Um computador super-desenvolvido adquire sentimentos humanos e resolve destruir os humanos e alcançar a imortalidade. Isso é 2001.
Um cara se apaixona por uma cabra, mas eles não podem viver juntos. Isso é Woody Allen.
Um robot cria sentimentos e sofre por não ter mãe, por não ter história e afinal, por não poder morrer. Isso é AI.
Mas o que mais interessa: anjos acompanham os humanos em Berlin e ao se apaixonar, um deles sonha em ter um corpo.
Tudo isso está em mais um filme de Spike Jonze, diretor que faz filmes que desejam ser tão originais que acabam sendo sempre iguais. A primeira cena, no trabalho do personagem de Joaquim Phoenix, em que várias vozes se misturam narrando as cartas que escrevem, cita diretamente a obra-prima de Wim Wenders ( a perturbadora cena na biblioteca ). Outras cenas virão. As ruas aqui são como as de Berlin, só que não. Se Wenders é um brilhante humanista alemão, que deixa sua obra cheia de significados e de pistas, e consegue triunfalmente deixar as portas abertas para inúmeras interpretações, aqui, mais uma vez, Spike se dá um trabalho muito além de sua capacidade intelectual. Óbvio que o filme foi escrito sob o impacto do filme do alemão. É fácil ver Spike o revendo em blu-ray e indo dormir com a mente fertilizada. Obras-primas são assim, trazem ideias. Mas o problema neste filme é sua infantilidade, problema aliás que mata todo o filme.
A não ser que tudo seja uma comédia!!! Tenho em minhas aulas percebido que inúmeros artistas produzem comédias que nós acabamos por levar a sério. Kafka era assim. Beckett também. Há uma cena em que Phoenix e a voz transam no escuro. E Gozam. É hilária ( apesar que acho que os meninos vão levar a sério todo o filme, como levaram a "Horror chanchada" Cisne Negro a sério ). Well...quando eles gozam dá pra esperar por Je T Àime com o gozo de Jane Birkin entrando na trilha. É brega pacas! Vemos então que o filme é nada mais que TED, O Urso Maconheiro levado em tom de "filme de arte".
Todas as falas de Scarlett são risiveis em seu discurso tipo novela das oito. Ora, dá um tempo!! Que me importa esse Groucho Marx com prisão de ventre amando sua ovelha eletrônica?
A carta que Phoenix manda a ex-esposa, na óbvia cena final, beira a caricatura. So What?
Faça uma experiência: tire a trilha sonora ( Brian Eno de quinta categoria ) e coloque Lionel Hampton. O filme irá mostrar sua verdadeira cara.
O tema da virtualidade é o mais sério de nosso tempo. A revolução é tão braba que o mundo de 2005 já parece ancestral. Mas ficar aqui, acompanhando as fotinhas, as frasezinhas, o dia a diazinho de um tonto e sua namoradinha silly...please!
Spike Jonze tem grandes ideias. O problema é que ele nunca consegue as levar adiante e fica andando em circulos. Cansa. E as vezes sinto que seu nivel mental ainda é o de um garoto, brilhante, mas com 12 anos de idade.
PS Veja 30 minutos de Asas do Desejo e este em seguida. Voce sentirá com uma força terrível o contraste.
Um cara se apaixona por uma cabra, mas eles não podem viver juntos. Isso é Woody Allen.
Um robot cria sentimentos e sofre por não ter mãe, por não ter história e afinal, por não poder morrer. Isso é AI.
Mas o que mais interessa: anjos acompanham os humanos em Berlin e ao se apaixonar, um deles sonha em ter um corpo.
Tudo isso está em mais um filme de Spike Jonze, diretor que faz filmes que desejam ser tão originais que acabam sendo sempre iguais. A primeira cena, no trabalho do personagem de Joaquim Phoenix, em que várias vozes se misturam narrando as cartas que escrevem, cita diretamente a obra-prima de Wim Wenders ( a perturbadora cena na biblioteca ). Outras cenas virão. As ruas aqui são como as de Berlin, só que não. Se Wenders é um brilhante humanista alemão, que deixa sua obra cheia de significados e de pistas, e consegue triunfalmente deixar as portas abertas para inúmeras interpretações, aqui, mais uma vez, Spike se dá um trabalho muito além de sua capacidade intelectual. Óbvio que o filme foi escrito sob o impacto do filme do alemão. É fácil ver Spike o revendo em blu-ray e indo dormir com a mente fertilizada. Obras-primas são assim, trazem ideias. Mas o problema neste filme é sua infantilidade, problema aliás que mata todo o filme.
A não ser que tudo seja uma comédia!!! Tenho em minhas aulas percebido que inúmeros artistas produzem comédias que nós acabamos por levar a sério. Kafka era assim. Beckett também. Há uma cena em que Phoenix e a voz transam no escuro. E Gozam. É hilária ( apesar que acho que os meninos vão levar a sério todo o filme, como levaram a "Horror chanchada" Cisne Negro a sério ). Well...quando eles gozam dá pra esperar por Je T Àime com o gozo de Jane Birkin entrando na trilha. É brega pacas! Vemos então que o filme é nada mais que TED, O Urso Maconheiro levado em tom de "filme de arte".
Todas as falas de Scarlett são risiveis em seu discurso tipo novela das oito. Ora, dá um tempo!! Que me importa esse Groucho Marx com prisão de ventre amando sua ovelha eletrônica?
A carta que Phoenix manda a ex-esposa, na óbvia cena final, beira a caricatura. So What?
Faça uma experiência: tire a trilha sonora ( Brian Eno de quinta categoria ) e coloque Lionel Hampton. O filme irá mostrar sua verdadeira cara.
O tema da virtualidade é o mais sério de nosso tempo. A revolução é tão braba que o mundo de 2005 já parece ancestral. Mas ficar aqui, acompanhando as fotinhas, as frasezinhas, o dia a diazinho de um tonto e sua namoradinha silly...please!
Spike Jonze tem grandes ideias. O problema é que ele nunca consegue as levar adiante e fica andando em circulos. Cansa. E as vezes sinto que seu nivel mental ainda é o de um garoto, brilhante, mas com 12 anos de idade.
PS Veja 30 minutos de Asas do Desejo e este em seguida. Voce sentirá com uma força terrível o contraste.