Mostrando postagens com marcador chris isaak. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador chris isaak. Mostrar todas as postagens

Chris Isaak - Somebody's Crying Official Music Video



leia e escreva já!

O AMOR SE GUARDA DO TEMPO. CHRIS ISAAK- FOREVER BLUE

   ...Heminguay disse um dia que o ódio termina mas o amor é para sempre.
   Eu amo para sempre aquela menina e com ela eu amo este disco. Que foi e é sua trilha sonora. E Heminguay combina bem porque este disco e este amor tem cheiro de camisa de flanela e de eucalipto e ele é frio, é sopro de vapor e mãos que se esfregam. Touca de lã.
  Ela é frágil como se fosse feita de promessas dificeis de serem cumpridas. A voz de Chris é de cristal? Não, acho que melhor dizer orvalho. E ele canta o amor todo o tempo. Ele realmente crê no amor. E te digo amigo, neste mundo a gente tem de crer no amor e mais ainda, a gente tem de bradar e exercitar o amor. All the time.
  Como pode isso? É um milagre e o fato desse amor existir prova que milagres só acontecem para quem crê neles. Oh God! Eu crio no amor e creio nela. Porque ela é linda.
  Como é este disco com seus solos de guitarra curtos, delicados e viris, com sua luz de estrada de quem vai voltar. com sua tristeza esparramada, mas não desespero, porque desespero só vem para quem deixou de acreditar.
  Este disco me foi proibido por anos e anos. Doía demais escutar a trilha dela. E minha alma, saudosa, guardou esse disco como quem guarda cinzas. Agora ele toca porque chegou a hora de tocar de novo. Ela é agora como sempre foi. O amor guarda e protege do tempo da vida.
  Tão bom ouvir a voz de Chris novamente. E tocar o corpo conhecido que se encolhe.
  Ela é linda. E eu sou bom.

Chris Isaak - Goin' Nowhere (MTV Unplugged)



leia e escreva já!

Wrong To Love You



leia e escreva já!

HEART SHAPED WORLD- CHRIS ISAAK, AMAR BEM.

   Mesmo que superficialmente Chris Isaak parecesse ser da mesma raça que John Mellemcamp ou Tom Petty ( não é e nunca foi ), quando surgiu em 1987 ele não poderia estar mais deslocado. Seus 3 primeiros discos nada venderam e ele só começou a chamar a atenção quando Tony Scott colocou uma música dele em seu melhor filme: AMOR A QUEIMA ROUPA, roteiro de Tarantino. Antes David Lynch usara Wicked Game em CORAÇÃO SELVAGEM. De repente, em 1991, gostar de Chris Isaak era hiper-cool. HEART SHAPED WORLD foi o primeiro disco dele que comprei. Não sei se é o melhor, ele tem cinco discos de altíssimo nível. E felizmente, todos eles têm o mesmo espírito: falam de amores despedaçados e de casais que sabem estar no fim. Isaak é desbragadamente romântico. Ele só pode ser entendido por aqueles que já amaram mal.
  O som de sua guitarra é produzido pela mais vagabunda das guitarras. É famosa a história de que ele comprou uma guitarra na Sears-Roebuck, tipo "de brinquedo". Modelo que distorce tudo, desafina, tem zumbido. Esse se tornou seu som, um toque delicado num instrumento irascível. Mistura de Chet Baker com fartas doses de Elvis, Isaak é uma reedição de Roy Orbison. Tem voz.
  Grandes vozes brancas. Como foram Van Morrison ou Steve Winwood. Isso desapareceu. Ninguém se importa mais com cantores que cantam bem, que têm um timbre reconhecível. Estilo vocal é coisa tão rara como praia deserta ou ilha desconhecida. Chris Isaak tem voz. Uma voz afinada ( e que ao vivo é idêntica ), suave e levemente angustiada, cristalina. Cheia de sentimento, mas jamais parecendo feminina, é um homem que ama.
  Na época deste disco ele filmava com Bertolucci ( O PEQUENO BUDA ), e tinha clips feitos por Bruce Weber ( quem não sabe, Bruce é O fotógrafo de moda ). Poderia ter sido uma estrela se tivesse se aplicado em fazer mais versões açucaradas de Wicked Game. Não. Seu disco seguinte era como todos os outros. Melancolia de motéis de beira de estrada. Chris não adoçou Wicked Game. Continuou azedo.
  O disco abre com Heart Shaped World, que é a melhor faixa. A guitarra tem ecos de madrugadas e a voz um quase apelo por amor. Cio. O disco é todo noturno, com sombras, e muita chuva. A banda, que sempre o seguiu, é coesa, soa como se todos fossem um. Sempre rock'n'roll, sempre amorosos.
  Chris Isaak se tornou trilha de minha vida entre 1991/ 1998. Época de grandes paixões noturnas. De se ficar visualizando o rosto da menina, cada olhar e cada trejeito dela, enquanto se escuta Chris Isaak no escuro. Tempo de se dirigir com ansiedade, o peito disparado e a garganta seca, ao encontro da menina. Chris me consolava. E me fazia seguir firme e forte.
  Ele fez um MTV Acústico que é sublime. Simplesmente perfeito. E bastante intimista. Devo tê-lo assistido mais de 50 vezes. E há um documentário sobre o disco BAJA SESSIONS que é revelador. A praia de Chris é mexicana. Seu som vem das baladas mexicanas tocadas para senhoritas em noites quentes. BAJA SESSIONS é uma obra-prima.
  Mas foi HEART SHAPED WORLD que me apresentou Isaak. E ele é bem menos solar. Desde a capa, foto de Weber em que Chris personifica Chet, até a última faixa, tudo nele é bonito, é eco de paixão. E tudo é fora de tempo, deslocado no agora, out.
  Porque se tudo na midia é agora sensacional, histérico e over, Chris Isaak foi o tempo todo discreto, contido e soft. Ele é do mundo dos Mustangs, das louras perdidas e dos horizontes sem fim. Ele sabe perder. E ama. Sem medo e sem fim.

ANOS 90- MODA E BELEZA- CLIPS E ESPORTES

O livro dos 50 anos da Ilustrada, após os intelectuais anos 80, explica e exibe os anos 90.
Vamos lá!!!!
Erika Palomino entra na Folha. E surgem os Andrés, todos filhos pop de Pepe Escobar. Mas são os anos 90 ( que começaram em 89 ) que lançam a ditadura da página de moda. Desde então, e para sempre, viver bem será estar em páginas da Elle ou da Vogue.
No começo foi bonito. Havia um belo senso de beleza superficial. O belo que se justifica pela aparência. Beleza é só pele e casca, e daí? Esse é o slogan desse tempo. Todos querem ser bonitos.
Na noite é tempo de Sra. Kravitz e do Hells. Hedonismo após o pesadelo deprê dos anos 80. Mal sabíamos que isso levaria ao vazio....
É tempo de moda. Novas marcas e novos nomes: Galliano, McQueen, Diesel, Dolce e Gabbana, Versace, Gaultier ( sei que não surgiram nesse tempo. Mas é aí que se tornam gurus ).
Tempo das Uber-model: Linda Evangelista, Cindy Crawford, Claudia Schiffer.
E já havia os sujos Pixies, Janies Addiction e Sonic Youth; mas este é o tempo dos super clips. Os clips belos como fotos de Richard Avedon, clips "fresquíssimos", dirigidos por alguns dos melhores fotógrafos de moda ou pelos futuros cineastas de filmes moderninhos. São clips pelos quais me apaixonei na época ( essa é a última vez em que corrí atrás de novidades ). Clips que hoje, pós-Nirvana, são irrecuperáveis.
O luxo de Madonna cantando Vogue, Chris Isaak dirigido pelo gênio Bruce Webber em Wicked Game, US3 e sua estética de rap com cool jazz, C and C Music Factory e seus grafismos extra cool, o Soul To Soul que dava toda a atenção ao visual, e que tinha um líder que se assinava Jazzie B., Bryan Ferry e a elegãncia espanhola de Mamouna, um clip de luxo ostensivo e de cafonália estilosa, e principalmente o clip símbolo da época: Being Boring dos Pet Shop Boys, hino ao prazer da carne, a beleza de jovens ricos, a pele perfeita. Being Boring é um tratado filosófico. E é mais um de Bruce Webber ( que fez um doc sobre Chet Baker que é o sublime levado ao inferno ).
É nesse começo de anos 90 que temos o auge da moda skate e surf. De luxo, claro. Bermudões e camisas coloridas, leves e soltas. Como disse, o que podemos falar desse tempo é sempre MODA E VISUAL. NBA e seus tênis. Chicago Bulls e Hornets.
Valoriza-se o jazz, por seu aspecto visual e não por sua revolução; valoriza-se a escrita de Scott Fitzgerald, Auden, Wilde, Forster, Evelyn Waugh, por causa de seus ambientes chic, sua decadência bonita, seu "visual" elegante.
No cinema se fala em Audrey e em Montgomery Clift. Porque? O visual, lógico!
Cinema de Terry Gillian, de Bertolucci, de Ridley Scott e de David Lynch. Experiências visuais de Soderbergh e de Van Sant. Imagem. Tudo é imagem.
Mas essa "década" dura apenas 6 anos.
O grunge assassina tudo isso e traz a feiúra metal unida aos valores hippies. Ser tosco e sujo se torna padrão. Os clips partem para a tosqueira ( Loser e Even Flow ). Até as bandas inglesas deixam de ter "visual" e os eletros passam a cultivar o não-visual. A excessão é o Prodigy.
Todo esse glamour jamais seria recuperado. Grupos de rock hoje têm sempre a imagem dos anos 70 em mente. Seja punk, metal ou glitter. Toda banda flutua entre Led Zeppelin, Clash ou T.Rex.
Os clips da época são recuperados, de modo muito mais histérico e raso, pelo pop: Black Eyed Peas, Beyoncé ou Shakira. Mas é como comparar Madonna com Lady Gaga.
Foram anos muito divertidos! O que importava ( como diz Being Boring ) era ter 19 anos, porque aos 19 nada enche o saco, tudo é bonito e voce nunca é chato.
PS: Esqueci do cara símbolo da época, e que foi massacrado no tempo de grunges "feios": George Michael e seu clip Freedom. Lá estão Cindy e Linda e Claudia e Naomi. Lá tudo é bonito e sexy. Lá a vida se parece com jazz e Audrey e Clift e um poema de Auden.
E tudo acabou em policia e banheiro.....
Entendeu?