CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO - HITCHCOCK
Se eu disse, em um post abaixo, que devemos lembrar que ao ver um filme de John Ford estamos vendo a obra de um homem do século XIX, digo que Hitchcock não, o inglês é já um homem do século XX. Em seus filmes vemos toda a neurose pós Primeira Guerra-Freud. Mesmo em um filme menor como este, não se trata de um grande filme, notamos como nada é o que parece, ninguém pode ser o que gostaria de ser e toda narrativa pode ser um engodo. Se todo filme de Ford é a afirmação de uma moral, todo filme de Hitch é a certeza do precário. Medo, dúvida, mudanças involuntárias, enredamento, cobranças, esse o mundo de Hitch e esse é nosso mundo ( ou era, o mundo de 2025 não é mais aquele do século XX ). -------------- Este filme, de transição, não é um dos grandes Hitch e talvez nem seja um bom filme. Percebemos que são três grandes cenas e que se cria uma história, bem forçada, para encaixar essas cenas. Entre elas, uma história que é quase desinteressante. ----------- Sim, eu continuo achando Alfred Hitchcock o maior talento da história do cinema e o mais atemporal dos autores, mas ele tem filmes bastante insatisfatórios, poucos, mas eles existem. Este é um deles.