EM QUE SE TERMINA DE LER O ESTUPENDO LIVRO DE ROD STEWART EM QUE ENSINA O QUE É IMPORTANTE NA VIDA DE UM HOMEM E PORQUE ELE SEMPRE FOI UM CARA DE SORTE!

   A segunda metade do livro de Rod, como era de se esperar, é muito pior que a primeira. Ela assim reflete sua carreira. Começa genial, daí cai no banal. E o livro, que continua agradável, cheio de humor e auto-irônico, mostra o porque: após os 35 anos Rod Stewart se dedica a apenas uma coisa na vida, conquistar e descartar modelos loiras. Oito filhos, dois casamentos, montes e montes de namoros. Para quem lê fica fácil perceber, nos deslumbrados anos 80, o oriundo da classe trabalhadora cai de boca. Festas, festas e mulheres!
   Algumas surpresas. O melhor amigo de Rod é Elton John! Que o irrita com sua facilidade de compor, o que para Rod sempre foi um tormento.
   A lição que o pai de Rod lhe deixou: para um homem ser feliz ele tem de ter 3 coisas, um trabalho, um esporte e um hobby. O esporte é o futebol. Fã do Celtic, chegou a invadir o gramado de Wembley numa vitória da Escócia sobre a Inglaterra por dois a um. Em 1977. Joga bola toda a semana. Desde 1960!
   O hobby é montar maquetes de estações de trem. E as cidades ao redor. Ocupando salas e salas, Rod monta prédios de metro e meio em escala. Há uma foto no livro. Show! Roger Daltrey tem o mesmo hobby.
   Profissão: cantor.
   A série songbooks vendeu 20 milhões de discos! Em 2006! E o acústico MTV foi seu auge como voz. Também acho. Insuperável, sua voz nunca esteve tão bem.
   Um cara de sorte. Curou um câncer em dois dias! Encontrou seu maior amor aos 60 anos. Foi pai, mais uma vez aos 65. Abandonou uma filha quando ele tinha 18, e hoje ela é sua amiga. Ex-pobre deslumbrado, hoje coleciona pinturas pré-rafaelitas e Lamborghinis. Cheirou sempre de forma social e nunca se viciou. Passou limpo pelos anos 80, sem aids e sem internações. E diz, sem inventar nada, que não é um vencedor, porque nunca lutou contra nada, tudo lhe veio por pura sorte. E por sua voz, com a qual nasceu.
   Sou fã de Rod desde 1975. Quando comprei Atlantic Crossing. Comprei porque ouvia Sailing no rádio e adorava. Sailing não era a melhor canção do disco. Eu o escutei muito no verão de 75 para 76. Foi quando meu pai comprou um apto na praia e o disco de Rod passou a ser associado com ir pra praia. Alegria total. Ainda hoje ele me é símbolo de alegria. Depois comprei em 77 o Tonights The Night, que não gostei e Fancy Free, que era mais ou menos. Mas em 79 descobri o Thruth do Jeff Beck Group e Rod renasceu pra mim.
   Só neste século comprei seus primeiros discos solo e os discos do Faces. Entendi então porque tanto sucesso em 70/74. Sucesso de crítica. São retratos perfeitos de sentimentos sinceros. Puros e simples. Comoventes. E heróicos. A gente sente que é um bando de amigos dando o máximo. Um momento em que um cara com uma puta voz atinge o topo. E cai desde então, graciosamente.
   E sempre vendeu bem. Seja em 71, 89 ou 2004. Mas sua praia é o palco. Nele, ele foi mais quente que os melhores. E com uma voz que punha Roger, Robert e Mick no chinelo.
   Em 1995, julho, vi o Acoustic de Rod na MTV. Mais um renascimento pra mim. Não pensava em Rod desde 83, época em que o imitava no quarto cantando Hot Legs. Rod é ótimo para se imitar!!! Voce bota tudo pra fora! E esse acústico foi duca!!!! Chorei com Handbags e com Every Picture...Ronnie e Roddy juntos again!
   ( Rod é tão gente boa que não culpa Ron pelo fim dos Faces. Diz:"ora, quem não trocaria o velho Rod pelo grupo de Keith e Mick? Ron Wood nasceu para tocar nos Stones!").
   Hilário quando Rod leva um pé na bunda e pensa em fazer terapia. Tenta 3 terapeutas e desiste. Faz aquilo que todo inglês faz ( terapeutas não são muito populares na Inglaterra ao contrário da Argentina ), quando um inglês tem problema, senta-se a lareira com um chá bem forte e fica parado com os lábios duros e franzidos! Hahah!
   Bela conversa Rod!!! Voce é exatamente o que eu pensava! Um cara normal, um dos rapazes.
   E como diz seu livro ao final: "Bem, vou fazer um chá...tchau!"