Imagine um cara que em 1977 está ouvindo Lynyrd Skynyrd. E também Led Zeppelin, The Who e Eagles. Então ele vê na TV um negro de um metro e noventa descendo uma escada. Esse negro está maquiado, tem um leque e se move como uma bicha. Que reação esse cara vai ter...Pior de tudo: esse gay canta as alegrias do amor físico. ALEGRIA.
Cena dois. Uma garota é, em 1976, louca por Peter Frampton, Paul MacCartney...então ela vê uma mulher, desajeitada, rebolando como uma prostituta das mais baratas. Ela pede mais sexo, more more more, e pela primeira vez essa menina do rock vê uma puta barata na TV.
Mais uma cena. Dois irmãos do Brasil, que ouvem Stones, Rod e Purple, acham cômico uma música besta que fala de macho man. Mas ao ver o clip num domingo de noite se sentem estranhos...tem uns caras rebolando, um bigodudo vestido de couro preto, um índio meio pelado...que é isso!
Pela primeira vez na história do POP ( se a gente ignorar o jazz, pois o jazz nunca foi POP ), a música do bordel se tornou mainstream. Sim, porque o que mais nos incomodava na disco era o fato de seu amadorismo e seu sexo barato, muito barato. E feliz. No rock sexo é sempre dor, ansiedade ou desafio. Na disco ele era uma noite no puteiro. E esse local tinha além de suas meninas desajeitadas, bichas, muitas bichas alegres e sem vergonha.
Como reagiu o mainstream, eu incluído...COM ÓDIO! Um ódio que voce, que tem hoje 30 anos, não pode nem imaginar... tanto ódio que os fãs chegaram a juntar 3 toneladas de discos de disco e os destruir dentro de um estádio de beisebol. Mas esse ódio era do que...
Alegria, latinos, negros, gays, todos felizes e se exibindo...isso não pode!!!! E a acusação foi aquela de sempre, ISSO NÃO É MÚSICA! Claro, não se podia assumir o preconceito de raça e de sexo...
É música sim! Os caras cantavam e tocavam muito bem e os arranjos, alguns, são coisa de gênio. Longos arranjos de violinos, de baixo e de percussão. Lindo!
Madonna e Prince, espertamente, pegaram tudo da disco, deram um banho de loja e o deixaram aceitável para muitos dos ex raivosos. Mas nos anos 80 já havia algo de neurótico na coisa, a AIDS, a repetição de algo que fora espontâneo, alguma coisa parecia fake em 1986. Hoje, 2017, Beyoncé e que tais continuam a repetir a festa. Mas quanto mais o luxo aumenta menos feliz ele parece.
Em 1976 os loucos tomaram os negócios. Raivosos e idealistas tomaram via PUNK. Deslumbrados e festeiros via DISCO. Foram quatro anos fantásticos! ( Hoje os loucos tomam as rédeas em casa, e isso não causa nada de novo ).
E eu, em 1978, ouvindo Kiss, Aerosmith, perdi a festa...
( Mentira! Eu ouvia disco e ia à Banana Power escondido... ).
Cena dois. Uma garota é, em 1976, louca por Peter Frampton, Paul MacCartney...então ela vê uma mulher, desajeitada, rebolando como uma prostituta das mais baratas. Ela pede mais sexo, more more more, e pela primeira vez essa menina do rock vê uma puta barata na TV.
Mais uma cena. Dois irmãos do Brasil, que ouvem Stones, Rod e Purple, acham cômico uma música besta que fala de macho man. Mas ao ver o clip num domingo de noite se sentem estranhos...tem uns caras rebolando, um bigodudo vestido de couro preto, um índio meio pelado...que é isso!
Pela primeira vez na história do POP ( se a gente ignorar o jazz, pois o jazz nunca foi POP ), a música do bordel se tornou mainstream. Sim, porque o que mais nos incomodava na disco era o fato de seu amadorismo e seu sexo barato, muito barato. E feliz. No rock sexo é sempre dor, ansiedade ou desafio. Na disco ele era uma noite no puteiro. E esse local tinha além de suas meninas desajeitadas, bichas, muitas bichas alegres e sem vergonha.
Como reagiu o mainstream, eu incluído...COM ÓDIO! Um ódio que voce, que tem hoje 30 anos, não pode nem imaginar... tanto ódio que os fãs chegaram a juntar 3 toneladas de discos de disco e os destruir dentro de um estádio de beisebol. Mas esse ódio era do que...
Alegria, latinos, negros, gays, todos felizes e se exibindo...isso não pode!!!! E a acusação foi aquela de sempre, ISSO NÃO É MÚSICA! Claro, não se podia assumir o preconceito de raça e de sexo...
É música sim! Os caras cantavam e tocavam muito bem e os arranjos, alguns, são coisa de gênio. Longos arranjos de violinos, de baixo e de percussão. Lindo!
Madonna e Prince, espertamente, pegaram tudo da disco, deram um banho de loja e o deixaram aceitável para muitos dos ex raivosos. Mas nos anos 80 já havia algo de neurótico na coisa, a AIDS, a repetição de algo que fora espontâneo, alguma coisa parecia fake em 1986. Hoje, 2017, Beyoncé e que tais continuam a repetir a festa. Mas quanto mais o luxo aumenta menos feliz ele parece.
Em 1976 os loucos tomaram os negócios. Raivosos e idealistas tomaram via PUNK. Deslumbrados e festeiros via DISCO. Foram quatro anos fantásticos! ( Hoje os loucos tomam as rédeas em casa, e isso não causa nada de novo ).
E eu, em 1978, ouvindo Kiss, Aerosmith, perdi a festa...
( Mentira! Eu ouvia disco e ia à Banana Power escondido... ).