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THE ROCKY HORROR PICTURE SHOW- SOLTE SUAS FERAS!

Ele vestiu seu terno branco. E colocou um cravo vermelho na lapela. Sem gravata, lógico, uma écharpe violeta, longa. Os sapatos brancos, mas as meias eram vermelhas. E com um pouco de perfume nos cabelos, ele foi. Era a centésima vez que ia ver o Rocky Horror Show. Era a centésima vez que ia de madrugada ao mesmo cinema encontrar os tipos que lá estariam:
Um punk pré-punk, um hippie espacial, um beat angelical, uma enfermeira nua, uma vagaba de pijama, um médico de espectros e um vampiro inocente. E muito, muito mais:
um pretenso Andy Warhol, um Nico de cetim, Bowie da China, e MM de chocolate!
Rocky Horror Show nasceu como show barato de gozação. Como filme de quinta e como evento esquecível. Mas era a hora certa e o lugar certo e a coisa aconteceu:
Anos em cartaz na mesma sala. Mania que rodou o mundo. Inaugurou o conceito de cult. Sessões de madrugada. O povo ia a caráter assistir. E interagia com o que via! Recitavam as falas todas de cor. Era o catecismo do bissexualismo!
Tempos de Dzi e de Secos e Molhados. Dusek e Maria Alcina. Tempo de Bolan e de Eno, wow! E de Lou Iggy oh quanto rímel !!!!
Ele voltou depois de ver o filme, ainda passou numa festinha simples. Paquerou uma menina de 15. E foi pra cama com uma coroa. Ele perdeu o cravo e a echarpe. Ele perdeu toda sua certeza. Ele festejou à grand monde! Ele sabia que era tudo passado....e foi.
PS: Esta história me foi contada por Richard Faking, Lord Milanês do Trastevere. Acho que ele é belga. Ou romeno. Ontem reassisti o filme. É lixo. É lindo. É antecipação de tudo que respira em 2014. E Tim Curry....Que interpretação!!!!! 
Ah sim, as músicas! Voce gosta de Glitter? Então vá!

GIUSEPPE TORNATORE/ PETER SELLERS/ JOHNNY DEPP/ NEY MATOGROSSO/ SEAN CONNERY

  LUZ NAS TREVAS de Helena Ignez com Ney Matogrosso, Djiin Sganzerla, Paulo Goulart e vasto etc.
Nada aqui tem a ver com a realidade. E tudo é verdade. Eis o cinema! Mal feito, às vezes irritante por sua ambição e suas falas literárias. E ao mesmo tempo fascinante por seu jeito de labirinto onde todos são faunos. Na verdade: O Bandido da Luz Vermelha é o melhor filme brasileiro da história. Este, feito pela musa de Sganzerla, é sua continuação. O mundo mudou, hoje ele é mais violento, mais sem sentido, e mais crente no oculto ( estranho né? ). Em 68 o niilismo era maior e ao mesmo tempo a alegria maior. Fascinante! Ney dá um show! Carisma e o final é duca! O filme é invenção all the time. Mistura tudo. Brasil. Tem candomblé e rocknroll. Tem sexo e patifaria. Sangue com merda. E tudo parece fake, carnaval. Taba. As falas são de doer de tão ruins. Mas as imagens são magníficas. Uma das melhores falas da história: "Sempre sonhei em ter uma padaria em Cuiabá!" Hahahahahahah! Brasileiro é auto-negação. Contradição e jamais assumir nada. Ney é um diabo do ódio. O novo bandido é como são os bandidos de hoje: Nem nome tem... Lembro que quando criança eu acreditava no Bandido da Luz Vermelha. Meus primos diziam que já o tinham visto. Ele matava policiais no Caxingui. Eu botei fé. Ney canta na laje no fim do filme. Viva o Brasil! O cara é o retrato do que sobreviveu. Está com 70 anos! Mais jovem que eu e que tú. Nota Nada. Vou rever. Tem 3 histórias paralelas. Recuerdos, Ney na cadeia-inferno e o tal novo bandidode hoje. Minha alma cativa. Isso é cinema do Brasil. Disse.
   O SOM AO REDOR de Kléber Mendonça Filho
Na verdade é um documentário sociológico sobre um certo povo de uns certos quarteirões. Tudo aqui é real e nada parece verdade. Nunca vi atores tão ruins! Invenção nota zero. O filme é óbvio. Se voce quer ter uma aula de sociologia é aqui. Se voce quer um bom filme, sai correndo. Algumas cenas chocam. Pelo amadorismo. Acho que na faculdade a gente fez coisa mais bem feita hem Léo? Voce sabe, eu exijo um mínimo de competência. E o problema é: Assim como voce não se importa com um bando de dançarinos fazendo um show, o que me interessa nesse povo besta falando texto mal dito e mal ensaiado? Ver isto é tão fora da minha atenção quanto imagino ser Os Miseráveis para voce. Eu simplesmente não consegui me ligar. É muito blá blá blá. Valeu!
   BRANCA DE NEVE de Pablo Verger
Uma saída para o cinema: Vamos voltar a sentir e sem vergonha de ser bonito. O filme é todo superlativo. Imagem, trilha sonora e atores. Diverte e dá uma impressão de melancolia que não passa. Não consigo deixar de pensar nele. Cadê esse príncipe? Acorde menina! Se meus amigos o tivessem visto daria pano pra muita manga. É o melhor filme deste século de filmes banais. Está longe do espetáculo vazio ou do filminho de arte chocante e óbvio. É poesia e se comunica com todo mundo. Lindo. Nota DEZ.
   O FAROL DO FIM DO MUNDO de Kevin Billington com Kirk Douglas e Yul Brynner
Que filme bobo! Kirk, que é a única coisa boa aqui, vive em farol. Um bando de piratas invade a ilha e o filme mostra sua luta contra eles. Tudo dá errado neste filme. A ação parece falsa, a violência é exagerada, os outros atores são lamentáveis. Yul Brynner posa de "Sua alteza real Pirata". Nota 2.
   A MELHOR OFERTA de Giuseppe Tornatore com Geoffrey Rush, Donald Sutherland e Sylvia Hoeks
O diretor de Cinema Paradiso e de Malena faz seu "Hitchcock". O filme, que venceu vários prêmios italianos em 2013 e acho que ainda não passou por aqui, tem algo de Vertigo na obssessão de um homem solitário e neurótico por uma mulher misteriosa. A história se passa no mundo dos leilões de arte e é um filme bom de se olhar. Até agora não sei se o achei bom ou ruim. Há algo de muito tolo em seu roteiro. Eu simplesmente adivinhei tudo desde o começo. Mas há uma bela atuação de Rush, mais uma, e uma participação divertida do grande Sutherland. A menina é linda. E péssima atriz. Até a metade a gente torce, desejamos ver a menina, mas daí a "hitchcockerie" entra em parafuso e a coisa desanda. Nota 5.
   AS ILHAS DA CORRENTE de Franklyn J. Schaffner com George C. Scott e Claire Bloom
Se voce ama o livro de Heminguay, como eu, vai até gostar deste filme. Mas se voce não o leu, ou leu e não gostou, fuja disto. O filme é flácido, lento, sem motivo. Fala de um escultor que vive numa ilha. Recebe a visita dos 3 filhos, pescam e depois vem a ex-esposa o visitar. Ao final, uma tentativa de salvamento a fugitivos nazistas. Schaffner e Scott haviam ganho Oscars em 1970 com Patton, uma das poucas biografias do cinema que conseguem revelar o homem por detrás do óbvio. Uma obra-prima com roteiro do jovem Coppolla. Mas depois disso Schaffner só errou ( apesar do bom Papillon ). O que temos aqui é a linda fotografia de Fred Koenemkamp, o mar azul e a ilha cheia de vento e areia, e uma absoluta falta de emoção. É um filme ruim de que gosto por motivos puramente pessoais. Nota 3.
   EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA de Marc Forster com Johnny Depp, Kate Winslet, Julie Christie, Dustin Hoffman e Freddie Highmore
Não sei se fica claro no filme. Quando James Barrie escreveu Peter Pan ele já era um autor de sucesso. Posto isso...Que lindo filme! Lindo não por seu visual, que é menos do que poderia ter sido, mas pela beleza de suas emoções. Depp nasceu para esse tipo de papel, o frágil sonhador. Sabemos que Barrie era mais viril que Depp, mas e daí? Como artista que é, ele cria o homem que Barrie deveria ter sido. Aqui faço uma defesa de Johnny Depp. Ao contrário de Day-Lewis que só vai na certeza, Depp erra muito, porque se arrisca sem parar. É um maravilhoso ator lúdico, um ator que parece nunca levar a sério a profissão e tenho a certeza de que ele aprendeu isso com seu amigo Marlon Brando. Brincar. Em tempo de melhores roteiros Depp teria mais chances de acerto. O tipo de filme que ele procura, a diversão-excêntrica, não tem bons roteiristas atualmente. Kate não tem muito o que fazer aqui. Julie Christie, a venerável Julie de Doutor Jivago, faz uma mãe odiosa, enquanto Dustin se mostra o rei da simpatia. É dos poucos filmes que consegue mostrar o mecanismo da criação. Forster é um diretor ao velho estilo Hawks, filma de acordo com o roteiro. Um profissional. Deveriam existir mais como ele. Nota 9.
   O RATO QUE RUGE de Jack Arnold com Peter Sellers e Jean Seberg
Filme que era hiper reprisado na velha Sessão da Tarde. Comédia sobre o menor reino do mundo, Grã-Fenwick, que declara guerra aos EUA. A intenção é perder e assim ser reconstruído pelos americanos, repetindo o que foi feito no Japão e na Alemanha. Mas tudo dá errado. Eles vencem sem querer. Sellers faz três papéis: A rainha distraída, o primeiro ministro ganancioso e o herói atrapalhado. Peter Sellers é um dos poucos atores que merece ser chamado de gênio. Jean Seberg iria para a França após este filme. Filmar com Godard um tal de Acossado. Aqui ela está ainda mais bonita. Uma boa comédia. Nota 7.
   O GOLPE DE JOHN ANDERSON de Sidney Lumet com Sean Connery, Dyan Cannon, Martin Balsam e Christopher Walken
Este filme deveria ser refilmado. Pelo que sei, é o primeiro a exibir um mundo todo vigiado por câmeras e gravadores. Claro que são aparelhos ainda primtivos, o filme é de 1971, mas Lumet já percebe o incômodo na profusão de câmeras em elevadores, lojas, entradas de prédios. Sean Connery está sensacional como o ex-presidiário que trama um assalto a edifício. Entre os comparsas vemos o jovem Christopher Walken, é sua estréia no cinema. Muito carisma e o rosto de um jovem hippie muito maluco. O filme é dos anos 70, portanto espere muito realismo, nenhum glamour e um final pessimista. Lumet já exibe sua maestria em cortes e clima, o filme combina bem com Serpico, Um Dia de Cão e Network ( que carreira teve esse Lumet!!! ). Sean rouba o filme. O sexy James Bond prova mais uma vez aqui que ninguém nunca fez machões como ele sabia fazer. A trilha sonora, datada, tem jazz misturado a toques de sintetizador, autor: Quincy Jones. Boa diversão! Nota 7.
  
  
  

SÓ COM AZEITE

   E a gente reclamava do Benito di Paula!!!!
   O tal Show da Virada mostra aquilo que é a música deste tempo. Tá bom cara, eu sei que o underground tem coisa muito melhor! Mas arte é sempre atemporal, o que se torna retrato de seu tempo é aquilo que ouvimos na rua, nas novelas, nos comerciais, no rádio, em todo canto. Os anos 80 tiveram Husker Du, The X e o sublime Lloyd Cole, mas o retrato do tempo é Michael Jackson e Madonna.
   E o que temos em 2012/2013? Um monte de cantores barrigudos que são chamados de lindos, com suas calças justas e seus paletós ( que minha mãe diz se parecerem com pano de chão ), estourando de tão justos. As melodias variam do sempre igual ao sempre ruim. TODOS são bobíssimos. Pior é o que eles tentam falar! O assunto é um só: sexo. Sexo como festa, sexo como gozo, sexo como corno, mas sempre o sexo. Não existe mais nada nesse mundo de bundas gordas e rostos sorridentes.
   Os nomes que vou citar são ruins, mas digo com dor na alma, perto do Ximbinha, são gênios!
   Silvio Brito, Wando, Gilliard, Peninha, Agepê, Guilherme Arantes, Originais do Samba, Benito di Paula...esses os Ximbinhas de 1978.
   Em 1974 eu escutava aos domingos de manhã as 10 Mais da Rádio América AM, mais popular era impossível. Secos e Molhados, Roberto Carlos, Raul Seixas, Tutti Frutti, e os cantores brasileiros que cantavam em inglês: Steve MacLean e Crystian. Desses nomes, alguns são geniais, todos são muito melhores que qualquer das duplas atuais.
   Se eu apelar posso dizer que o Show da Virada de 1970 teria Simonal, Tim Maia e Tony Tornado. Que se passa?
   Mudo de canal e vejo um festival inglês ( não é Glastonbury ). Afff!!!! TODAS as bandas imitam punks de 1978 !!!! TODAS, sem excessão! Chegam até a cuspir, pular e fazer caras e bocas dos Stiff Little Fingers ou de Howard Devotto. Qué isso nego???? A história do rock acabou? Paramos em 1987 e daí pra frente é só imitação? As discotecagens em Manchester '87 foram o fim? Todo o resto, seja Nirvana, Radiohead ou Dandy Warhols, apenas misturas de coisas velhas com sotaquezinhos novos?
   Então vamos jogar fora essa bosta e partir pra outra coisa! Música do Iraque, dos ciganos, do Haiti, tudo menos essa merda de cópias do Sham 69 ou dos Stranglers. Calça skinny com All Star!!! Again!!!!!!
   Repetimos o mesmo faz tanto tempo que se em 67 fosse assim  Mick Jagger se vestiria como Chaplin !!! E cantaria como Al Jolson !!!
   Carla Bardi, AZEITE DE OLIVA. É isso, tudo que voce precisa saber sobre ele. Belas fotos e boas receitas. Vem embalado em lata de azeite. Lindo. E nada caro. Adorei !!!
   É o que falo: Música e Cinema estão um lixo, mas os livros....Que beleza!!!!!!
   Bonne Anné !!!!