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KAUFMAN- CAINE- WILL SMITH- CLUZET

   UMA BELEZA FANTÁSTICA de Simon Aboud com Jessica Brown Findlay, Tom Wilkinson.
E Amélie Poulain viaja à England. Uma mocinha com problemas emocionais, uma gracinha frágil, trabalha numa biblioteca. Timidamente se apaixona por um nerd e se envolve com seu vizinho, um velho ranzinza que a ajuda a arrumar o jardim. Tudo é fofo, bacaninha. É um tipo de cinema que não existia 20 anos atrás. Bambi para adultos. Tudo muito bonito de se ver, mundo onde até a neurose é delicadinha e doce. Penso no porque desse tipo de filme e de gente me irritar tanto...Será que é porque sou assim...Será...Estranho é que até quase gostei deste filme. Vi inteiro e no dia seguinte lembrei com certo carinho...Ah sim! Ele é deste 2017 e creio que não vai ser exibido no cinema.
   BELEZA OCULTA de David Frankel com Will Smith, Edward Norton, Helen Mirren, Kate Winslet, Keira Knightley.
Aff...que filminho bobo!!! Will está em deprê por ter perdido sua filha de 6 anos. Seus colegas de agência querem vender o negócio. E inventam de contratar 3 atores para o enganar. Sim, esses colegas-amigos são uns crápulas! Mas o filme os trata como caras normais...Tudo é tão previsível, tolo, sem sal, sem magia, sem nada, que a gente se pega imaginando o porque de terem feito tamanha bobagem. O final é uma surpresa. Ok. Mas até aí o filme já afundou. Os caras parece que tiveram medo de filmar uma fantasia completa e assim ficaram num meio termo muito morno.
  INSUBSTITUÍVEL de Thomas Lilti com François Cluzet e Marianne Denicourt.
A França é um país muito esquisito. Sempre tem uma fase onde parece que todo filme tem o mesmo ator. Houve a fase Jean Gabin, Alain Delon, Michel Piccoli, Gerard Depardieu, Jean Reno e agora é Cluzet. A gente enjoa de ver sempre o mesmo cara! O engraçado é que Cluzet é um ator legal. O filme é que não é. Um médico tem câncer incurável. Continua a trabalhar com a ajuda de uma assistente. Chato e frio. De certo modo, muito francês. ( Invejem o sistema de saúde público da França! ).
   INVASORES DE CORPOS de Philip Kaufman com Donald Sutherland, Brooke Adams e Leonard Nimoy.
Refilmagem do mesmo livro que deu origem ao clássico de 1956, Vampiros de Almas, de Don Siegel. Vírus chegam à Terra e infectam plantas. Essas plantas destroem pessoas e ao mesmo tempo criam "duplos" dessas mesmas pessoas. Esses novos humanos são emocionalmente vegetais. Frios e sem reação. Desinteressados. Uma crítica aos tempos individualistas, este filme não perdeu nada de seu impacto. É quase uma obra-prima. Feito em 1978, tem uma das mais perfeitas atuações de Donald Sutherland. O final fez história. Impactua muito! Kaufman passaria os próximos 5 anos produzindo e dirigindo The Right Stuff ( Os Eleitos ), um dos maiores filmes de seu tempo. Em 1978, eu me lembro, este filme foi recebido pelos críticos com bocejos. Mas foi um sucesso de bilheteria. Hoje é cult. Os críticos erram demais!
   THE JIGSAW MAN de Terence Young com Michael Caine e Laurence Olivier.
Lixo!!!!!!!!!!!!!! Fala de espionagem. Caine é famoso por fazer todo filme para o qual é convidado. Nunca diz não. Olivier, a partir de 1970, começou a ter dívidas e assim passou ao modo Caine de ser.

X-MEN CS LEWIS ANTHONY HOPKINS MILES DAVIS DEPP JULIE CHRISTIE ROEG

   DON'T LOOK NOW ( INVERNO DE SANGUE EM VENEZA ) de Nicolas Roeg com Donald Sutherland e Julie Christie.
Terceira vez que vejo esse filme e quanto mais o revejo mais eu gosto. A revista Time Out o elegeu em 2012 o melhor filme inglês da história. Nos extras, fartos, temos Danny Boyle nos explicando porque ele é tão bom e confessando quanta coisa ele roubou desse filme. Os primeiros 10 minutos são uma obra-prima: numa montagem primorosa, vemos um pai adivinhar a morte de sua filha. Tudo está interligado nessa sequência que condensa tudo o que virá a seguir. Água, o elemento da alma compõe todo o filme. O casal, já dentro do luto, vai à Veneza. O que vemos lá é a luta entre a razão e a intuição. A esposa se entrega à intuição, o marido resiste e morre por isso. Julie Christie está sublime. Nunca ninguém sorriu na história do cinema como ela sorria. Donald dá uma interpretação que beira a possessão. Seu medo se torna nosso medo. O filme dá sempre a sensação de que algo muito grave está já acontecendo. Isso porque Roeg une tudo, cada imagem e cada objeto é uma pista do que virá a seguir e ao mesmo tempo; a memória do que aconteceu. Poucos filmes, segundo Boyle, são ´tão "cinema", no sentido de que poucos captam tão bem o que seja o tempo. Recebido como apenas mais um filme em sua época, ele tem hoje o status de viga mestra de um futuro. Um muito grande filme. E, acima de tudo, um prazer.
  ALICE ATRAVÉS DO ESPELHO de James Bobin com Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Anne Hathaway.
Menos ruim que o Alice de Tim Burton ( Tim é apenas o produtor aqui ), este filme tem da obra de Lewis Carrol apenas os personagens. O livro maravilhoso de Carrol em nada se parece com isto. O roteiro trata de uma Alice feminista que tenta voltar no tempo para ajudar o Chapeleiro a recuperar sua alegria. Tem ação e belas imagens. É bobo.
  MILES AHEAD, A VIDA DE MILES DAVIS de Don Cheadle com Ewan McGregor.
Se ainda não viu, veja! Talvez seja a melhor bio de jazz já feita. Isso porque Don Cheadle nunca sente pena de Miles e nem tenta mostrar a vida do gênio. O que o filme conta é um período de cerca de duas semanas, no fim dos anos 70, quando Miles, recluso desde 1974, volta aos palcos e aos discos. ( Nos anos 70 ficar mais de dois anos sem gravar ou tocar era muito estranho ). O filme, brilhante, tem energia, ação, beleza e clima de jazz-funk, exatamente o som que Miles fazia na época. O cara era um ego imenso, era frio, era malandro e era violento. O filme nada esconde. Não faz dele um "gênio sofrido" e nem um "cafetão malandro". Ele é Miles, único. Don dá um show. Fisicamente ele nada tem a ver com Davis, mas a gente aceita. O cara merece. Ewan está muito legal também. Adorei o filme. E no fim tem um show com Herbie Hancock que é de matar.
  TERRA DAS SOMBRAS de Richard Attenborough com Anthony Hopkins e Debra Winger.
Se voce for fã de C.S. Lewis talvez goste. Se não for...Lançado em 1993, lembro que críticos brasileiros diziam que o filme seria ignorado aqui. Isso porque em 93 ninguém no país tupi lia Lewis. Ele era bem desconhecido. Hoje, em 2016, felizmente, as livrarias têm livros de Lewis em estoque e seu nome é conhecido até nesta esquina do mapa mundi. O filme mostra ele em Oxford, por volta de 1952, tempo em que ele conhece sua esposa, a americana Joy. Lewis foi o tipo de professor britânico que hoje não mais existe, ou seja, seu mundo era feito de chá, conversas, aulas, cachimbo e nada, nada de sexo. Ele se casa aos 50 e tantos anos, virgem, e logo sua esposa começa a decair, com um câncer muito doloroso. Attenborough filma como sempre: solene e frio. É seu estilo. Lewis não era uma pessoa fria, a coisa destoa. Hopkins está soberbo. Em um olhar ele mostra toda a complexidade do autor. Winger sempre foi uma atriz maravilhosa. Pena o roteiro ser tão...comum. Não é um filme ruim, apenas penso que o tema merecia muito, muito mais. Belas imagens de Oxford compensam todo erro.
  LOVE AFFAIR de Glenn Gordon Caron com Warren Beatty, Annette Bening e Kate Hepburn.
Warren é um atleta aposentado, famoso e mulherengo, Bening uma mulher casada, infeliz. Se conhecem num voo, se apaixonam... Esse filme é refilmagem de um excelente filme de 1957, com Cary Grant e Deborah Kerr. Este é bonito. Até que não é ruim, a gente vê com algum prazer. Annette tá bonita como nunca e Warren é sempre ok. E tem o último papel de Kate, a maior de todas, que eletriza a tela. Vemos de forma explícita, Warren e Annette intimidados pela grande dama. Vale ver. Com alguém ao lado.
  X-MEN APOCALIPSE de Bryan Singer com James MacAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence.
Se Mad Max foi o melhor de 2015, este é o melhor filme deste ano! Vamos deixar de ser idiotas! O cinema de ação é o melhor cinema que se faz agora. Só saudosistas radicais ou esnobes preconceituosos não reconhecerão nesta obra poderosa, a força do melhor cinema que pode ser feito. Ele tem ação que emociona e mensagens importantes  e sérias todo o tempo. A gente pode falar de Ford, Kurosawa, Huston, Hawks e até de Lang vendo este filme. Uma de suas sequências, aquela onde um dos heróis interrompe o tempo e salva vidas, é de uma genialidade, graça e leveza dignas do melhor Keaton. E não só isso. A complexidade das cenas de ação poderia fazer disto um tédio sem fim, mas Singer já provou a tempos ser um maestro, conseguir fazer de explosões, socos e correrias uma coisa harmoniosa, direcionada. É um grande diretor! Assisti este dvd a dois dias e já sinto vontade de rever. Esqueça seus dramas sérios sobre vidinhas medíocres, aqui voce tem o espetáculo, a grandiosidade, a coisa verdadeira, o cinema. E com muito, muito cérebro.

BOCACCIO- O REGRESSO- MINELLI- TARANTINO- EVERESTE- GIGI- COLE PORTER

   OS 8 ODIADOS de Tarantino com Kurt Russell, Samuel L. Jackson e Tim Roth.
Logo no começo do filme a personagem de Jennifer Jason Leigh leva um soco na cara e cospe sangue. Imagino que Quentin tenha dado boas risadas com isso. Eu odiei. Quem me conhece sabe que estou longe de ser um "politicamente correto". Penso inclusive que o movimento merece ser gozado. Mas não assim. Tarantino tem um talento técnico imenso. Ele viu muito cinema e viu direito, com atenção. Mas ele tem um sério problema: é um homem vazio. Nada tem para contar. Assim como Fincher, Nolan ou tantos outros, Quentin cresceu na frente de uma tela e conhece quase nada da vida lá fora. Não há nele nada de vivo, tudo é uma grande piada. Quando o roteiro ajuda, como em Pulp Fiction, essa bobagem vira uma festa de esperteza e de humor; mas quando o roteiro é fraco, nada há que Quentin possa acrescentar. Este filme é bobagem teen bem filmada. Nota 3.
   O REGRESSO de Iñarritu com Leo di Caprio e Tom Hardy.
Sinto muito Leo. Não vi o filme sobre Dalton Trumbo, mas torço por Bryan no Oscar. Iñarritu tem um talento imenso, mas é uma pessoa chata. Apesar que....Será que essas estripulias de imagem e de montagem não seriam talentos do equipamento hoje disponível...e não do diretor que os utiliza....Penso no que Ophuls, Hitchcok ou Powell não fariam com câmeras tão leves e cores digitalizadas à vontade... Bom, este filme é uma bosta. Um monte de esterco fedido e bem grudento. Fezes com legendas que dizem ser "ouro". Mas é bosta mesmo. Uma câmera bêbada filmando gente suja cometendo barbaridades. Só isso. Não há invenção, criação ou imaginação. O cinema alcança assim o ponto onde as artes plásticas estiveram por volta de 1995, quando um artista italiano expôs merda enlatada num museu. Nota ZERO.
   MARAVILHOSO BOCACCIO dos Irmãos Taviani
Mais recente filme dos irmãos italianos, ele nada tem em comum com o famoso filme de Pasolini. Aqui a austeridade manda. É um Bocaccio distanciado, frio, rígido. Plasticamente é um belo filme, emocionalmente ele nada transmite. O filme começa exibindo a Peste Negra a dizimar Firenze e então vemos o grupo de jovens que foge da cidade e no campo contam histórias para passar o tempo. Creio que os Taviani estão muito mais distantes do espírito medieval que Pasolini. Eles filmam como italianos de 1650. Nota 5.
   EVERESTE de Baltasar Kormakur com Josh Brolin, Emily Watson e Jake Gyllenhaal.
Em 1996 vários grupos de turistas tentam atingir o topo do Evereste. Mas os acidentes acontecem. Finalmente chegou ao cinema o livro de Jon Krakauer. E o filme dá o que promete: emoção. Sabemos desde o começo quem vai morrer, afinal é uma história real, mas mesmo assim o filme nos faz entrar na montanha. O vento e a neve nos seduzem. Nota 6.
   O PRIMEIRO ASSALTO DE TREM de Michael Crichton com Sean Connery,  Donald Sutherland e Lesley Anne Down.
Crichton é sim o escritor. Pra quem não sabe ele dirigiu alguns filmes nos anos 70. Este, de 1978, conta um elaborado plano para se roubar um trem cheio de ouro na Inglaterra de 1860. Cenários vitorianos me seduzem e ainda há Sean Connery esbanjando charme como um ladrão seguro e criativo. Lesley foi das mais lindas atrizes britânicas e Donald faz um ajudante meio nervoso. Dá pro gasto, mas não espere muito. Nota 5.
  AGORA SEREMOS FELIZES ( MEET ME IN SAINT LOUIS ) de Vincente Minelli
Digamos assim: este é o oposto radical de O REGRESSO. No filme de Iñarritu temos o absurdo da pornografia. O mundo como sangue e dor mostrado em lentes objetivas e com uma falta de imaginação completa. O real escapa em meio ao exagero do sensacional. Aqui temos o absurdo da delicadeza extrema. O mundo como canção onde tudo se diz e nada fica nas sombras. Tudo mostrado com lentes rosadas, onde o real escapa porque jamais foi procurado. O roteiro: em 1903 uma família de St. Louis vive sua vida comum. Namoricos, jantares, festas, pequenas dores. E é pouco mais que isso. Mas esse mais faz toda a diferença! A Metro usa um lindo Technicolor, Judy Garland canta lindas canções, os cenários são familiares e você fica querendo que a vida fosse aquilo e sabendo que não é. Mas....quem sabe um dia seja.... Well....foi o primeiro grande sucesso de Minelli e é considerado hoje um dos filmes mais alto astral já feitos. Você quer ter uma família assim. O tipo de cinema que fez os EUA ganharem o mundo. Nota 8.
   GIGI de Vincente Minelli com Leslie Caron, Louis Jourdan, Maurice Chevalier e Hermione Gingould.
Se St. Louis é o primeiro sucesso de Minelli, este é o último. GIGI ganhou penca de Oscars  e levou multidões aos cinemas num tempo em que adultos iam ao cinema. O roteiro é do gênio Alan Jay Lerner e fala de uma menina que é treinada para ser cortesã na Paris de 1900. Ao redor dela o que vemos são tias e avós que querem vende-la, em ambiente de extremo luxo. As canções são de Frederick Lowe e toda a parte visual, roupas e cenários, são da lenda Cecil Beaton. Sim, a equipe é quase a mesma que faria MY FAIR LADY cinco anos mais tarde. E as canções são maravilhosas e recitativas, como serão as do filme baseado em Shaw ( este se baseia em Colette ). Chevalier tem momentos sublimes e o filme nos dá uma sensação de alegria leve e chique que não têm preço. O filme termina e nós vamos à vida com renovado charme e boas emoções. Uma aula de savoir faire. GIGI é uma festa! Nota DEZZZZZZZZ!!!!!!!
   ALTA SOCIEDADE de Charles Walters com Bing Crosby, Grace Kelly, Frank Sinatra e Louis Armstrong.
Rever este filme mais uma vez é como encontrar numa loja aquele vinho que você bebeu em 1995 e nunca esqueceu. Uma linda lembrança que se revela verdadeira. O filme continua lindo. Nunca uma atriz foi mais bonita que Grace aqui. As canções de Cole Porter são sublimes e todo o elenco nos dá diversão. O roteiro é fofo, vazio, bobo até, mas os diálogos são espertos e a inteligência do espectador nunca é ofendida. Um souflé. Delicioso. Nota 8.

SÉRIES DE TV: MASH E SEINFELD, AS DUAS MAIS ICÔNICAS

   Mash. Lembro de quando eu tinha uns 12 anos. Ela era exibida na TV Bandeirantes. Sábado, dez da noite. Nunca fez sucesso aqui. Eu nunca assisti. Comprei um box agora. Comento.
   Para quem não sabe, MASH tem o recorde de audiência da TV americana ( se não considerarmos os jogos do futebol americano ). O último episódio, em 1983, bateu esse recorde. Ela começou em 1972 e logo estourou. Baseada no filme de Robert Altman, temos os mesmos personagens no mesmo ambiente. Um centro médico na guerra da Coréia. No lugar de Donald Sutherland entra Alan Alda, e no posto de Elliot Gould vem Wayne Rogers. Funciona. O humor continua amargo, niilista, atirando pra todo lado. Penso que esse humor seria impossível hoje. Não porque não se faça crítica, mas hoje a destruição tem um alvo. Aqui não há alvo. Se atira. E se destrói. Me surpreendo notando que a série de TV tem mais ligação com os Irmãos Marx. Hawkeye fala como Groucho. Passam o tempo bebendo, transando e afrontando a ordem militar. São hippies médicos. Às vezes a coisa fica bem triste. Uma série que caiu como uma luva nos anos 70.
   Assim como Seinfeld é a cara dos anos 90. Nada faz o menor sentido. Ou faz sentido demais....Há uma lógica dentro dessa loucura e a sacada de Jerry Seinfeld e de Larry David é levar o roteiro até seu fim lógico. Se uma bola é arremessada, vamos acompanha-la até ela parar. O modo como se arquiteta tudo é uma aula de escrita: cada história corre paralela a outra e ao fim todas trombam numa coda musical. Jerry não atua, observa e comenta; Kramer é genial, um clown assustador; Elaine é a amiga doida que todo mundo precisa e Jason Alexander faz o mais infame e ridículo dos amigos. A mistura funciona. São tão pouco charmosos que ficamos intrigados. Não fosse tão inspirada seria um desastre.
  Nas famosas listas de melhores da TV eu já vi Seinfeld ganhar como a melhor de todos os tempos. Já vi MASH vencer. E na última que vi Seinfeld era a segunda melhor e MASH a terceira. ( Venceu BREAKING BAD...deve cair com o tempo...).
  Em termos de humor, são os ícones.

GIUSEPPE TORNATORE/ PETER SELLERS/ JOHNNY DEPP/ NEY MATOGROSSO/ SEAN CONNERY

  LUZ NAS TREVAS de Helena Ignez com Ney Matogrosso, Djiin Sganzerla, Paulo Goulart e vasto etc.
Nada aqui tem a ver com a realidade. E tudo é verdade. Eis o cinema! Mal feito, às vezes irritante por sua ambição e suas falas literárias. E ao mesmo tempo fascinante por seu jeito de labirinto onde todos são faunos. Na verdade: O Bandido da Luz Vermelha é o melhor filme brasileiro da história. Este, feito pela musa de Sganzerla, é sua continuação. O mundo mudou, hoje ele é mais violento, mais sem sentido, e mais crente no oculto ( estranho né? ). Em 68 o niilismo era maior e ao mesmo tempo a alegria maior. Fascinante! Ney dá um show! Carisma e o final é duca! O filme é invenção all the time. Mistura tudo. Brasil. Tem candomblé e rocknroll. Tem sexo e patifaria. Sangue com merda. E tudo parece fake, carnaval. Taba. As falas são de doer de tão ruins. Mas as imagens são magníficas. Uma das melhores falas da história: "Sempre sonhei em ter uma padaria em Cuiabá!" Hahahahahahah! Brasileiro é auto-negação. Contradição e jamais assumir nada. Ney é um diabo do ódio. O novo bandido é como são os bandidos de hoje: Nem nome tem... Lembro que quando criança eu acreditava no Bandido da Luz Vermelha. Meus primos diziam que já o tinham visto. Ele matava policiais no Caxingui. Eu botei fé. Ney canta na laje no fim do filme. Viva o Brasil! O cara é o retrato do que sobreviveu. Está com 70 anos! Mais jovem que eu e que tú. Nota Nada. Vou rever. Tem 3 histórias paralelas. Recuerdos, Ney na cadeia-inferno e o tal novo bandidode hoje. Minha alma cativa. Isso é cinema do Brasil. Disse.
   O SOM AO REDOR de Kléber Mendonça Filho
Na verdade é um documentário sociológico sobre um certo povo de uns certos quarteirões. Tudo aqui é real e nada parece verdade. Nunca vi atores tão ruins! Invenção nota zero. O filme é óbvio. Se voce quer ter uma aula de sociologia é aqui. Se voce quer um bom filme, sai correndo. Algumas cenas chocam. Pelo amadorismo. Acho que na faculdade a gente fez coisa mais bem feita hem Léo? Voce sabe, eu exijo um mínimo de competência. E o problema é: Assim como voce não se importa com um bando de dançarinos fazendo um show, o que me interessa nesse povo besta falando texto mal dito e mal ensaiado? Ver isto é tão fora da minha atenção quanto imagino ser Os Miseráveis para voce. Eu simplesmente não consegui me ligar. É muito blá blá blá. Valeu!
   BRANCA DE NEVE de Pablo Verger
Uma saída para o cinema: Vamos voltar a sentir e sem vergonha de ser bonito. O filme é todo superlativo. Imagem, trilha sonora e atores. Diverte e dá uma impressão de melancolia que não passa. Não consigo deixar de pensar nele. Cadê esse príncipe? Acorde menina! Se meus amigos o tivessem visto daria pano pra muita manga. É o melhor filme deste século de filmes banais. Está longe do espetáculo vazio ou do filminho de arte chocante e óbvio. É poesia e se comunica com todo mundo. Lindo. Nota DEZ.
   O FAROL DO FIM DO MUNDO de Kevin Billington com Kirk Douglas e Yul Brynner
Que filme bobo! Kirk, que é a única coisa boa aqui, vive em farol. Um bando de piratas invade a ilha e o filme mostra sua luta contra eles. Tudo dá errado neste filme. A ação parece falsa, a violência é exagerada, os outros atores são lamentáveis. Yul Brynner posa de "Sua alteza real Pirata". Nota 2.
   A MELHOR OFERTA de Giuseppe Tornatore com Geoffrey Rush, Donald Sutherland e Sylvia Hoeks
O diretor de Cinema Paradiso e de Malena faz seu "Hitchcock". O filme, que venceu vários prêmios italianos em 2013 e acho que ainda não passou por aqui, tem algo de Vertigo na obssessão de um homem solitário e neurótico por uma mulher misteriosa. A história se passa no mundo dos leilões de arte e é um filme bom de se olhar. Até agora não sei se o achei bom ou ruim. Há algo de muito tolo em seu roteiro. Eu simplesmente adivinhei tudo desde o começo. Mas há uma bela atuação de Rush, mais uma, e uma participação divertida do grande Sutherland. A menina é linda. E péssima atriz. Até a metade a gente torce, desejamos ver a menina, mas daí a "hitchcockerie" entra em parafuso e a coisa desanda. Nota 5.
   AS ILHAS DA CORRENTE de Franklyn J. Schaffner com George C. Scott e Claire Bloom
Se voce ama o livro de Heminguay, como eu, vai até gostar deste filme. Mas se voce não o leu, ou leu e não gostou, fuja disto. O filme é flácido, lento, sem motivo. Fala de um escultor que vive numa ilha. Recebe a visita dos 3 filhos, pescam e depois vem a ex-esposa o visitar. Ao final, uma tentativa de salvamento a fugitivos nazistas. Schaffner e Scott haviam ganho Oscars em 1970 com Patton, uma das poucas biografias do cinema que conseguem revelar o homem por detrás do óbvio. Uma obra-prima com roteiro do jovem Coppolla. Mas depois disso Schaffner só errou ( apesar do bom Papillon ). O que temos aqui é a linda fotografia de Fred Koenemkamp, o mar azul e a ilha cheia de vento e areia, e uma absoluta falta de emoção. É um filme ruim de que gosto por motivos puramente pessoais. Nota 3.
   EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA de Marc Forster com Johnny Depp, Kate Winslet, Julie Christie, Dustin Hoffman e Freddie Highmore
Não sei se fica claro no filme. Quando James Barrie escreveu Peter Pan ele já era um autor de sucesso. Posto isso...Que lindo filme! Lindo não por seu visual, que é menos do que poderia ter sido, mas pela beleza de suas emoções. Depp nasceu para esse tipo de papel, o frágil sonhador. Sabemos que Barrie era mais viril que Depp, mas e daí? Como artista que é, ele cria o homem que Barrie deveria ter sido. Aqui faço uma defesa de Johnny Depp. Ao contrário de Day-Lewis que só vai na certeza, Depp erra muito, porque se arrisca sem parar. É um maravilhoso ator lúdico, um ator que parece nunca levar a sério a profissão e tenho a certeza de que ele aprendeu isso com seu amigo Marlon Brando. Brincar. Em tempo de melhores roteiros Depp teria mais chances de acerto. O tipo de filme que ele procura, a diversão-excêntrica, não tem bons roteiristas atualmente. Kate não tem muito o que fazer aqui. Julie Christie, a venerável Julie de Doutor Jivago, faz uma mãe odiosa, enquanto Dustin se mostra o rei da simpatia. É dos poucos filmes que consegue mostrar o mecanismo da criação. Forster é um diretor ao velho estilo Hawks, filma de acordo com o roteiro. Um profissional. Deveriam existir mais como ele. Nota 9.
   O RATO QUE RUGE de Jack Arnold com Peter Sellers e Jean Seberg
Filme que era hiper reprisado na velha Sessão da Tarde. Comédia sobre o menor reino do mundo, Grã-Fenwick, que declara guerra aos EUA. A intenção é perder e assim ser reconstruído pelos americanos, repetindo o que foi feito no Japão e na Alemanha. Mas tudo dá errado. Eles vencem sem querer. Sellers faz três papéis: A rainha distraída, o primeiro ministro ganancioso e o herói atrapalhado. Peter Sellers é um dos poucos atores que merece ser chamado de gênio. Jean Seberg iria para a França após este filme. Filmar com Godard um tal de Acossado. Aqui ela está ainda mais bonita. Uma boa comédia. Nota 7.
   O GOLPE DE JOHN ANDERSON de Sidney Lumet com Sean Connery, Dyan Cannon, Martin Balsam e Christopher Walken
Este filme deveria ser refilmado. Pelo que sei, é o primeiro a exibir um mundo todo vigiado por câmeras e gravadores. Claro que são aparelhos ainda primtivos, o filme é de 1971, mas Lumet já percebe o incômodo na profusão de câmeras em elevadores, lojas, entradas de prédios. Sean Connery está sensacional como o ex-presidiário que trama um assalto a edifício. Entre os comparsas vemos o jovem Christopher Walken, é sua estréia no cinema. Muito carisma e o rosto de um jovem hippie muito maluco. O filme é dos anos 70, portanto espere muito realismo, nenhum glamour e um final pessimista. Lumet já exibe sua maestria em cortes e clima, o filme combina bem com Serpico, Um Dia de Cão e Network ( que carreira teve esse Lumet!!! ). Sean rouba o filme. O sexy James Bond prova mais uma vez aqui que ninguém nunca fez machões como ele sabia fazer. A trilha sonora, datada, tem jazz misturado a toques de sintetizador, autor: Quincy Jones. Boa diversão! Nota 7.
  
  
  

AL PACINO/ DUSTIN HOFFMAN/ LUBISTCH/ CAPRA/ ERROLL FLYNN/ KIRK DOUGLAS

ZOMBIELAND de Ruben Fleischer com Jesse Eisenberg e Woody Harrelson
Jesse tem filmado muito. Falta ator com sua idade? Sua forma de atuação é sonambulica. Vamos dar nomes aos bois? Isto não é cinema. Não que eu saiba o que seja cinema, mas isto não é. Talvez possa ser chamado de brincadeira de internet ou game em telão. Aquelas coisas: humor chulo, visual pseudo-moderno e umas gostosas com pouca roupa ( e nada sexys ). Anuncia e exemplifica a crise do cinema de agora. O horror, o horror.... Nota Vácuo.
THE MECHANIC de Simon West com Jason Statham, Ben Foster e Donald Sutherland
É de bom tom se colocar atores dos anos 60/70 em filmes bobos. Dá uma pretensa dignidade à coisa. IanMcShane, Peter Fonda, Robert Duvall, Jon Voight têm sido muito usados nesses pequenos papéis de brilho falso. Jason ( ator de quem eu gosto. Ele é limitado, mas tem um resto do resto daquela frieza de Steve McQueen ), é um assassino profissional ( ser killer virou profissão de glamour ). Ele é enganado e mata seu mentor. O resto é ação. Adoro filmes de ação e me convenço cada vez mais ( com a ajuda de certos pensadores gregos ) que o valor absoluto da arte está no prazer que ela nos dá. Este filme não é um grande prazer, com certeza, mas é hora de percebermos que filmes de ação são cinema de imenso valor. Nota 4.
A LONGA NOITE DE LOUCURAS de Mauro Bolognini com Jean-Claude Brialy, Elsa Martinelli, Rossana Schiafino
O roteiro é de Pasolini. E pasolinianamente, mostra o submundo reles de Roma. Jovens roubam armas, andam com prostitutas, vendem as armas, perdem o dinheiro, o recuperam, gastam tudo em boate, voltam pra casa. Bolognini foi digno representante dos diretores italianos classe b. Um vasto campo que abrangia de Risi à Rossi, passando por Zampa e Lattuada. Aqui é sedutora a imagem de uma Itália cheia de favelas, ruas de terra e muita fome. Ao mesmo tempo vemos o nascimento do consumismo e da americanização ( o filme é de 1959 ). Mas, como sempre acontece com Bolognini, ele se deixa levar por um certo tédio, o filme perde o ritmo às vezes, e alguns cortes lhe fariam bem. Nota 6.
O ESPANTALHO de Jerry Schatzberg com Gene Hackman e Al Pacino
Pacino nunca foi tão engraçado. Há uma cena de "assalto" que é hilária!!! Mas o filme, feito no auge da contracultura, é triste, melancólico. É sobre um ex-presidiário ( Hackman na atuação de sua vida ) que conhece um marinheiro ( Pacino, melhor que aqui, raras vezes ). Os dois pegam carona juntos e passam a dividir sonhos. Hackman faz um tipo explosivo, do mal. Pacino é inocente, quase um bobo. Há muito de Laurel e Hardy nos dois. Com o correr do filme, Hackman se humaniza e Pacino após choque terrível se torna catatônico. É um filme que ama seus atores. Os dois têm tempo para improvisar, criar personas, nos impactar. Relembrando o filme agora ( assisti-o sete dias atrás ) o que me ficou são seus rostos, comoventes. Árido e muito doído, é um filme para quem ama filmes. Nota 8.
MARATONA DA MORTE de John Schlesinger com Dustin Hoffman, Roy Scheider e Laurence Olivier
Fez sucesso na época este thriller sobre criminosos nazi na América dos anos 70. Hoffman é torturado, enganado, perseguido e não precisa atuar. Olivier é o nazi e recebeu indicação ao Oscar. Não brilha, apenas está lá grunhindo. Scheider está excelente como o irmão que se vendeu aos nazis. ( Os nazis são agora traficantes de diamantes ). Schlesinger dirigiu 3 obras-primas em seu auge. Este não é seu melhor momento. Nota 6.
LADRÃO DE ALCOVA de Ernst Lubistch com Herbert Marshall, Miriam Hopkins, Kay Francis, Edward Everett Horton
Quando Lubistch, já diretor famoso, foi convidado a trabalhar na Paramount, o cinema americano mudou. Ele trouxe charme vienense a Hollywood. Aqui, vemos um casal de ladrões aplicar um golpe numa herdeira futil. Tudo é escapismo, tudo é chic, tudo é prazer. O modo como os dois ladrões se conhecem ( um rouba o outro e é roubado então ) é aula de ritmo. Também demonstra em imagens o nascimento de um afeto. Herbert Marshall é um tipo de ator completamente extinto. Seus modos são tão elegantes que hoje ele passaria por gay-afetado. Dá para notar também o modo como toda fala remete a sexo, sem que nada seja realmente dito. Críticos costumam apontar este como o melhor filme de Lubistch ( e alguns dizem ser ele o melhor dos diretores ), não acho. É uma comédia maravilhosa, mas ele faria ainda mais no futuro. De qualquer modo, a circulação de filmes como este justifica a criação do dvd. Nota 9.
ACONTECEU NAQUELA NOITE de Frank Capra com Clarck Gable e Claudette Colbert
A comédia de Capra é radicalmente diferente da de Lubistch. Aqui tudo é mais direto, mais febril e muito mais "sensível". Capra nunca é cínico. Este imenso clássico fala de casal que se encontra em ônibos inter-estadual. Ela é milionária em fuga do pai para se casar com noivo interesseiro. Ele é jornalista desempregado. E o filme é exemplo de perfeição: nada falha, não há um só minuto sem interesse, tudo, roteiro, elenco, direção, funciona com naturalidade. Perfeito. O casal acaba por se apaixonar e isso é muito convincente. Vemos passo a passo o nascer desse amor. Boas histórias são assim: acontecem como destino invencível. Nos convencem de que Tem de Ser desse Modo. Gable era feio e desajeitado, e mesmo assim consegue ser sempre sexy e simpático. Colbert, a mais mignon das atrizes, está apaixonante. O que mais se pode querer? Nota DEZ!
CONTRA TODAS AS BANDEIRAS de George Sherman com Erroll Flynn, Maureen O'Hara e Anthony Quinn
Erroll já estava meio inchado pelo álcool, mas mesmo assim usa seu charme desinteressado e domina o filme. Que trata de espião ( Flynn ) enviado pela marinha inglesa ao covil de piratas ( Quinn e Maureen ). Não é a ação o cerne do filme, é a relação entre Erroll e Maureen, relação que funciona. O filme é hiper colorido, alegre e bem produzido. É este o filme pop pelo qual o cinema de uma dada época deve ser julgado. É o equivalente aos filmes de terror em série e as comédias teen de agora. É por esse cinema que se avalia a saúde de uma época e não por suas excessões. Este leva nota 6.
ULYSSES de Mario Camerini com Kirk Douglas, Silvana Mangano e Anthony Quinn
É a Odisséia feita em Cinecitta. Filme tolo, com coadjuvantes fracos, mas que mostra também a imensa força do mito de Odisseu. As cena de sua volta à casa como mendigo, do affair com Circe e da vingança final são emocionantes mesmo aqui. Mas o filme no geral é constrangedor. Nota 3.