A MULHER DE AREIA DE TESHIGAHARA

Feito em 1965, A MULHER DE AREIA de Hiroshi Teshigahara, venceu a palma de ouro daquele ano e concorreu a dois Oscars. Vamos ao filme.
Um homem anda pela areia. Ele coleta insetos para sua coleção. Se hospeda numa casa que fica num buraco, entre as dunas. Lá vive uma viúva, só. Ele se torna um prisioneiro.
O filme é longo, imperfeito, difícil e cheio de grandes e muito fortes cenas.
Primeiro sua fotografia. Areia, cabelos e peles filmadas em detalhes gigantescos dando ao filme um erotismo absurdo. Nós quase sentimos o cheiro dos corpos, quase tocamos o suor que escorre, parece possível tocar as peles que são lavadas, arranhadas e mordidas por todo o filme.
Os atores, Eiji Okada e Kyoko Kishida dão um show de raiva e de sexualidade pura. Raras vezes assisti filme mais erótico.
A música vanguardista de Toru Takemitsu é de uma inesgotável complexidade, preenchendo a fita de climas e momentos impressionantes.
É um filme que excita para em seguida assustar. E é uma alegoria perfeita sobre o sentido do trabalho e da função do homem na Terra.
Único.