EDUCAÇÃO

Muito boa a matéria sobre educação na Veja.
Sempre me incomoda essa perda de tempo que há na educação de segundo grau ( ensino médio ). Os alunos têm uma montanha de tópicos dados em extrema superficialidade. Pra que aula de sociologia? Adoro filosofia, mas o que pode ser ensinado a um aluno médio de 15 anos em meio às aulas de química e história? Qual o objetivo das aulas de inglês? Alguém aprendeu inglês no ensino público ( ou mesmo no Objetivo e Mackenzie )?
Tempo jogado fora, paciência dos alunos exaurida, conhecimentos rasos sobre vários assuntos que não importam e pinceladas superficiais sobre o que poderia interessar. Por que? A quem interessa manter esse status?
Na Europa se exigem duas matérias obrigatórias e as outras são escolhidas pelo aluno. Ele monta sua grade. Assim, um jovem que deseja ser engenheiro opta por exatas e um futuro arquiteto dá ênfase em desenho e arte. Seria tão duro aplicar esse tipo de ensino aqui?
Me canso de ver alunos com interesse em exatas sendo massacrados com sociologia, filosofia, artes, inglês e educação física. E alunos que adoram ler tendo de enfrentar fisica, quimica e biologia. Porque não oferecer aos primeiros uma matemática mais profunda, além de mais geometria e fisica e aos segundos dar destaque maior a literatura, história e geografia?
Mesmo no ensino superior isso se percebe. Quando fiz FMU tínhamos uma grade de matérias variadas e dadas de forma superficial. Eu cursei comunicações e duvido que alguém tenha aprendido alguma coisa de sociologia, fotografia ou filosofia com aquelas aulas corridas e vazias. Não teria sido melhor ter se concentrado em gramática e redação? Agora na USP ( em que pese seus vários defeitos ) há a racionalidade de se dar apenas quatro matérias em profundidade. Porque não o mesmo no ensino médio?
Estrangeiros se espantam com o fato do aluno brasileiro ter tanta matéria no currículo e tudo dado tão superficialmente. Noções sofisticadas de ciência apenas para constar, um imenso "já ouvi falar mas nada sei sobre".
Aos 15 anos o aluno deveria chegar ao ensino médio e ter de obrigatório apenas português ( saber ler e compreender á base para tudo ) e matemática ( desenvolver o raciocínio abstrato e racional ). E ter oferecida uma grade opcional que iria de história à física, de química à educação artística. O tempo seria melhor usado e o jovem se sentiria mais motivado.
É possível alguém lá em cima se interessar por essa mudança? Até quando?