Descobri um sebo cheio de ótimos livros de arte. E baratos. Compro alguns, dentre eles esta bela edição de 1992, inglesa, sobre decoração. Quem me conhece sabe que meu mundo se faz pelos olhos. Cinema, fotografia, pintura, arquitetura, tudo que é do olho me interessa. E decoração. Tenho alguns belos livros sobre o assunto e este é um dos mais bonitos e dos mais originais.
ELE É ORIGINAL POR NÃO SER ORIGINAL.
Em todos os livros e revistas que vejo, edições de 2000, 2010, de 2016, a grande onda é ser toscano, marroquino, despojado, provençal, minimalista ou orientalista. Todos esses estilos são bonitos, elegantes, fascinantes até. Mas este livro tem o velho e puro estilo inglês. Que é a negação de todos esses estilos citados. Tento o descrever...
Pouca luz, tudo é penumbra. No chão, pesados tapetes com arabescos ou sólido chão de madeira pintada. As paredes têm uma profusão generosa de quadros, fotos, espelhos, afrescos, papel, tapeçaria. Cortinas escurecem a luz e pesam nas janelas. Há abajures imensos, mesinhas, sofás gigantescos, imensos, fofos, cheios de almofadas de seda, de lã, de damasco. Estantes entulhadas de livros velhos, bolorentos e enfeites: cavalos de louça, soldados de chumbo, flores em vasos, fotos e espelhinhos, ursos, peixes e barcos.
Portas de madeira lascada, verdes, azuis, laranjas, e poltronas de pano pintado, de veludo escuro, com panos, poltronas pra beber conhaque, pra fumar charuto. E longas mesas de mogno, as paredes frias, sombras e a luz do inverno filtrada na vidraça turva, amarela, antiga. Casas de avós, com cozinhas tímidas, e sólidas, cozinhas com louça onde se pode ver um mar, uma ilha, um sol. Pias de pedra, torneiras entupidas, estanho e cobre, bronze. E nos quartos a cama alta, fofa, anti-coluna vertebral, guarda roupa torto, imenso, esconderijo de mundos perdidos.
Casa que tem cantos, tem lugares secretos, caminhos de ratinhos ariscos, brinquedos largados, recuperados, teias de aranha, ruídos, cheiros, mistérios.
Nunca vi casas tão apaixonantes.
ELE É ORIGINAL POR NÃO SER ORIGINAL.
Em todos os livros e revistas que vejo, edições de 2000, 2010, de 2016, a grande onda é ser toscano, marroquino, despojado, provençal, minimalista ou orientalista. Todos esses estilos são bonitos, elegantes, fascinantes até. Mas este livro tem o velho e puro estilo inglês. Que é a negação de todos esses estilos citados. Tento o descrever...
Pouca luz, tudo é penumbra. No chão, pesados tapetes com arabescos ou sólido chão de madeira pintada. As paredes têm uma profusão generosa de quadros, fotos, espelhos, afrescos, papel, tapeçaria. Cortinas escurecem a luz e pesam nas janelas. Há abajures imensos, mesinhas, sofás gigantescos, imensos, fofos, cheios de almofadas de seda, de lã, de damasco. Estantes entulhadas de livros velhos, bolorentos e enfeites: cavalos de louça, soldados de chumbo, flores em vasos, fotos e espelhinhos, ursos, peixes e barcos.
Portas de madeira lascada, verdes, azuis, laranjas, e poltronas de pano pintado, de veludo escuro, com panos, poltronas pra beber conhaque, pra fumar charuto. E longas mesas de mogno, as paredes frias, sombras e a luz do inverno filtrada na vidraça turva, amarela, antiga. Casas de avós, com cozinhas tímidas, e sólidas, cozinhas com louça onde se pode ver um mar, uma ilha, um sol. Pias de pedra, torneiras entupidas, estanho e cobre, bronze. E nos quartos a cama alta, fofa, anti-coluna vertebral, guarda roupa torto, imenso, esconderijo de mundos perdidos.
Casa que tem cantos, tem lugares secretos, caminhos de ratinhos ariscos, brinquedos largados, recuperados, teias de aranha, ruídos, cheiros, mistérios.
Nunca vi casas tão apaixonantes.