AN EXPERIMENTAL FUSION OF HIP-HOP AND JAZZ: JAZZMATAZZ

   Vindo do gueto e assimilado pelo branco-chic, o hip-hop fez o mesmo caminho que o jazz. Questão de ritmo, assim como Armstrong deu improviso e beat a melodia music-hall, o rap deu colagens, batidas e ginga ao velho pop mofado. E o improviso, em letras e em levadas. Substituíram as imensas lapelas dos paletós zoot pelos medalhões de metal. E o sapato bicolor virou tênis grandão. Mas o que é inevitável sempre acontece, o rap se uniu ao jazz, durou pouco o movimento, mas foi bom demais!
   Este disco, o primeiro de GURU mexeu com minha cabeça e com meus quadris. A trilha do final do século XX, a minha trilha, é essa. O disco faz uma mistura irresistível: é rua e gueto e ao mesmo tempo é chique e muuuuuuito metidão! As batidas são do hip-hop, a voz é do rap, os temas são revolucionários, mas tudo é temperado com solos, reviravoltas do mais puro jazz. Como resultado uma trilha contemporânea, trilha do mundo que une a mais abjeta bosta ao mais límpido estilo. Lixo clean, a combinação do mundo agora.
   Branford Marsalis toca aqui. Sola free. Donald Byrd também. O trompete cheio de bossa. E o vibrafone de Roy Ayers embeleza a melhor faixa. Há ainda Courtney Pine e Ronny Jordan. E N'Dea Davenport. Uma festa soturna, o ambiente do som é dark, sombrio e muito frio.
   Estamos em 2013. Reouvir Guru com o McSolaar continua a ser um instigante prazer. Sabe né: Le Bien et Le Mal.
   Bota pra tocar e escuta aí: