O DIAMANTE DO MARAJÁ - ROBERT LOUIS STEVENSON
Proust gostava de Stevenson. Heminguay e Henry James também. Mas a partir de 1920, o escocês Robert Louis Stevenson passou a ser jogado fora. Como fosse um mero escritor juvenil, seu nome passou a ser excluído das enciclopédias. A Ilha do Tesouro, O Médico e o Monstro, toda sua obra se tornou literatura para crianças ou para adolescentes. Um sub Joseph Conrad. Um simples autor do nível de Rafael Sabatini. -------------- Conrad é considerado genial e Lewis Carroll, um autor também infantil, é muito bem conceituado. A partir deste século Stevenson renasceu. Hoje ele é levado a sério e só para voce saber, Borges era seu fã e Chesterton o elogiava sempre. ---------------------- Stevenson é um ótimo autor de aventuras, mas é também um autor de estilo. Ele escreve muito, muito bem. Neste livro ele demonstra habilidade, pois a narração é dividida em cinco partes, cada uma contando a mesma história mas sob pontos de vista diferentes e trazendo novos personagens. É um primor de escrita. Gente que parecia ser boa se revela ruim e atos que pareciam insignificantes se mostram cruciais. ---------------------- Temo que a revalorização deste autor se deva ao fato dele ter sido um defensor dos nativos da Polinésia. Doente dos pulmões, ele foi viver nas ilhas em busca de cura e assim tomou partido dos nativos. Provável que wokes o defendam por isso, sem o ler. De qualquer modo, ele merece ser lido e relido.