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The English Beat - Get A Job/Stand Down Margaret (Live at US Festival 9/...



leia e escreva já!

The English Beat - Mirror In The Bathroom (Live at US Festival 9/3/1982)



leia e escreva já!

I JUST CAN`T STOP IT!- THE ENGLISH BEAT ( politica na ilha )

   No tempo de Clash, Police e Costello o que vendia ( na Inglaterra ) era ska. O movimento, chamado de Two Tone ( branco e preto ) misturava festa com o desejo socialista. Era tempo do começo da era Thatcher, ela batia forte na classe operária e o bando do ska botava fogo nas passeatas diárias. A ilha estava em convulsão. Os brancos da esquerda se uniram aos negros pobres de Brixton e juntaram tudo: deu no Two Tone. Pra mostrar a ideologia, roupas pretas e brancas. ( Me dá banzo do tempo em que visual era uma atitude politica ). A direita mandou os new romantics pra rua. Anti-ideológicos, deslumbrados com o glamour, amantes da nova Inglaterra made in USA, os romantics faziam um som que falava de noite, frio, viagens espaciais e bissexualidade. Sim, filhos de Bowie e de Ferry. Sim, a direita os amava. A esquerda....não. Os romantics venceram a guerra. No som houve um empate.
   Aqui falo de The Beat. Da trinca suprema foi o de menos sucesso. Mas menos sucesso em 1980 ainda é muito sucesso. Se o Madness era o que mais vendia e os Specials os mais radicais, The Beat tinha a pegada mais rock. É ska, mais ska que aquilo que foi feito na retomada do ritmo, nos anos 90 pelos americanos, mas é um ska com velocidade de punk, o que não acontecia com os outros dois. O disco que cito é seu auge. Depois viria o comercialismo maior e as brigas.
   Poucos discos possuem um som de baixo tão poderoso. Ele comanda tudo e ele pipoca nos ouvidos como uma bala ricocheteando em ravina. Seus pés  vão tentar acompanhar esse baixo coriscante, não conseguirão, irão morrer tentando. David Steele é o nome do cara. E tem a bateria. Essa é tipo pulga. Ela pula para onde voce menos espera. A velocidade no chimbal é alucinógena. Nesse contexto a guitarra poderia ser esquecida, mas não. Duas guitarras, uma se dedilha, a outra faz chung chung.... Tá feita a coisa. Mesmo após o arrastão de tantos anos de dance music, este disco ainda é soberba e aliciantemente dançante. E o discurso é punk. Punk estilo The Jam. De partido. Uma festa.
   Eu estive por lá. Em 1982. Vi as meninas de laranja e verde, minis e óculos escuros, no verão, bebendo os últimos goles do ska. Vi os new romantics começarem a dominar tudo, e transformarem a ilha nessa pasmaceira que dura até hoje. Acabaram com todo o fabianismo, toda a tradição de Shaw e Keynes e jogaram tudo ao ar. Londres optou pela festa de luz e droga. Deixou de lado a festa na rua, de ska e tambor.
   Escuta isto. 1978-1983 foi o penúltimo orgasmo da música inglesa. The Beat foi um de seus centros. Enjoy.