Escritores são perigosos. Principalmente para quem leu ou lê pouco.
Porque todo escritor tem a tendência a pensar que a sua visão de vida é a visão comum. Comum não no sentido de banal, e sim no sentido de "comum a todos". Escritores são solitários e escrevendo se comunicam, tentam sair do buraco. Quanto mais no buraco, mais perigoso.
Quando o leitor lê pouco ele tende a pensar que aquele livro que o impressiona é coisa única. Tendo poucos autores para comparar, ele pensará que aquele autor, pobremente comparado, é o máximo. Principalmente se esse autor suprir uma carência do leitor.
Não há exemplo mais perfeito que a Biblia. É o pai de todo livro que supre carências de leitores que leram pouco. Nada contra, todo homem tem direito a seu consolo. Desde que continue aberto a outras leituras, principalmente aquelas que vão contra seu "livro travesseiro".
Todo escritor que deseja ser "biblico" ataca a Biblia. Suspeite sempre desse tipo de profeta. Se a Biblia o incomoda tanto é porque ele quer ser "biblico".
O ideal seria ler muito, sempre criticando, ou ler nada. São os melhores caminhos para se tentar ser livre. Criticar não te impede de ter um autor favorito, um idolo. Mas ler muito te livra de panelinhas, seitas, dogmas, camisas de força.
Um escritor triste gosta de pensar que o mundo é triste. Assim como um autor amargo pensa que todo homem é amargo. E que se não o for é porque mente. Houve até mesmo autor que ao desejar a mãe desejou crer que todo homem quer dormir com a mãe. Fica mais fácil assim. A culpa é dividida. E há os que ao verem um anjo pensem que todo homem é angelical.
Como disse, eles são solitários e querem criar companhia. Uma mistura de vaidade e impotência.
Mas quem paga o pato é o leitor. Ao assumir a particularidade do autor e crer que a dor de Kafka é geral, ou que o niilismo de Nietzsche explica a vida. O tcheco fala de si-mesmo. O alemão também. O que os salva é a beleza da linguagem, não a doutrina.
Desconfie de doutrinas. Um grupo de sábios pensando o mesmo pensamento é sempre um bando de cegos acreditando ter uma lanterna na mão. O pensamento livre existe conforme sua vida e seu lugar. Ninguém sente e pensa por voce.
O padre é o primeiro homem do ocidente a pensar somente o que está no livro. E a traduzir esse livro para nós, os pobres ignorantes. Ele nos ouve em silêncio, e depois repete aquilo que está no livro. Toda a verdade, para ele, TEM e DEVE estar no livro.
Marxistas e Freudianos fazem exatamente a mesma coisa. Repetem a crença e repelem hereges.
Como já falei, todo homem precisa de uma fé para poder viver. As respeito.
Mas me dá impaciência pensar só o que está num livro. Seguir um livro ( seja o Red Book de Mao Tsé-Tung ou A Critica da Razão Pura de Kant ou o que for ), é encolher o que seja o pensamento.
Pensar é pensar todos os livros. E mesmo que eu concorde com 50% de Bergson ou 30% de Jung ( são números que refletem o que penso ), sempre haverá espaço para a crítica.
Há muita coisa ridicula em Bergson e em Jung. E há coisas geniais.
Mas há a verdade?
Escritores são perigosos. Os melhores são aqueles que não se ocupam da verdade. Que falam de uma dúvida e nunca falam algo que se parece com A VERDADE. Quanto maior o número de verdades que um autor vomita maior o desejo desse autor em ser Biblico. Ele não escreve, ele prega.
Há autores que abrem portas e mostram o espaço livre.
Há outros que abrem portas e ditam o que devemos ver. Fuja desses.
Todo homem precisa crer em consolos.
Porque todo escritor tem a tendência a pensar que a sua visão de vida é a visão comum. Comum não no sentido de banal, e sim no sentido de "comum a todos". Escritores são solitários e escrevendo se comunicam, tentam sair do buraco. Quanto mais no buraco, mais perigoso.
Quando o leitor lê pouco ele tende a pensar que aquele livro que o impressiona é coisa única. Tendo poucos autores para comparar, ele pensará que aquele autor, pobremente comparado, é o máximo. Principalmente se esse autor suprir uma carência do leitor.
Não há exemplo mais perfeito que a Biblia. É o pai de todo livro que supre carências de leitores que leram pouco. Nada contra, todo homem tem direito a seu consolo. Desde que continue aberto a outras leituras, principalmente aquelas que vão contra seu "livro travesseiro".
Todo escritor que deseja ser "biblico" ataca a Biblia. Suspeite sempre desse tipo de profeta. Se a Biblia o incomoda tanto é porque ele quer ser "biblico".
O ideal seria ler muito, sempre criticando, ou ler nada. São os melhores caminhos para se tentar ser livre. Criticar não te impede de ter um autor favorito, um idolo. Mas ler muito te livra de panelinhas, seitas, dogmas, camisas de força.
Um escritor triste gosta de pensar que o mundo é triste. Assim como um autor amargo pensa que todo homem é amargo. E que se não o for é porque mente. Houve até mesmo autor que ao desejar a mãe desejou crer que todo homem quer dormir com a mãe. Fica mais fácil assim. A culpa é dividida. E há os que ao verem um anjo pensem que todo homem é angelical.
Como disse, eles são solitários e querem criar companhia. Uma mistura de vaidade e impotência.
Mas quem paga o pato é o leitor. Ao assumir a particularidade do autor e crer que a dor de Kafka é geral, ou que o niilismo de Nietzsche explica a vida. O tcheco fala de si-mesmo. O alemão também. O que os salva é a beleza da linguagem, não a doutrina.
Desconfie de doutrinas. Um grupo de sábios pensando o mesmo pensamento é sempre um bando de cegos acreditando ter uma lanterna na mão. O pensamento livre existe conforme sua vida e seu lugar. Ninguém sente e pensa por voce.
O padre é o primeiro homem do ocidente a pensar somente o que está no livro. E a traduzir esse livro para nós, os pobres ignorantes. Ele nos ouve em silêncio, e depois repete aquilo que está no livro. Toda a verdade, para ele, TEM e DEVE estar no livro.
Marxistas e Freudianos fazem exatamente a mesma coisa. Repetem a crença e repelem hereges.
Como já falei, todo homem precisa de uma fé para poder viver. As respeito.
Mas me dá impaciência pensar só o que está num livro. Seguir um livro ( seja o Red Book de Mao Tsé-Tung ou A Critica da Razão Pura de Kant ou o que for ), é encolher o que seja o pensamento.
Pensar é pensar todos os livros. E mesmo que eu concorde com 50% de Bergson ou 30% de Jung ( são números que refletem o que penso ), sempre haverá espaço para a crítica.
Há muita coisa ridicula em Bergson e em Jung. E há coisas geniais.
Mas há a verdade?
Escritores são perigosos. Os melhores são aqueles que não se ocupam da verdade. Que falam de uma dúvida e nunca falam algo que se parece com A VERDADE. Quanto maior o número de verdades que um autor vomita maior o desejo desse autor em ser Biblico. Ele não escreve, ele prega.
Há autores que abrem portas e mostram o espaço livre.
Há outros que abrem portas e ditam o que devemos ver. Fuja desses.
Todo homem precisa crer em consolos.