vulgar de sons "de primeiro mundo"sonham com a loira de Miami e a casa da Riviera. Bebem a pior das gasolinas e votam nos piores dos piores. Mas são chiques, muito chiques.
Nas lajes se come carne de quinta e se bebe cerveja aos ectolitros. Crêem que o país é original, único, de Deus, foram bem treinados, domesticados, jamais civilizados. Um cara é morto na esquina, a policia não policia só sabe punir e os professores matam o tempo em meio a falta de interesse geral.
O presidente manda, o povo aceita, e quem tem alguma visão se envergonha. O país tem carnaval com bundas, funk com bundas e cerveja com bundas. Mas não tem mais nada, nada.
Ele paga o imposto, imenso e cruel, por 40 anos e tudo o que esse imposto lhe deu em troca foi uma máquina para poder votar com rapidez. Porque hospital, escola, luz, água, aposentadoria, tudo ele precisou pagar a parte, em particular. O que o país lhe deu? Cinco copas, cinco copas e cinco copas.
Estádios banais, com arquitetura que já está ultrapassada crescem em terrenos mal escolhidos. Metrôs atrasam, trens quebram, ônibus se incendeiam, carros levam balas. Nos protestos nada se pede, se destrói. A proposta é acabar com bancos, com carros e com palácios. A policia bate, os caras batem e quebram e a gente vê...
Rodovias são inauguradas já velhas, rios são secos e matas invadidas.
A beleza do Brasil é só aquilo que o homem não fez: mar, mata e rios. O que o homem fez nada vale, não temos museu, nem cidades lindas, nem monumentos nem nada, Posso dizer que aquilo que Deus deu nós destruímos.
Mas tem bundas e cerveja.
Na rua dita chique, rachaduras e canteiros secos. A falta de espaço por entre as saídas de carros e as mesas que atravancam. Os turistas sorriem da estranha exoticidade daquela vida pretensiosa e pobre. Pobres habitantes de classe média fecham as janelas e aumentam o som fazendo força para se crer educado e superior. No batincum vulgar de sons "de primeiro mundo"sonham com a loira de Miami e a casa da Riviera. Bebem a pior das gasolinas e votam nos piores dos piores. Mas são chiques, muito chiques.
Nas lajes se come carne de quinta e se bebe cerveja aos ectolitros. Crêem que o país é original, único, de Deus, foram bem treinados, domesticados, jamais civilizados. Um cara é morto na esquina, a policia não policia só sabe punir e os professores matam o tempo em meio a falta de interesse geral.
O presidente manda, o povo aceita, e quem tem alguma visão se envergonha. O país tem carnaval com bundas, funk com bundas e cerveja com bundas. Mas não tem mais nada, nada.
Ele paga o imposto, imenso e cruel, por 40 anos e tudo o que esse imposto lhe deu em troca foi uma máquina para poder votar com rapidez. Porque hospital, escola, luz, água, aposentadoria, tudo ele precisou pagar a parte, em particular. O que o país lhe deu? Cinco copas, cinco copas e cinco copas.
Estádios banais, com arquitetura que já está ultrapassada crescem em terrenos mal escolhidos. Metrôs atrasam, trens quebram, ônibus se incendeiam, carros levam balas. Nos protestos nada se pede, se destrói. A proposta é acabar com bancos, com carros e com palácios. A policia bate, os caras batem e quebram e a gente vê...
Rodovias são inauguradas já velhas, rios são secos e matas invadidas.
A beleza do Brasil é só aquilo que o homem não fez: mar, mata e rios. O que o homem fez nada vale, não temos museu, nem cidades lindas, nem monumentos nem nada, Posso dizer que aquilo que Deus deu nós destruímos.
Mas tem bundas e cerveja.