RENOIR/LOLITA/TRUFFAUT/KIRK DOUGLAS/LUMET

MULHER COBRA de robert siodmak
um clássico kitsch, referencia para Almodovar e filmes como Hairspray. os atores são hilários de tão ruins, os cenários são dignos da Imperatriz Leopoldinense e a história fala sobre maldições, erotismo e mitos. nota 1.
POSSUÍDOS de william friedkin
ashley judd no quase pior filme de todos os tempos. um filme que ofende qualquer inteligência mediana, com seu mix de modernices vazias, sustos previsíveis e diálogos de retardados. ZERO.
A CARRUAGEM DE OURO de jean renoir com anna magnani.
de todos os grandes é renoir o mais hiper-valorizado. seus filmes são bons, a regra do jogo é excelente, mas jean jamais é um gênio como muitos dizem. este é um filme de bela fotografia, humor leve e festeiro e com bonita mensagem pró-liberdade. mas não é genial ou especial. 6.
LOLITA de stanley kubrick com james mason, peter sellers, shelley winters e sue lyon.
todo aspecto político do delicioso livro de nabokov inexiste neste freudiano filme de kubrick. inexiste o humor que faz do livro uma obra genial e divertida, inexiste o barroquismo da linguagem do dandy nabokov, o que resta? uma lolita velha demais ( no livro ela tem 12 aparentando 11, aqui parece ter 17 ), um james mason sublime ( ele carrega o difícil personagem com leveza e humor- deve ter lido e entendido o livro ), um sellers asqueroso ( ter perdido o oscar é um vexame do prêmio ) e um clima geral de pesadelo e paranóia que o romance não tem.
mesmo com esses senões, é um filme adulto, bonito e que hipnotiza ( te conduz a algum lugar). 7.
O GAROTO SELVAGEM de truffaut.
seco e simples, truffaut dá a sensação de ter feito algo como um documentário de uma época em que não existia o cinema. nestor almendros dá um show de fotografia. 4.
DUELO AO SOL de king vidor com jennifer jones e gregory peck.
é western portanto é bom. uma ópera a cavalo, um história que beira o ridículo em seu exagero de taras e emoção. jennifer jones chegava a ser um crime de tão bonita e peck está ruim como sempre. mas se vê com prazer... nota 5.
ELEIÇÃO de alexander payne.
payne, coen, burton, hanson, wenders, clint, ridley, scorsese, wall e, o cinema de hoje tem alguns nomes interessantes, seu maior problema são atores ( muitos poucos tem algum carisma, o que abre campo para absolutas nulidades ) e o público atual, que não tem nenhuma sofisticação cinematográfica. este filme, com a maravilhosa reese witherspoon ( tenho um caso de paixão com ela- a melhor comediante de sua geração ) é uma diversão para adolescentes que- milagre- não fede a burrice e histeria. seu único defeito é que sua vilã ( reese ) que deveria ser irritante se torna adorável. nota 6.
MARCHA DE HERÓIS de john ford com john wayne e william holden.
o homero do cinema em filme menor. mas um filme menor de ford é um filme gigantesco para qualquer outro diretor. aqui ele trabalha com sua mitologia de heroísmo, liberdade e solidão. wayne está especialmente bem. filme para quem sabe o que significa uma palavra como virilidade. 7.
MACBETH de orson welles
talvez esta seja a melhor adaptação de shakespeare para a tela. um filme muito barato, um cenário apenas, poucos atores. sombras e escuridão, movimentos exatos de camera, falas claras e bem ditas, clima e emoção. uma aula de requinte, de cuidado, de perfeição. jeanette nolan como lady macbeth chega a arrepiar. 8.
ROMANCE E CIGARROS de john turturro com james gandolfini, kate winslet, susan sarandon. alguém precisa avisar kate que seu tipinho sujo já deu. ela faz sempre o mesmo personagem ( a gorducha gostosa ). este é um musical chato, vazio, pesadão, insuportável. ZERO.
EQUUS de sidney lumet com richard burton e peter firth.
lumet sabia filmar neuroses. este texto de shaffer foi imenso sucesso teatral em todo o mundo ( aqui feito por paulo autran e ewerton de castro ). burton está meio sonolento, mas sua voz era tão poderosa que ele leva o duro personagem do analista cansado com facilidade. um filme obrigatório para psicólogos, filósofos ou cinemamaníacos. um filme do tempo em que havia público sério para filmes simples, sem enfeites desnecessários. uma delícia intelectual. 7.
A SEREIA DO MISSISSIPI de truffaut com jean paul belmondo e catherine deneuve.
françois truffaut era fanático por hitchcock e aqui tenta fazer um filme de hitch. tenta criar um clima de vertigo. erra feio e dá vexame. o filme ´e aquilo que o mestre alfred nunca foi- chato. 1.
CAR WASH de michael schultz.
filme barato de latinos e negros dos loucos anos 70. a trilha sonora tem um arraso de ritmo e tudo aquilo que os filmes de tarantino e soderberg têm: funky. 3.
FUGA ALUCINADA de john hough com peter fonda.
um sub- vanishing point. 3.