Se The Apartment fosse feito hoje, o casal central seria uma dupla de peixinhos fofos ou seres de outro planeta. Isso porque todo tema sério e verdadeiro, no cinema atual, é desenvolvido em desenhos animados como Procurando Nemo, A Fuga das Galinhas e até o aparentemente simples Ratatouille.
Nada me diverte e me comove mais que as produções da Pixar, Disney, Fox, voltadas ao público aparentemente infantil.
Porque?
Quem faz tais roteiros está livre. Não precisa criar um papel para o novo ator da moda. E por outro lado, não tem a obrigação de agradar os modernosos-bem-antenados, para os quais a dupla de The Apartment teria de ser drogada, bissexual ou com algum problema físico.
Wall e é genial. Não o assistí ainda, mas sei que irei amá-lo.
Hitchcock dizia que o bom diretor não depende de diálogo. Ele pode dizer tudo com imagem em movimento. É isso que Wall E faz. Sua primeira parte é absolutamente muda.
Woody Allen é um diretor que adoro ( adorava ). Mas quando penso nos gigantes dos 70's, nunca lembro de o citar. Isso acontece porque Woody não tem, em filme nenhum, uma grande cena de pura imagem. São diálogos bons, atores bons, músicas boas, mas nunca imagens boas.
O que guardamos do cinema são imagens mudas. Burt Lancaster desmoronando diante de nossos olhos em O Leopardo, Mastoianni dirigindo o grupo de mulheres-amantes em 8 e meio, o jogo de xadrez em O Sétimo Selo, todo desespero de James Stewart em Vertigo... e tanto mais.
Falta aos filmes ditos artísticos de hoje essa sabedoria. Contar, comunicar sem palavras. Contar com clareza, não a imagem gratuita-bem-louca; mas sim a parábola, a narração muda.
Hitch fazia isso sem que notássemos ( alguém notou que Psicose é um filme mudo ? ). Onde Os Fracos Não Têm Vez quase chega lá. Tim Burton tem ótimas cenas que dispensam o som. Scorsese faz isso muitas vezes.
O renascimento do cinema virá por aí ( se vier ). A revalorização, o estudo do cinema sem som, sem explicação e claro como dia.
Nada me diverte e me comove mais que as produções da Pixar, Disney, Fox, voltadas ao público aparentemente infantil.
Porque?
Quem faz tais roteiros está livre. Não precisa criar um papel para o novo ator da moda. E por outro lado, não tem a obrigação de agradar os modernosos-bem-antenados, para os quais a dupla de The Apartment teria de ser drogada, bissexual ou com algum problema físico.
Wall e é genial. Não o assistí ainda, mas sei que irei amá-lo.
Hitchcock dizia que o bom diretor não depende de diálogo. Ele pode dizer tudo com imagem em movimento. É isso que Wall E faz. Sua primeira parte é absolutamente muda.
Woody Allen é um diretor que adoro ( adorava ). Mas quando penso nos gigantes dos 70's, nunca lembro de o citar. Isso acontece porque Woody não tem, em filme nenhum, uma grande cena de pura imagem. São diálogos bons, atores bons, músicas boas, mas nunca imagens boas.
O que guardamos do cinema são imagens mudas. Burt Lancaster desmoronando diante de nossos olhos em O Leopardo, Mastoianni dirigindo o grupo de mulheres-amantes em 8 e meio, o jogo de xadrez em O Sétimo Selo, todo desespero de James Stewart em Vertigo... e tanto mais.
Falta aos filmes ditos artísticos de hoje essa sabedoria. Contar, comunicar sem palavras. Contar com clareza, não a imagem gratuita-bem-louca; mas sim a parábola, a narração muda.
Hitch fazia isso sem que notássemos ( alguém notou que Psicose é um filme mudo ? ). Onde Os Fracos Não Têm Vez quase chega lá. Tim Burton tem ótimas cenas que dispensam o som. Scorsese faz isso muitas vezes.
O renascimento do cinema virá por aí ( se vier ). A revalorização, o estudo do cinema sem som, sem explicação e claro como dia.