Tenho um amigo, não, não é Fernando Tucori, que me escreve dizendo que a vida que foi vivida por Iggy Pop ( ele me diz que queria renascer como Iggy, e eu lhe digo que então ele é um cara de coragem ), é uma vida hoje impossível. Não há a minima possibilidade de se ter uma vida como a dele e como a de toda a fauna a seu redor.
Penso, temo que, ele esteja pensando o óbvio, a AIDS. Mas não. O que acontece é que perdemos o direito de sermos ofensivos. A ofensa se tornou uma coisa inofensiva ou burra. ( E me desculpe o inofensivo com ofensivo ).
A turma de Andy Warhol viveu em absoluta liberdade e escândalo num tempo em que nobody vivia assim. Eles rearrumaram aquela coisa anos 20 para os anos 60 ( e os anos 60/70 são uma reedição dos anos 20 em chave POP, ou voce nunca notou que Cocteau, Picasso e Joyce vivem nas aventuras de Andy, Lou e David? ). Mas a turma de Andy foi a primeira a reviver os anos 20 em chave POP, usando video, TV, rock e moda. Como refazer isso hoje?
Bowie foi o primeiro cara a nada ter a ver com o estereótipo do rock a conseguir ser um rock star. Ele não rezava a cartilha que segue os passos do rebelde da estrada, do caipira country, do blues, dos ingleses sonhando com Elvis. Ele é um ator que interpreta um rock star. Como repetir isso se hoje mesmo sem saber TODOS são atores, bons ou canastrões, brincando de ser Bowie, Dylan, Iggy ou Bolan. E como chocar alguém com androginia, drogas ou frases libertárias se nada mais há para se derrubar? A não ser que voce seja um idiota e choque pela via da ignorância, tipo falar bem de Hitler ou ser a favor de Bin Laden. Mas aí não é arte, é propaganda apelativa ou um caso psiquiátrico.
Entre 60 e 80 o mundo viveu 20 anos de sexo sem medo. A sifilis se tornou curável, a gravidez podia ser evitada e a AIDS não existia. Pela primeira vez o sexo não se parecia com risco ou com causa de morte. Não mais baby. A doença mudou tudo e não a toa os bobinhos assexuados do rock higiênico surgem nesta época de covardia. Um Iggy pra valer, agora, seria falso. Tudo o que ele fizesse seria sombra de um saudosismo oco. Iggy apanhando no Texas de um bando de caipiras ( isso aconteceu em 76 ), seria hoje um fato de internet, seria visto por milhões e as vendas iriam disparar. O perigo rimando com lucro não é mais perigo, é Jackass. É um business.
Candy, Cherry, Joe, Edie, Amanda, Wayne e Jim? Como? Never more...
Quando voce sai hoje, voce sai para encontrar o perigo que inspira? Ou voce sai só pra detonar? Voce sai para ser livre? Ou só para dar uma trepada?
Por isso nunca mais meu amigo. Entendo então sua frase. A geração de Andy ainda podia sonhar e com Lou ainda podia ter magnificos pesadelos. Música ainda era uma alucinação ( e eu alucinei muito com Low ). Agora música é apenas música. Boa, ruim, ótima, genial, mas existe apenas em seus 4 minutos de execução. Depois a gente deixa pra lá.
15 minutos de fama para todos. Andy, voce foi genial ao intuir isso!
Iggy existirá por 15 séculos.
Ou mais.
Ch ch ch ch Changes!
Penso, temo que, ele esteja pensando o óbvio, a AIDS. Mas não. O que acontece é que perdemos o direito de sermos ofensivos. A ofensa se tornou uma coisa inofensiva ou burra. ( E me desculpe o inofensivo com ofensivo ).
A turma de Andy Warhol viveu em absoluta liberdade e escândalo num tempo em que nobody vivia assim. Eles rearrumaram aquela coisa anos 20 para os anos 60 ( e os anos 60/70 são uma reedição dos anos 20 em chave POP, ou voce nunca notou que Cocteau, Picasso e Joyce vivem nas aventuras de Andy, Lou e David? ). Mas a turma de Andy foi a primeira a reviver os anos 20 em chave POP, usando video, TV, rock e moda. Como refazer isso hoje?
Bowie foi o primeiro cara a nada ter a ver com o estereótipo do rock a conseguir ser um rock star. Ele não rezava a cartilha que segue os passos do rebelde da estrada, do caipira country, do blues, dos ingleses sonhando com Elvis. Ele é um ator que interpreta um rock star. Como repetir isso se hoje mesmo sem saber TODOS são atores, bons ou canastrões, brincando de ser Bowie, Dylan, Iggy ou Bolan. E como chocar alguém com androginia, drogas ou frases libertárias se nada mais há para se derrubar? A não ser que voce seja um idiota e choque pela via da ignorância, tipo falar bem de Hitler ou ser a favor de Bin Laden. Mas aí não é arte, é propaganda apelativa ou um caso psiquiátrico.
Entre 60 e 80 o mundo viveu 20 anos de sexo sem medo. A sifilis se tornou curável, a gravidez podia ser evitada e a AIDS não existia. Pela primeira vez o sexo não se parecia com risco ou com causa de morte. Não mais baby. A doença mudou tudo e não a toa os bobinhos assexuados do rock higiênico surgem nesta época de covardia. Um Iggy pra valer, agora, seria falso. Tudo o que ele fizesse seria sombra de um saudosismo oco. Iggy apanhando no Texas de um bando de caipiras ( isso aconteceu em 76 ), seria hoje um fato de internet, seria visto por milhões e as vendas iriam disparar. O perigo rimando com lucro não é mais perigo, é Jackass. É um business.
Candy, Cherry, Joe, Edie, Amanda, Wayne e Jim? Como? Never more...
Quando voce sai hoje, voce sai para encontrar o perigo que inspira? Ou voce sai só pra detonar? Voce sai para ser livre? Ou só para dar uma trepada?
Por isso nunca mais meu amigo. Entendo então sua frase. A geração de Andy ainda podia sonhar e com Lou ainda podia ter magnificos pesadelos. Música ainda era uma alucinação ( e eu alucinei muito com Low ). Agora música é apenas música. Boa, ruim, ótima, genial, mas existe apenas em seus 4 minutos de execução. Depois a gente deixa pra lá.
15 minutos de fama para todos. Andy, voce foi genial ao intuir isso!
Iggy existirá por 15 séculos.
Ou mais.
Ch ch ch ch Changes!