BRASIL, O PAÍS DO FUTURO!

   Um amigo me manda uma matéria em que uma revista conta que o futuro é dos idiotas.
   Qual a nova?
   Se eu der uma de Pondé e falar aquilo que penso, aliás que muitos pensam e que ninguém diz, falo que quanto mais os imbecis tomam o direito de mandar ( através do acesso ao consumo ), mais tudo fica de acordo com esse denominador comum, um denominador quase zero.
   Se eu falo, e acho que voces nem acreditam, que em 1976 a Rede Globo exibia peças de Gogol e Lorca em horário nobre ( Teatro Vivo, 21 horas ) e sinfonias de Beethoven também, isso se devia ao fato de que os mal nutridos não tinham sequer acesso a . A programação da TV mais popular era feita para 5% da população. E mais uns 30% que viam Silvio Santos e Chacrinha.  Uma felicidade hoje eles comprarem TVs, mas essa entrada no mercado não veio acompanhada de entrada na cultura. Então agora eles pedem Ratinho, Pânico, Casé e muito crime-da-vida-real.
   E não me fale do capitalismo. O capitalismo verdadeiro se encontra na Coréia ou na Alemanha. O Brasil nunca conseguiu chegar ao capitalismo de fato. Improvisamos um camelódromo. Somos camelôs. Educação rima com alto consumo. O que aconteceu é que fomos incapazes de mudar a educação. Aliás, nada mudamos, continuamos exportando matéria prima e dependendo de marcas estrangeiras para termos carros, PCs, relógios, remédios, telefones e um imenso etc. A taba manda soja, compramos avião.
  Em Pinheiros, após longos anos, a praça em frente a igreja está pronta. Quer dizer, pronta em "brazilian style". Está velha e decadente antes de terminada. O estado é incapaz de construir alguma coisa que pareça terminada. Tudo fica com aquele jeito de "nas coxas"...um buraco aqui, uma parede suja lá...
  Soube que no Brasil os projetos são desenhados após o término da obra. Ou somos muito espertos ou este país é de uma deprimente burrice. Voce escolhe a alternativa.
  Óbvio que os estádios da Copa ficarão mais ou menos terminados. E que ao fim do evento eles já vão parecer velhos e decadentes. Manutenção não é uma virtude brasileira. Nada de manutenção, que se construa de novo!
  Se o futuro é dos idiotas, podemos dizer que somos mesmo, e sempre fomos, o país do futuro.
  Quando americanos e japoneses estiverem confusos com sua nova realidade, uma realidade feita de improvisos, jeitinhos e desrespeito a acordos, o Brasil surgirá como pioneiro e poderá enfim ditar as regras.