THE INNER MOUNTING FLAME - THE MAHAVISHNU ORCHESTRA

Após deixar Miles Davis de queixo caído, em gravações feitas em 1969-1970, o inglês John McLaughlin parte para sua carreira solo. Primeiro um disco acústico, Goal Beyond, e então sua banda, a Mahavishnu Orchestra. Primeiro, por que esse nome indiano? Ao contrário de tantos pop stars, a conversão de John ao hindusimo foi séria, profunda, cuidadosa. McLauglin nunca mais voltou a ser apenas John. Passou a usar branco, ser vegetariano e sua música mudou. Os shows que a Mahavishnu fazia, entre 1971-1974, eram, sempre lotados, uma experiência mística. Mas atenção! Se voce espera longos mantras indianos está enganado. É jazz rock agressivo. Poderoso, e com uma das mais perfeitas bandas da história. ----------------------- Viraram super grupo e foram o grupo no imenso mundo do jazz elétrico a conseguir sucesso vasto. Isso porque de todas vertentes do jazz elétrico de então, é a Mahavishnu a mais rock e a menos jazz. O Weather Report foi seu grande rival pelo sucesso, mas o Report é infinitamente mais jazz. ---------------- Isso não significa crítica à John, a Mahavishnu é maravilhosa! Veja este disco, seu primeiro. Já de cara você fica surpreso. É tanta energia bruta que sua mente se perde. Billy Cobham, talvez o maior baterista da história, ataca com um furor inesquecível. É um John Bonham do jazz. Só que muito mais veloz, ágil, jazz em excência. Mas há mais. Há o violino de Jerry Goodman, o baixo de Rick Laird e o teclado de Jan Hammer. Todos afiados, desafiadores. E, claro, a guitarra de McLaughlin, a maior da história do intstrumento. John toca rápido, toca urgente, aqui muito menos lírico do que seria mais tarde. É cerebral, é filosófico, e é, sim, rock. ------------------ Nas 8 faixas eles provam sua maestria. Noonward Race é minha favorita, mas o disco todo não perde punch. Nao há como não ficar tocado pela técnica deles, mas é técnica com emoção, com fogo e trovão. -------------------- Em 1971 foi uma enorme porrada. Encheram auditórios, venderam bem, se tornaram estrelas. Bons tempos em que música tão complexa era um hit.