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O ROSTO

Ingmar Bergman confia em nossa inteligência. Ele realmente acredita em nosso poder de entendimento, de atenção e de raciocínio. Seus filmes são um tipo de homenagem a quem os assiste.
Se houvesse um tipo de paraíso do cinema, Bergman teria a companhia de Kurosawa e dos Irmãos Marx nesse céu. Isso porque seus filmes me fazem bem, me dão paz, prazer, bem estar ( é claro que os trabalhos de Groucho, Ingmar e Akira são diferentes entre sí, mas me dão o mesmo nível de prazer ).
Em seu filme, O ROSTO, um grupo de mágicos ambulantes se defronta com um cientista e o chefe de polícia. O grupo é acusado de charlatanismo e será posto à prova.
Pois bem, Bergman nos coloca em dúvida todo o tempo.
Afinal, Vogler,o mágico, é um mentiroso? A magia que ele faz, é real ?
Dificil continuar elogiando esta obra de arte sem contar seus segredos ( segredos que não posso contar. ) Basta dizer que Bergman assume uma posição corajosa no final, subvertendo toda nossa expectativa.
Conduzido de forma lógica, sem conceder jamais ao melodrama ou ao coração, o filme termina da melhor forma possível. Da única forma cabível.
No mais, a fotografia em P/b de Gunnar Fischer chega a tirar o fôlego, ela é aveludada, suave, quase tátil.
Max Von Sydow está genial, como de costume, e sua face no primeiro confronto é inesquecível ( e reparem como ele muda de cara na segunda parte ).
Um comentário inevitável : onde Bergman conseguia tantas atrizes tão maravilhosamente lindas e tão genialmente talentosas ?
O ROSTO fica assim, como um testemunho de uma mente brilhante que acredita no brilho de quem o assiste.
É necessário mais ?