LUIS BUÑUEL, MEU ÚLTIMO SUSPIRO
Leio a auto biografia de Luis Buñuel. Me dá uma estranha sensação de vazio. Talvez sejam os surrealistas. Aqueles nomes, que eu cultuava aos 25 anos, hoje me causam tédio. Eram crianças que faziam criancices. E o mais trágico, seu legado é quase nenhum. Adoro os filmes de Cocteau, mas ele não foi um típico surrealista, Cocteau estava em todo canto. --------------- Há também a Espanha, país que sempre me incomoda. Os espanhois me parecem sempre orgulhoso sem motivo para o ser, fechados em um país que ama ser injusto e adora sonhar com glórias ridículas. A dupla Lorca e Dali me comoveu aos 20 anos e faz mais de 40 anos que Lorca não me diz mais nada. ----------------- Mas há algo de bom neste livro escrito por um homem simpático? Sim, há. Gostei muito do capítulo sobre alcool. Luis é um bom bebedor e ama o gim, assim como eu. O que ele sente ao beber é o que sinto e ao contrário de mim, ele sabe explicar o que sente. ------------------- Eu adoraria ler uma biografia da família de Luis, principalmente sobre o pai, homem que vivia como um típico latino rico: não fazia absolutamente nada. Me agrada também saber que Buñuel gostava dos Irmãos Marx. ---------------- No mais, sinto que ele não contou nada.