ROCK VELHO, ROCK NOVO

Primeira coisa: Neste texto quando falo "velho" ou "infantil" isso não é um valor, um adjetivo. É apenas um rótulo independente de julgamento. OK?
Rock Velho não é show dos Stones ou do Who. Um show dos Stones aos 75 anos pode ser saudosismo, experiência pra botar no currículo ou Peter Panzice way. Um show do Who pode ser testemunhar uma coisa quase religiosa. Mas não é esse "velho" que vou explicar. É outro muito mais discreto e simbólico.
Tenho 55 anos. Sou velho. Ou adulto maduro. Não importa o nome, passei da metade de minha vida faz tempo. Continuo ouvindo rock, embora ele não tenha mais a importância vital de quando eu tinha 20 anos. 90% das bandas, de ontem ou de hoje, não me dizem mais nada. Falam de coisas infantis, irrelevantes para quem tem mais de 40. ( A não ser que o cara continue vivendo como um cara de 18, o que seria beeeem estranho ). A gente, depois dos cabelos brancos, simplesmente não consegue mais se conectar 100% com um cara falando de futuro, amor ingênuo, fugir da casa do pais, saltar fora da escola ou ter ataques de deprê adolescente. A poesia pobre com rimas fracas também incomoda. Assim como a rebeldia de bandidinho da rua. Isso tem a ver com o som também. Riffs falam desses temas também. E a gente, velho, se sente fora disso. Vendo pela janela, não lá dentro da sala.
Os Stones em novos discos continuam fazendo esse tipo de som. Não só eles, mas velhotes vários insistem em fazer rock infantil. Eis porque digo que tudo isso independe de idade.
Mas existe um rock velho. Que pode ser gravado hoje e pode ser feito por um cara de 20 anos. Mas é velho no sentido de que ele passa a sensação de alguém que já viu demais, viveu demais, sabe muito mais do que ousa dizer. É um rock discreto, nada espetacular, cansado até, que cheira a charuto, tem gosto de whisky e rima com solidão aceita e até amada. Chris Isaak aos 25 anos já fazia isso. Era natural. Assim como é natural desde sempre a The Band ou JJ Cale. A turma da soul music nasce madura. O country gosta de ser velho. Mas o rock, esse luta como Neverland para ser sempre um teenager.
Acho que é só isso que vou falar. Rock velho não é verborrágico. Nunca. E   nem histérico.

Um Tributo à Dener



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DENER - DENER PAMPLONA ABREU. O CHIC DE UM TEMPO REAL.

   Eu vi meus caros, eu estava lá. Quando voce olha uma foto, hoje, de 1970, talvez voce veja apenas costeletas longas, calças justas demais ou camisas com estampas exageradas. Mas por detrás de tudo isso, perceba, havia um genuíno desejo por elegância. Crianças, mesmo as de escola pública, não podiam estudar sem o uniforme. E uniforme era uma roupa que se ocupava de camisa, calça, meia e sapato; não era apenas uma camiseta com símbolo da escola. ( As meninas mais ainda, a saia tinha de ser com pregas ).
  Recordo que os empregados de meu pai, simples balconistas de bar, recém chegados do Paraná e da Paraíba, ficavam horas no vestiário antes de ir embora do trabalho. Banho, calça passada, camisa de manga comprida e uma montanha de perfume. Só então eles iam pra rua. A vaidade se exibia em roupa, hoje ela se exibe em carne e pelo. ( Nossa vaidade atual é a vaidade do corpo malhado e do cabelo em corte diferente. Uma vaidade pelada. Sem arte, a vaidade do guerreiro ou do prostituto. )
  A costureira ia em casa quatro vezes por mês. As roupas da minha mãe, mesmo as compradas feitas ( pret a porter ), era ajustadas por uma profissional. E tudo tinha forro. Engraçado, a arte do forro é uma arte perdida. O forro era o luxo que ninguém via, apenas sentia na pele. Neste mundo todo pra fora, exposto, morreu o forro. Mas vamos ao Dener...
  Antes de Dener gente muito rica comprava tudo na Europa. Com Dener eles passaram a comprar Dener. Nascido rico, no Pará, Dener vendeu sua moda vendendo sua frescura. Ele mesmo fala isso. Seu jeito fresco de ser vendeu a ideia de moda ultra chique no Brasil. E como ele era fresco!!! Coisa que ele não fala, o livro foi escrito em 1972, minha edição é a da Cosac de 2005, é que ele foi o primeiro gay brasileiro querido por donas de casa e crianças. Graças a Flavio Cavalcanti, que tinha um programa de TV, na Tupi, domingo a noite, audiência gigante, Dener era jurado, e lá ele se tornou mega estrela. Fãs esperando na rua, no aeroporto. Eu era criança e lembro. Muito antes de Ney Matogrosso, Dener foi o primeiro gay a entrar nos lares tupis. Eu o via e não sabia o que achar. Aquele moço tão frágil, magro demais, tão romanticamente vestido, sedas e lenços, babados, tão vaidoso, tão ferino, e bonito, sim bonito. Mas eu sabia que havia algo de secreto nele, Criança sabe. E fica encafifada.
  O ateliê de Dener era na Paulista. Uma esquina onde depois foi um McDonalds. Quem tem menos de 50 anos não sabe o que foi o chique paulista. No Mackenzie ainda peguei o fim desse tempo. Gente que nunca havia pego um ônibus. Que não sabia entrar em um banco. Que jamais havia pago uma conta. Sim porque a principal característica do chique é viver no mundo da Lua. São distraídos, pouco práticos, o tipo que não percebe um incêndio no vizinho. O tipo que não sabe apertar botão de elevador. Os outros fazem tudo por ele. Meu amigo Leandro Cunha Bastos, minha amiga Claudia Lindolfo Daher, amigos do Mackenzie, nunca pensaram nem em aprender a dirigir. O chauffeur os conduzia. E como todo chique, não tinham nome, tinham nomes e um apelido gracinha: Lelê e Clau.
   Dener diz que a utilidade do chique é ensinar as classes pobres o que significa ser civilizado. Exemplo. Acredito que sim. Essa é a única utilidade da realeza inglesa desde 1688. Hoje nossos modelos são algum cantor sertanejo e alguma cantora da Bahia. Em 1970 os modelos não eram os Mayrinck ou os Campos, mas Pelé e Roberto Carlos, os modelos de então, pegavam como moldes esses chiques de verdade e os passavam para nós, simples aspirantes. Veja uma foto de Pelé em 1967 ou de RC em 1968. Há informação naquele visual. À partir de 1978 a coisa se degringola.
  Último toque: não leia este livro se voce tem menos de 40 anos. Dener elogia o regime militar. Se voce não tem alguma lembrança da época não vai aceitar isso. De jeito nenhum.

A VIDA DOS ELFOS - MURIEL BARBERY

   Lançado em 2015, este é o terceiro livro de Barbery que leio. Hm...confesso que não consegui chegar ao final...e é duro para mim não terminar um livro! Parei na página 110, marquei bem essa página e espero um dia o retomar. Enfim...
   ( O fato é que tenho tantos livros para ler e me dá nervoso perder tempo com algo que não seja um belo prazer ).
   A intenção de Muriel é louvável, ela tenta escrever um livro mágico. Para isso, ela usa a linguagem romântica. É o mesmo tipo de texto de Alain Fournier ou de algum poeta esquecido de 1840. Mas não funciona. Infelizmente. As imagens parecem forçadas e a linguagem acaba soando falsa. A sensação que temos ao ler é de ironia. E ao mesmo tempo sabemos que essa ironia é involuntária. Ela vem de nossa leitura e não da escrita dela.
   São duas meninas, uma na Itália e outra na França, que conseguem sentir a linguagem da natureza. E assim, o texto é repleto de árvores emanando luz ou de insetos e sua lingua secreta. Barbery usa imagens "lindas", o livro é tão "belo" que perde o tom. As frases são musicais, isso ela consegue, mas é melodia de Franz Léar, não de Schumann.
   Uma pena.
   ( Ou talvez seja apenas um livro romântico para meninas de 13 anos...sei lá ).

The Police - Voices Inside My Head



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Roxy Music - Avalon



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Poet



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Giorgio Moroder-First Hand Experience In Second Hand Love



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Association - Never My Love (1967)



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ENO DISSE: AMBIENTE-SE!

   Ambientação é timbre e timbre é o que diferencia música pop-elétrica  de música antiga, acústica. Melodia e harmonia independem de novas sonoridades. Música pós 1950 tem como diferencial-original o timbre. O ato de gravar e de mixar passa a ser parte da criação. E isso será levado aos extremos nos anos 80 via eletrônicos e RAP ( que são os estilos que salvam a década e a glorificam ).
  Posto e aqui e em posts mais adiante as músicas que me fizeram despertar para essa riqueza de tons, ecos, efeitos, detalhes. Tempere seus ouvidos.
  First Hand in Experience - Giorgio Moroder.
Era agosto de 1977, e o fato de lembrarmos datas e lugares onde estávamos prova a importância do evento. Na rádio Bandeirantes FM, novidade na época, som estéreo, eu escutei numa tarde fria, cinzenta, este som. E senti pela primeira vez na vida a frieza ambiental da música feita só por synths. O engraçado é que eu não sabia como aquele som era feito. Achei que havia algo acústico ali. Lembro de estranhar o timbre da "bateria", não entender como ela podia soar tão contida, plástica, exata. O futuro nascia neste quatro minutos de charme sexy gelado. A melhor biografia de música que li, a dos Kraftwerk, fala da importância central deste LP. Giorgio era o italiano louco que misturava Kraftwerk com disco. Depois os próprios alemães copiariam o italiano. Se voce quer saber o que se criou de revolucionário em gravações após a era de Phil Spector, esta é a faixa.
   A Poet - Sly and The Family Stone
E depois, em 1985, eu descobri que o pop negro sempre foi a ponta de lança do negócio. Sempre foram eles que inventaram troços novos. Basta observar que esse povo que NÃO ESCUTA música negra nunca sai da mesma lenga lenga, não mudam. Foi a black music que fez Bowie, Mick e tantos outros evoluírem. E em 1985 descobri que em 1970 havia um LP que fazia TUDO o que havia sido gravado em 1970 parecer muito, muito velho. Esta faixa em especial é uma porrada na cara de sonados e emparedados. Sly levou uma ano em estúdio para conseguir esses efeitos sonoros. Teclados que zumbem como abelhas, guitarras que ricocheteiam e o baixo de Larry Graham que é uma arma. Mata tudo. Os vocais ecoam como trovões nos céus. Tem eco e tem peso, tem swing e tem presença. Isto é o máximo de ambição que um produtor pode ter. E ele se chama Sylvester Stewart: um gênio.
  Avalon - Roxy Music
No último disco do Roxy, de 1982, encontrei a sonoridade de cristal que me seduziria forever. Tudo aqui decola e voa, numa leveza que te leva junto. Ferry desenvolveria pelo resto da vida este tipo de som: Um pop imaterial, diáfano, o máximo de romantismo com o mínimo de peso. Avalon é o pop mais perfeito possível, tão sublime que a gente sente que a música pode se desmanchar em um sopro mais forte. Há milhares de toques de percussão, uma guitarra quase silenciosa, um sax que hipnotiza e a voz de Mr Ferry no grau máximo de cetim e veludo. De Madonna à George Michael, de D'Angelo à Timberlake, todos tentariam essa sonoridade ultra mega chique.
   Never My Love - The Association
É este o disco. Em 1967 nasce o pop chique. Never My Love é tão bonita que dá pra ouvir pra sempre. O Wrecking Crew acompanha. As vozes antecipam I'm Not in Love e o instrumental anuncia Avalon. O teclado é tocado com a ponta das unhas. A canção parece vir das nuvens de um paraíso grego. É Platão inventando pop music. Achei a chave: esta música é platônica! É o molde-ideal de todas as canções com timbres e ambientação sublime. Nunca mais se faria nada tão etéreo.
   Voices Inside My Head - The Police.
Ninguém fala, mas Stewart Copeland é o maior baterista da história do rock. A gente esquece disso porque sua carreira durou apenas 5 anos. Depois sei lá...sumiu. Esta faixa, obra do estúdio de Chris Blackwell, é uma sinfonia de ecos, sons do deserto, miragens de harmonias e muito beat. Potencialmente o Police foi uma das dez maiores bandas da história. Eles tinham tudo. Mas se odiavam. Andy Summers tocava as partes da bateria e Copeland fazia na bateria os riffs da guitarra: esse o segredo do som. Sting tinha mãos de negro= swing de jazz. Esta faixa, de 1980, é uma duna.
   E Mais:
Eu poderia falar do som pelado de Big Pink, de The Band; do timbre de guitarra único de J J Cale. Poderia comentar a sonoridade "ruim", de asilo, do Satanic dos Stones. Ou o som limpo, clean, de quarto de dormir de Chris Isaak. O timbre do synth em The Law, dos Human League ( nunca ouvi timbre tão bonito, tão perfeito ). E compor, eu poderia, uma enciclopédia exaltando os timbres nunca repetidos dos solos de Jimmy Page e de Jeff Beck, os guitarristas mais irrequietos do rock. Ou fazer odes ao timbre sempre igual, e sempre perfeito, da guitarra de Robbie Robertson, de Peter Green, de Steve Cropper. Ah e tem o timbre fácil de reconhecer, por ser uma assinatura, dos couros de Ginger Baker. Mas paro por aqui. Caso voce não saiba, menos é mais, e deu né.

The Rolling Stones ~ 08. Stray Cat Blues



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Abba - SOS



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Baby I love you • Original • Andy Kim • 1969



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David Bowie - Breaking Glass (Extended Version)



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TIMBRES E AMBIENTES SONOROS

   Como Brian Eno diz, o que há de melhor no Pop, no Rock ou nas vertentes black, é o timbre, o tom original que se pode tirar de cada instrumento. A riqueza possível em cada gravação, no trabalho de produtor, engenheiro de som e músicos. Aponto mais quatro exemplos que marcaram muito meu gosto musical.
   Baby, I Love You - Andy Kim.
Produção de Phil Spector com todas as marcas do louco produtor: A união de montes de instrumentos tocando juntos como se fossem um só. Aqui estão guitarras, flautas, trombones, órgãos, pianos, baterias, xilofones, chocalhos, e mais um coro de vinte vozes. A canção começa com uma batida na caixa que logo abre espaço para a massa sonora que desaba como um trem em andamento. O som avança, grosso, forte, impetuoso, e a grande surpresa é: ela consegue ser intimista mesmo com tanto som. É um trabalho de time: Spector, Jeff Barry e Jack Nitzsche. Histórico.
   SOS - Abba.
As lições de Spector e de Brian Wilson renascem nos anos 70 neste grupo sueco de imenso sucesso. O estilo é o mesmo: massa sonora unida em acordes grudentos que se espalham como toques de tinta em tela pequena. Curto, grosso e absolutamente perfeito. Tenha calma e repare: as linhas de piano e de synth são sinuosas, simples, claras e irresistíveis. E as guitarras e bateria surgem como percussão, marcam ritmo e marcam evolução musical. Por cima de tudo, os vocais. A menina triste em solo, o coro dando apoio à dor e erguendo a canção. Agnetha é uma voz como nenhum outra, sua tristeza é sempre a nossa. 3 minutos que mudam uma vida.
   Breaking the glass - David Bowie
Tudo já foi dito sobre as gravações de Low. Desde o som da caixa, gravada à parte por Conny Plank, até os sons alienados dos teclados de Eno ( tive a honra de ver a maleta-teclado, o synth usado nas gravações de Low em exposição no BR em 2015 ). O baixo de George Murray parece feito de chicotes de aço. E há o timbre da voz de David: uivos de um coiote perdido em Berlin.
   Stray Cat Blues - Rolling Stones.
Durante décadas foi meu timbre fetiche. Como se conseguiu um som tão metálico neste disco absurdo? Ouça os primeiros acordes: A guitarra de Keith é de lata, uma lata amassada e enferrujada que corta nossos ouvidos. A voz de Mick é afogada em ruído ácido e a bateria tem o timbre de latões de lixo. E no refrão: um kaos de magnífico ruído, a guitarra como vidro caindo sobre rochas. No final, swing, sexo, sangue. Jimmy Miller produziu.

Lou Reed - Vicious



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10cc - I'm not in love (complete version) (video/audio edited & restored...



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Steely Dan - Hey Nineteen (1981) HQ



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Spencer Davis Group - 'Gimme Some Lovin' Stereo Music Video



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TIMBRES, AMBIENTAÇÕES, CLIMAS.

   Conversava eu com um amigo quando foi citada a célebre frase de Brian Eno: "A música POP não deve ser valorizada por melodia ou harmonia, nisso a música erudita é muito melhor; mas sim pela originalidade de seus timbres."
   Como prometido, faço aqui uma breve explanação de algumas canções que me marcaram e me marcam por seus timbres.
   ( Antes um adendo: A música pop do século XXI tem tido uma uniformidade de timbres irritante. Parece que todos os estúdios e todos os produtores usam os mesmos equipamentos e as mesmas técnicas...Aliás, não parece, é fato ).
   The Spencer Davies Group - gimme some lovin.
Não tem como não falar dessa faixa de 1966. Mais que tudo, o grande gênio deste som é Jimmy Miller. Ele quem produziu esta canção que esbanja ambientação. Podemos ver o local onde os músicos estão. Há uma abundância de vozes, de sons de percussão e um órgão que soa como faca. É um marco da gravação elétrica. Feche os olhos e enxergue os caras tocando.
   Steely Dan - hey nineteen.
O Steely Dan usa em cada faixa de seus LPs formações diferentes de músicos. Como num menu, Fagen e Brecker escolhem o som que cada músico pode dar. O som de hey 19, faixa de 1980, gravada em LA, 38 canais, usa os músicos de estúdio mais foda que o dólar podia comprar. Mas acima de tudo ela é elegante. Começa com aqueles acordes de guitarra e se espalha em um dos melhores sons de bateria já gravados. A música é quase nua, usa o silêncio e os backing vocals são dos céus. Todos os timbres são fortes em presença e ao mesmo tempo discretos, por isso elegantes. Uma aula de bom gosto.
   10CC - i'm not in love.
É uma das canções mais importantes do pop de todos os tempos. Levou cinco meses para ser gravada. O quarteto, gente que produziu Yardbirds entre outros, perfeccionista ao extremo, faz uma canção maravilhosa usando apenas vozes como melodia. Essas vozes, apenas duas, são multiplicadas ao infinito. De fundo, um piano elétrico delicado e um baixo que parece tocado por um anjo. Eno fala de ambientação, estamos no Eden aqui. O momento em que a melodia cessa e depois retorna é assombroso. O final sempre me faz pensar que a música pop foi criada para um dia dar luz a esta canção perfeita.
   Lou Reed - Vicious.
Mick Ronson e Ken Scott são os responsáveis por este rock de um timbre nunca mais igualado ( ok, David Essex tem um disco com som parecido ). A guitarra de Mick é aquosa, plástica, suave; enquanto a bateria rebombeia ao redor do som. É preciso criar novas palavras para falar de som tão novo. Repare como a voz de Lou, "machona", noturna, detonada e sábia, faz contraste com o som da instrumentação de Ronson. O solo é tão maravilhoso que seria digno do melhor de Jeff Beck. Voce pode ouvir isto 300 vezes. Nunca vai enjoar.
    ( amanhã tem mais )