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DEPP/ SELTON MELLO/ BRANDO/ KAUFFMAN/ SEAN CONNERY/ VERGONHA

   O PALHAÇO de Selton Mello com Selton Mello e Paulo José
Pauline Kael disse uma vez que a crítica de cinema estava numa decadência tão grande que existiam críticos que só conheciam dois ou três filmes de Fellini. Era, óbvio, uma "boutade" de Kael, mas dá o que pensar. Alguém disse que este filme é felliniano. Onde? Esse crítico deve ter visto o trailer de La Estrada e pensado: O Palhaço tem um circo on the road, portanto é felliniano!!!! Caraca, eis o pensamento de alguém que pensa que todo filme com um neurótico é bergmaniano. O Palhaço nada tem do gênio de Rimini. Este é melancólico, lento, feito todo de silêncios e de coisas que não acontecem. Tudo o que Fellini não era. Mas é um filme bonito, e dá um alivio ver um filme que mostra gente de verdade e não conjuntos de sintomas. Tem um problema sério, o miolo perde ritmo e o filme trava. Mas o final é corretíssimo, nada piegas, emocionante sem ser falso. Bela atuação desse maravilhoso Selton Mello. Ele é, sem dúvida, um dos melhores atores do mundo. Nota 6.
   SHAME de Steve McQueen com Fassbender
Numa entrevista do diretor ele conta ter passado O ÚLTIMO TANGO para o elenco antes das filmagens. Bem, pelo jeito McQueen não entendeu nada da obra-prima de Bertolucci. O Tango mistura Sartre, Marx e Freud e o resultado é o devastador retrato de um intelectual a beira da destruição. Brando é como eu e como voce, retrato de um homem. Aqui temos o oposto. É um compendio de sintomas de um pobrezinho sofrido. Como é moda em tempos moralistas, mostra-se o persoangem como doente, como alguém longe de nós. Estudamos seu caso à segura distância, e se não somos fanáticos por casos psiquiátricos, morremos de tédio. A criatividade passa longe de seus planos, mas penso que ele dá à seu público exatamente o que ele deseja, a sensação sem pensamento. McQueen, que dirige como se fosse um professor jesuíta, aponta o dedo e nos diz: Olhem! Quanta sujeira!!! Excelente produto para uma geração travada. Após esse filme todo garoto que se masturbar 4 vezes ao dia terá seu auto-diagnóstico prontinho. Pior, é um filme chato de doer.... Nota 3 pela bela atuação de Fassbender. Pena que num papel tão óbvio.
   OS VIOLENTOS VÃO PARA O INFERNO de Sergio Corbucci com Franco Nero e Jack Palance
A verdade é que não tenho Paciência para o western italiano típico. Tudo parece falso, de brincadeira. Apesar da bela trilha sonora de Morricone é um filme ruim. Nota ZERO
   TOP SECRET de Zucker, Zucker e Abrahams com Val Kilmer e Omar Shariff
É aquela comédia que todo mundo já viu sobre um cantor à Elvis que vai à Alemanha Oriental ( esse país existiu Ó criança... ) e se mete em caso de espionagem. Foi um imenso fracasso em seu tempo e dá pra notar porque: não tem graça. Nota 1.
   DON JUAN DE MARCO de Jeremy Leven com Johnny Depp, Marlon Brando e Faye Dunaway
Coppolla produziu esta bobagem. Aqui Depp treina para n papéis que faria depois e Brando se diverte brincando em fazer um psiquiatra que trata de um jovem que pensa ser Don Juan. O filme resvala em coisas muito sérias: a influência do paciente sobre o médico, a medicalização da vida, a fantasia como aquilo que faz a vida ter valor, a oposição entre arte e ciência. Mas tudo isso é jogado no lixo da indecisão. O filme não se decide entre ser comédia ou drama, fantasia ou romance realista. Um Michael Powell faria maravilhas com esse tema. Nota 2.
   SOL NASCENTE de Philip Kaufman com Sean Connery, Wesley Snipes e Harvey Keitel
Em 1983 Kaufman fez uma obra-prima. OS ELEITOS é um dos melhores filmes sobre heroísmo da história. Mas desde então sua carreira foi numa queda livre. A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER ainda era muito bom, mas este Sol Nascente é puro lixo. Ele se rebaixa e imita Tony Scott. De bom apenas os 3 minutos iniciais em que ele cita cenas de Peckimpah e de Kurosawa. Até Sean Connery, ator que sempre adoramos ver, não se encontra numa trama confusa e preconceituosa. Lixo. Nota ZERO.