OS JARDINS EXIBEM A CARA DE SEU POVO

   Jardins franceses. Árvores plantadas em distãncias bem calculadas uma da outra. Alturas idênticas. Geométricamente podadas. Cubos, bolas, quadrados. A mão do homem deve ser percebida em cada folha e em toda flor. Natureza domesticada crescendo em ordem. Tudo é razão.
   Jardim inglês. Pequenos bosques que devem se desenvolver a moda de seu impulso. A mão do homem  não deve ser percebida, mas ela lá está. Ao jardineiro compete fazer com que a árvore atinja seu potencial máximo. Olhar e sentir conforto. Paz.
   Jardim japonês. Olhar uma pedra e ver nela todas as pedras do mundo. Jardim pobre que deve concentrar a mente. Detalhes diminutos que fazem com que a mente divague. Água que flui.
   Jardim italiano com estátuas e fontes e bancos. Tudo nele deve lembrar o lazer. A mão do homem se faz presente mas não como ordem ou como razão, sim como o belo. Jardim enfeitado com falsas ruínas de gosto duvidoso.
   Jardim dos EUA, com quadras esportivas, bancos de areia e escorregadores. Jardim que sempre convida ação. País da ação onde sempre se faz alguma coisa. Jardins que chamam à corrida, ao beisebol, ao basquete.
   Jardim do Brasil. Asfaltado para que as marginais corram. Destruído para que se estacionem mais carros.