EDUCAÇÃO E INFÂNCIA NO CAFÉ FILOSÓFICO

O cara floreou um pouco demais, mas o que importa é que ele reafirma que apesar de tanto se falar da infantilidade do mundo atual, nunca tratamos tão mal tudo o que é verdadeiramente "da criança". Matamos a criança diariamente, tolhemos sua liberdade e sua inerente irresponsabilidade. Não a deixamos ser inútil, sem propósito, solitária, sonhadora, livre. Pior que tudo, a matamos em nós.
Digo mais: Ser adulto sem criancice não vale a pena. É preciso ser bobo, ingênuo e leviano. É preciso esquecer seriedades e perder tempo com bolhas de sabão. Brincar.
O mundo não está infantilizado, ele está gagá. É um infantilismo de velho senil. Piadas sobre sexo contadas por impotentes. Medos vários, o maior sendo o de se parecer velho. Fofocas rancorosas. Desconfiança de tudo o que não for comprovado, testado, experimentado. Desdém por sonhos e utopias. Ansiedade por segurança. Preguiça, muita preguiça.
O mundo torna-se ( como disse Octavio Paz ) um imenso asilo, em que tudo é dieta/ exercício e lazer dirigido à saúde. A água e o chá substituem o vinho e o licor. A arte se torna distração ou lição, ela se faz estranhamente útil. Arte sem criancice, sem ingenuidade, que não sonha.
A infância está sendo assassinada por ser inutil. E vida sem infância nada vale.
PS: quem quiser saber realmente o que é ser criança veja dois filmes:
A GUERRA DOS BOTÕES de Yves Robert e A IDADE DA INOCÊNCIA de Truffaut. Tudo está lá. O universo cruel, necessário, fantasioso, vivo, solitário, belo, de toda criança. Obrigatório.