SEAN CONNERY/ TOM CRUISE/ BURT LANCASTER/ STEVE MARTIN/ STENO/ O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

   OS DIAMANTES SÃO ETERNOS de Guy Hamilton com Sean Connery e Jill St.John
Pagaram uma grana preta para fazer Connery voltar ao personagem. George Lazenby tinha dado errado e com medo de perder a série convenceram Sean. Mas pluft! o filme não dá certo. O roteiro é confuso, a ação sem suspense e até as bond girls são fracas. Sean está contrariado e dois anos depois teríamos a estréia de Roger Moore e um novo Bond. Em tempo, todos falam do novo Bond de Craig...Ora! Todo Bond quando troca de rosto é um novo Bond. O 007 de Roger nada tem a ver com o de Connery. O antigo era tenso, nervoso, quase mal-humorado, o de Moore será suave, fanfarrão e pouco sério. Quanto a este, é de longe o pior da série original. Nota 3.
   ROCK OF AGES de Adam Shankman com Tom Cruise, Alec Baldwin, Catherine Zeta-Jones e Paul Giamatti
O que falar de um filme muito bobo que nos faz rir? E que usa uma trilha sonora que voce nunca escutaria em casa, mas que funciona no filme? Tem Cruise fazendo Axl Rose, Baldwin ( excelente ) de peruca e com cena gay e mais Giamatti como um produtor do mal. OK. admito, é divertido. Nota 5.
   ABRAHAM LINCOLN CAÇADOR DE VAMPIROS de Timur Bekmanbetov
No mundo do mercado/propaganda o que importa é: isso funciona? Não existe nesse mundo a palavra verdade. Se a mentira for agradável ou se ela vender, dane-se a tal verdade. Desse modo, pode-se inventar que Lincoln foi um caçador de vampiros. Se essa nova versão cair no gosto do público ela se tornará uma "nova verdade". O filme é de uma idiotia atroz. Nota Zero.
   AMOR À QUEIMA ROUPA de Tony Scott com Christian Slater, Patricia Arquette, Gary Oldman, Dennis Hopper, Christopher Walken, Brad Pitt, Samuel L. Jackson
Todo o mundo de Tarantino está aqui, neste seu roteiro brilhante: filmes de kung-fu, westerns, conversas espertas, citações pop, bandidos de HQ, rock, musas perigosas e sofridas. Scott, diretor que tem estilo radicalmente oposto ao de Quentin ( Scott é tipico dos anos 80, pseudo-sofisticado, brilhoso e vazio, Quentin é anos 70, exagerado, colorido, vivo, viril ), não conseguiu estragar de todo o roteiro. Mas bem que ele tenta.  Adoraria ver Tarantino o refilmar em 2020. Uma festa para olhos, ouvidos e imaginação. Foi este o filme que em 1994 me fez voltar ao cinema. Nota 9.
   ZONA PROIBIDA de William Dieterle com Burt Lancaster, Peter Lorre, Paul Henreid
Um belo filme noir. Se passa na Africa do Sul. Lancaster é um homem perseguido por policial. Motivo: ele teria tentado entrar em zona de minas de diamantes. O filme, tenso, é esse combate entre um vilão policial sádico, feito com maestria por Henreid, e o herói sonhador e teimoso, feito por um Lancaster magnético como sempre. O filme, rápido, forte, bem narrado, é delicioso. Dieterle foi um desses alemães que ao fugir do nazismo ajudaram a dar caráter ao cinema americano. Muito do que conhecemos como cinema tipico da Hollywood clássica é feito por alemães, austríacos e húngaros. Nota 8.
   RATOS E HOMENS de Lewis Milestone com Burgess Meredith e Lon Chaney Jr.
É o texto de Steinbeck em versão famosa. Temos dois miseráveis. Um deles é deficiente mental, um gigante de coração de criança. O outro toma conta dele. Eles andam pelos empobrecidos EUA da depressão. Arrumam trabalho numa fazenda, onde têm de lidar com tipos estranhos. O filme, tipico da esquerda americana dos anos 30, é muito, muito original. Não parece ser de 1939 e nem de tempo nenhum. Ele é cruel, tristíssimo, amargo ao extremo. Tem trilha sonora de Aaron Copland. Milestone, que dirigiu o melhor dos filmes de guerra ( Nada de Novo no Front ), era um diretor muito corajoso! O filme não tem a menor concessão. Sua falha é ser teatral demais. Temos a impressão de estar vendo uma peça. Nota 6.
   CIDADE NEGRA de William Dieterle com Charlton Heston e Lizabeth Scott
Seria um grande filme se a atriz central não fosse tão ruim. Ela estraga com sua canastrice a estréia de Heston na Paramount. O filme, noir, fala de um otário que ao ser surrupiado no poker por grupo de malandros, se mata. O irmão doido desse suicida surge e começa a matar os malandros. Heston é um dos que deram o golpe no trouxa. O filme tem bom suspense e consegue o ponto certo. É crível. Pena a péssima Scott. Heston, muito jovem, está bem. Consegue ser frio e cinico. Mais um acerto de Dieterle. 6.
   CLIENTE MORTO NÃO PAGA de Carl Reiner com Steve Martin e Rachel Ward
Mesmo não sendo uma grande comédia ( é pouco engraçada ), eu sempre a revejo. Como todo cinéfilo, adoro o filme por ter conseguido unir pedaços de velhos filmes noir com a história moderna. A produção construiu cenários como o dos filmes originais e insere cenas desses filmes na trama de Steve Martin. Temos Cary Grant num trem contracenando com Martin ( a cena é de Suspeita, de Hitchcock ), e além dele há Ava Gardner, Burt Lancaster, Alan Ladd, Veronica Lake, Vincent Price, James Cagney, Bette Davis, Ray Milland, e claro, Humphrey Bogart, que domina o filme inteiro. É engraçado ver Bogey como empregado de Steve Martin e levando bronca dele! Deveriam fazer isso hoje em dia. Com os recursos técnicos que temos os resultados seriam fabulosos!!! Mas talvez jamais será feito, o público, grande, que reconheceria os velhos ícones não frequenta cinemas. Os atores modernos teriam de contracenar com, no máximo, Nicholson e Hoffman, dái para trás seria o analfabetismo em cinema. Adoro Steve Martin, Rachel Ward foi a mais bonita atriz do começo dos anos 80, mas o roteiro é bem fraco. Nota 5.
   O MORRO DOS VENTOS UIVANTES 2012 de Andrea Arnold
Espero que seja/tenha sido um fracasso. Tivemos muitas versões da obra-prima de Emily Bronte. Todas erraram. A mais famosa é a de William Wyler, com Olivier, mas essa é também falha. Fria demais, muito sóbria. sem paixão e loucura. Há uma de Bunuel que é sem sentido. Aquela com Juliette Binoche é doce e bobinha e agora temos mais esta. ( Falo só das que já vi ). Uma versão analfabeta. Escrevi recentemente que o cinema do futuro será mudo e barulhento. Pois este é um filme mudo. Ninguém fala e quando fala nada é dito. A diretora tenta ser poética. Ela pensa que poesia é filmar no escuro  em big close. A câmera nunca deixa de tremer, Heathcliff agora é negro e Cathy é feia. Um pavor. Nota ZERO.
   MINHA AVÓ POLICIAL de Steno com Tina Pica e Ugo Tognazzi
A Itália, no auge de sua produção, chegou a lançar por ano quase tantos filmes quanto os EUA. Eram filmes de horror, épicos, westerns, filmes politicos, de arte, documentários. E muitas comédias. Steno começou dirigindo em dupla com o grande Mario Monicelii. Depois se separaram e logo deu pra notar que Monicelli era o gênio dos dois. Os filme de Steno são simples e envelheceram mal. Aqui temos uma avó mal-humorada que ao ter uma jóia roubada atrapalha o casamento do neto e a vida da policia. O filme não é ruim, os atores são ótimos, é apenas banal. Nota 3.