CARNÉ/ RAMPART/ MARY POPPINS/ A VOLTA AO MUNDO/ KING/ DERCY

   OS VISITANTES DA NOITE de Marcel Carné com Alain Cuny, Arletty, Jules Berry, Fernand Ledoux e Marie Déa
Carné dirigiu aquele que é considerado o maior filme já feito na França, O BOULEVARD DO CRIME. Este foi feito imediatamente antes. Rei do movimento do "realismo poético", uma onda de filmes pessimistas e simbólicos, tem roteiro do grande poeta Jacques Prévert. Fala de dois enviados pelo diabo, que na idade média, seduzem dois jovens apenas pelo prazer de seduzir. Mas o enviado masculino se apaixona, o que faz com que o diabo em pessoa apareça para o castigar. Não é uma obra-prima, mas é marcante. Abre possibilidades ao veículo, o da poesia. O elenco é estupendo. Nota 8.
   MARY POPPINS de Robert Stevenson com Julie Andrews e Dick Van Dyke.
Fenômeno da Disney, em termos absolutos é até agora o maior sucesso do estúdio. Otimista, irreal, infantil no bom sentido. Mary é uma babá que chega voando e ensina a compreensão. O filme nada tem de carola, mas é "antigo". Nada tem em comum com o mundo de 2012 ( aparentemente ). A trilha sonora dos irmãos Sherman é uma obra-prima. Se voce ama musicais vai adorar. Se não aprecia o gênero, fuja. Existem musicais que podem converter os não-apreciadores, este não é o caso. Nota 8.
   A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS de Michael Anderson com David Niven, Cantinflas e Shirley Mac Laine
Sucesso de bilheteria, é considerado dos mais fracos vencedores de Oscar de melhor filme ( mas perdeu a melhor direção ). Os críticos o detestam por ter derrotado grandes filmes em 1956. Mas se esquecermos disso é um agradável filme à Sessão da Tarde. Com 4 horas de duração, ele mostra a viagem de Fogg e seu criado Passepartout, bem lentamente. Eles voam de balão e apreciamos a paisagem, andam de trem e vemos a América, navegam e sentimos o mar. Relaxe e aprecie a viagem, mas não espere emoção ou adrenalina, é um tipo de calmante. Obra do produtor Mike Todd, o filme feito em regime de empréstimos e calotes, acabou sendo seu único título. Ele morreu logo depois. São multidões de figurantes, cenários imensos e locações pelo globo inteiro. Feito hoje seria bem mais fácil. Nota 6.
   CISNE NEGRO de Henry King com Tyrone Power e Maureen O'Hara
Não se trata da comédia de Aronofski em que Natalie Portman faz uma bailarina gótica perdida em universo fake. Aqui é um convencional filme de pirata com todos os ingredientes do gênero. Eu sou vidrado em barcos á vela e espadas com caveiras, então me satisfaz. King foi um dos diretores operário da época. Filmava muito, nunca errava, mas também jamais arriscava. Era bem melhor em westerns. Nota 6.
   ABSOLUTAMENTE CERTO!  de Anselmo Duarte com Dercy Gonçalves
Um Brasil pobre, bem terceiro-mundo. Esse país existiu? Gente conversa nas ruas em cadeiras, amigos assistem Tv juntos, na sala, e as janelas têm sempre alguém a olhar a vida passar. O filme, ruim, vale só por isso, retrato antropológico de um mundo ido. Um passeio de Porsche pelo Anhangabaú vale o filme. E Dercy era ótima! Nota 1
   RAMPART de Moverman com Woody Harrelson e Ned Beatty
É sobre um policial. Ele vive em casa num meio feminino, filhas e esposas ( ex e atual ). No trabalho ele é duro, frio, violento. O trabalho de Woody é ótimo, se parece com o Clint ator, cheio de raiva contida. Mas é um filme pequeno. Típico pastiche do cinema dos anos 70 mas feito com o vazio tristonho do século XXI. Imagens pobres, closes fechados, câmera trêmula...antes de o ver eu já sabia a forma que teria. Vamos a um adendo. Há quem me fale que não consegue entender do que eu gosto. Como posso gostar de musical e western? De filmes trágicos e de comédias? Bem... o que me guia é o prazer. Só o prazer. E tenho  prazer em ver algo que me surpreenda, ou que seja estéticamente bonito, ou que me faça rir e chorar. Não me importa se fala de dançarinos ou de detetives, de cowboys ou de crianças. Se seja feito em 1980 ou 1921. Quero ter prazer. Nada de tédio, de sacrifício, de obrigação em me educar ou atualizar. Quero o gosto de ver a inteligência na tela. Certo????  Este filme de prazeroso só tem a atuação de Woody. Nota 5.
   EL CONDOR de John Guillermin com Lee Van Cleef e Jim Brown
Faroeste italiano feito nos EUA. No começo dos anos 70 o western tava tão por baixo que os americanso começaram a imitar a imitação italiana. Resultado: violência barata e heróis porcalhões. Jim foi um astro do futebol americano. Interpreta como um receiver. É um lixo, mas pelo menos o filme assume isso. Torna-se simpático. Nota 3.