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SOBRE UM HOMEM E SUA GRANDE VIDA

Merian C. Cooper. Provável voce não conhecer esse homem. Nasceu em 1893. Foi piloto de bombardeio na Primeira Guerra. Dado como morto quando seu avião foi derrubado na Alemanha. Foi a pé de volta à França. Então foi defender a Polonia dos comunistas. Outra vez derrubado, na Russia. Preso em campo de concentração bolchevique, passou 8 meses cavando trilhas na neve. Viu morrer uma média de 3 prisioneiros por noite. Escapou e andando foi para a Alemanha. De volta à New York, começou a filmar documentários. No Irã, filmou a saga de uma tribo que cruza milhares de quilômetros na neve para achar pastagens para suas cabras. Ele foi junto, gravando tudo. Fome, doenças, sangue nos pés. Imagens de um mundo que não existe mais. Depois foi à Africa. Tribos que jamais haviam visto um homem branco. Depois a Tailândia. Um mundo ainda com tigres, elefantes e gente nunca vista. Sem medo, ele filmava os tigres a dois metros. E corria...Então, a guerra outra vez. Como voluntário, foi defender a China do Japão. Bombas japonesas sobre escolas. Crianças massacradas. Ele voava e jogava bombas sobre as bases japonesas na China. Dessa vez não caiu. ------------------- De volta ao lar, um dólar no bolso. O que fez? Foi trabalhar na RKO. Fez King Kong. E depois foi produtor dos filmes de John Ford. Ford, que não respeitava ninguém, o via como um igual. Mundo de gente dura, de gente que não perdia tempo. Esse foi e é Merian C. Cooper. ------------------ No DVD de King Kong há um documentário sobre ele, duas horas. Depois Peter Jackson diz que é King Kong seu filme favorito e, que coisa cool, ele refaz os efeitos do filme de 1933. Um trabalho meticuloso, árduo, dificil, mágico. Alguém diz: um diretor de cinema, hoje, passa a vida revendo os filmes de gente que passou a vida vendo filmes. Eles conhecem a vida em terceira ou quarta mão. Mas a geração de Cooper não. Antes de fazer seu primeiro filme eles viviam. Assim, quando mostram a vida eles não mostram aquilo que viram em um filme, eles mostram aquilo que viveram. Quando Jackson mostra uma selva ou uma batalha, ele usa aquilo que viu em um filme. Quando Ford ou Hawks mostram uma guerra eles mostram aquilo que viram ao vivo. Por isso os personagens parecem sempre mais completos. Não são criados tendo em vista o personagem de um filme visto aos 18 anos no cinema. Para a primeira geração do cinema, todo personagem é baseado em uma pessoa da vida real. ---------------------- Agora voce conhece Cooper.

HOBBIT/REX HARRISON/ AL PACINO/ RAY/ SODERBERGH/ DORIS DAY

JUMBO de Charles Walters com Doris Day, Jimmy Durante, Martha Raye.
A vida no circo, onde Doris é a filha do dono, que por sua vez gasta tudo em jogo. O filme é simples, alegre, e entretém. O trio central brilha com sua simpatia. Nota 6.
O ENXAME de Irwin Allen com Michael Caine, Henry Fonda, Richard Widmark.
Abelhas africanas botam pra quebrar no Texas. Caine é um cientista. O filme tem uma direção inábil. Tão trash que fica até funny.
O ÚLTIMO ATO de Barry Levinson com Al Pacino
Birdman? Ator em crise tem ataque no palco. Fica preso do lado de fora, vai morar isolado, se envolve com gente doida... O filme é o mais árido da boa carreira de Levinson, e Pacino está interessado. Confuso, não é um bom filme, mas é interessante. Nota 4.
ADEUS À LINGUAGEM de Godard
Incompreensível. Cenas de um casal, muita nudez, frases inteligentes, imagens trêmulas, confusão. Godard aina é difícil, rebelde, ácido. Atira contra tudo e parece concluir que a linguagem se desfez, não faz mais sentido.
O HOBBIT, TODOS OS TRÊS. de Peter Jackson com Martin Freeman, Ian McKellen
Jackson tem coragem! Após os anéis ele arrisca os dedos. Volta à Tolkien e usa um livro muito mais pobre do autor. E o estica em quase nove horas de cinema. A parte um é boa, a segunda é ruim e a terceira é a melhor. Um erro está no elenco. Freeman é um hobbit ótimo, mas o líder dos anões é fraco. De todo modo, há uma beleza estética que não cansa. O maravilhamento dos anéis se perdeu, mas é boa diversão. Nota 6, 3 e 6.
FULL FRONTAL de Soderbergh com Julia Roberts, David Duchovny,Catherine Keener
Soderbergh e seu medíocre lado artístico. Ele brilha quando pop, mas, inseguro, acha que precisa provar ser arteiro, e faz suas besteiras metidas à Cassavetes ou Godard. Aqui é um filme dentro de um filme. Só what?
THE CHESS PLAYERS de Satyajit Ray
No século dezenove enquanto a Inglaterra se apossa da Índia, dois nobres se distraem jogando xadrez. O filme é chato e é forte. Ficamos entediados, mas depois que ele acaba não nos larga. Lembramos dele com admiração. Isso é arte. Nota 7.
ASFALTO de Joe May
Filme mudo alemão de um dos mais poderosos nomes da época. Um tenente de policia é seduzido por uma mulher fatal. O filme tem um belo clima sensual. Pode ser um bom começo para aqueles que desejam adentrar o mundo do cinema dos anos vinte. Nota 6.
ANNA E O REI DO SIÃO de John Cromwell com Irene Dunne e Rex Harrison.
Primeira versão da historia da professora que vai à Tailândia ensinar rei a ser moderno. Lindo, dramático, serio e muito bem interpretado. Rex consegue ser duro, frio, e frágil ao mesmo tempo. Envelheceu nada esta produção Fox. Nota 8.

PETER JACKSON/ A BELA ADORMECIDA/ ISABELLE HUPPERT/ WC FIELDS/ JOHNNY DEPP

   INFERNO NO FAROESTE de Roel Reiné com Mickey Rourke, Danny Trejo e Anthony Michael Hall
Talvez seja o pior filme deste século. Uma gororoba que mistura western, inferno, muitos palavrões e aquela coisa de macho que só Peckimpah e Tarantino conseguem fazer. Rourke joga sua carreira no lixo pela segunda vez. Faz o papel do Demo. O filme tem acordes de guitarra mexicana, milhôes de cortes por minuto e mulheres bonitas com cara de 2013 em pleno século XIX. ZEEEEEEROOOOOOO!
  UMA AMOR TÃO FRÁGIL de Claude Goretta com Isabelle Huppert
Uma menina tímida vai passar férias na Normandia com uma amiga. Lá ela conhece um estudante. Namoram. Mas tudo dá errado. Isabelle Huppert, muito jovem, aparentando ter 15 anos, está em casa, faz aquele tipo triste e isolado que se tornaria sua especialidade. Gordinha, ela tem cenas de nú simples e naturais. Foi aqui que ela se revelou. O filme é bonitinho e pode dar tédio. O suiço Goretta desapareceu nos anos 80. Nota 5.
   MADRE JOANA DOS ANJOS de Jerzy Kawalerowicz
É considerado um clássico do cinema polonês. Na época medieval, um jovem padre vai exorcizar um grupo de freiras que foram possuídas por Satã. Ele deve se mudar para o convento e as salvar. O diretor usa a técnica de Dreyer, crê no que mostra, as imagens se tornam quase documentais, belas de tão austeras. Voce não tem escolha, ou fica bocejando ou embarca fundo naquele mundo de horror. Nota 6.
   THE LONE RANGER de Gore Verbinski com Johnny Depp, Armie Hammer e Tom Wilkinson
Gore Verbinski fez O Ratinho Encrenqueiro. E apesar de seus sucessos com O Pirata do Caribe e que tais, O Ratinho é seu melhor filme. Porque Gore nasceu para fazer cartoon e isso fica provado aqui. Massacrado pelos críticos, injustamente, este é um bom filme se for visto como um cartoon. E cartoon, quando bom, é uma maravilha. Este não é um bom cartoon, é um cartoon ok. Mas nunca é chato. Diverte e até faz rir. Porque fracassou? Por ser um western. E também por ter um herói fraco. Indeciso. Cheio de boas piadas, luminoso e simpático, pode ver numa tarde de verão que vale a pena. Críticos? Estão cada vez mais rancorosos e distantes do público. Precisam voltar a ver Hawks e Sturges. Nota 6.
   A FROTA DE PRATA de Vernon Sewell e Gordon Wellesley com Ralph Richardson
Feito durante s segunda-guerra e produzido por Michael Powell, tem o grande Richardson como dono de um estaleiro holandês que fabrica submarinos para os nazistas. Na verdade ele os sabota. Eletrizante, cheio de suspense, o filme é simples, patriótico no ponto exato. Pouco conhecido, devemos so dvd o seu resgate. Eis o bom lado da tecnologia, sem o dvd como alguém descobriria esta pequena jóia? Para quem não sabe, Ralph Richardson foi o primeiro ator inglês a receber o título de Sir. Era um tempo em que esse título valia ainda muita coisa. Hoje até cozinheiros viram Sir. Nota 7.
   IT'S A GIFT de Norman Z. McLeod com W.C.Fields
O grande Fields! O humorista que a América adorava odiar... O gorducho ranzinza que odeia crianças, mulheres e cães...Aqui ele recebe uma herança e compra uma plantação de laranjas. O filme, anárquico, mostra seu cotidiano infernal e depois a ida à Califórnia. As cenas na estrada e uma outra onde ele tenta dormir na varanda são geniais. Junto a Buster Keaton e aos Irmãos Marx, Fields reina. Nota 7.
   FÉRIAS FRUSTRADAS de Harold Ramis com Chevy Chase, Beverly D'Angelo e John Candy
Acho que todos já viram...aquele filme da família babaca que viaja de carro para um parque de diversões e tudo dá errado. Feito em 1983, tem piadas que hoje seriam censuradas ( a do cachorro e a da velha que morre ). Não é mais tão engraçado, mas tem seus momentos. Principalmente a inesquecível corrida aos brinquedos ao som de Chariots of Fire. Nota 5.
   O SENHOR DOS ANÉIS de Peter Jackson
É um grande filme, uma grande diversão e uma maravilha para se olhar. O elenco tem pontos muito altos ( Viggo Mortensen, Ian McKellen, Andy Serkis ) e alguns falhos ( Orlando Bloom ). Mas no geral ele merece todo seu sucesso. Tocou em algo muito querido e necessário do público, a necessidade de heroísmo. Peter Jackson conseguiu orquestrar a história complexa e jamais deixa nada solto ou sem direção precisa. É um trabalho digno de David Lean ( mas não de Kurosawa, que fazia épicos mais crispados ). Jackson consegue fazer um épico possível para o público de hoje, tem a beleza e a calma de Lean com a ação e a produção fantasiosa de agora. Ele jamais corre demais e nunca apela. Nada de câmera rodopiante, cortes demais ou vísceras sanguinolentas. Jackson narra o livro e vence sempre. O principal é: mergulhamos naquele universo. Quando a saga termina queremos mais. Nota DEZ.
   A BELA ADORMECIDA  de Walt Disney
Nos extras ouvimos comentários de John Lasseter. É o longa que modificou a Disney. E até hoje é exemplo de animação e de cenários. Cada fotograma é uma pintura medieval. Há muito para se olhar, cores deslumbrantes e detalhes que nunca terminam. Levou 6 anos para ficar pronto e toda criança que o viu em tela grande nunca esqueceu. Talvez seja o último dos grandes desenhos da Disney pré-O Rei Leão. Um absurdo em detalhismo e cuidado. Nota DEZ.

O SENHOR DOS ANÉIS COMPREENDIDO

   Para os gnósticos a Terra é um campo de batalha. O Mal, presente em toda a matéria, é combatido o tempo todo pelo bem, presente no espírito. Egoísmo, crueldade, desejo de poder, ambição, esses os componentes do mal. Coragem, honra, auto-sacrifício, espírito de grupo, esses são os dons com que se combate esse mal. A Guerra acontece, desde sempre e sem tréguas, na Alma de cada Homem.
   Chesterton, com seus amigos C.S.Lewis e Tolkien, fez parte no começo do século XX do movimento de resgate do cristianismo primitivo, corrente essa que tem muito do gnosticismo herege. Quando assisti pela primeira vez a saga do Anel eu nada sabia. Para mim se tratava apenas de mais um pastiche que misturava Star Wars com Excalibur de John Boorman. Eu não sabia que Excalibur e Star Wars é que derivavam de Tolkien. E que Tolkien fazia tamanho sucesso por intuitivamente ir ao cerne de uma necessidade humana: Transcendência.
   Você pode sentir Transcendência em graus variáveis. A maioria passa pela vida sem repetir mais de uma vez. E a primeira é sempre na infância pré-linguagem. Você pode procurar, inconscientemente, essa sensação em filmes, na visão do cosmos, em música ou numa droga. Em viagens de aventura, no Amor, ou até mesmo no sexo ( talvez a forma mais procurada hoje e uma das mais falíveis ). Saiba que por mais material que essa busca seja, o fundo é sempre o mesmo: Liberação do fluxo da vida, livre fluir das imagens e dos sentimentos do espírito, uso de toda a potencialidade que todos sentimos ter. Sim, a religião sempre se propôs a dar essa transcendência. As Igrejas, são a droga sintética dessa busca. Não há receita, não há regra. Cada um que ache seu caminho. O fim é o mesmo: o Bem.
   A Saga do Anel fala disso. Frodo carrega ( como Cristo ), o Mal do Mundo nas costas. Recebe uma missão não desejada, sofre tentações, dúvidas, quase desiste. Mas ele é Bom. E seus discípulos o ajudam.
   Peter Jackson conseguiu fazer um filme cheio de conteúdo e ao mesmo tempo cheio de ação. É uma saga digna de David Lean. Filosófica e com um senso de beleza maravilhoso. E o principal, a obra atingiu em cheio uma necessidade do público, e quando isso ocorre temos o fenômeno, o filme que consegue atingir crianças, adultos, analfabetos e cultos, homens e mulheres. Para quem busca profundidade em filmes filipinos, dinmarqueses ou mexicanos, eis aqui o cinema pop em alto grau cultural. Há muito mais o que pensar e discutir aqui que em toda a obra daquele geniozinho óbvio e plagiador.
   O mal em nós junta hordas escuras e procura fazer de sombra tudo o que nos é mais caro. Cabe a cada um unir forças e os combater. Creia, a luz existe e ela é aquilo que chamamos de inspiração, fé, criatividade, transcendência.

O SENHOR DOS ANÉIS SOB A VISÃO DE UM MEDROSO

  Medo. Esse é um sentimento que conheço bem demais. Medo de morrer, medo de mudar. Amores controláveis, drogas sem perigo, criatividade sob restrição. Medo de perder o controle, medo de pirar, medo de deixar de ser o que se é. Medo de não voltar pra onde estou seguro. Isso posto...
  Lutaram por mim. Foi pela familia, pelo clã, pela fé e pela nação. Coisa conservadora essa, não é? Mas foi assim. Guerras que viraram o rumo da história e que me fizeram ser quem sou, conhecer o que sei. Guerras que preservaram um mundo e aniquilaram um outro. E eu sou a consequência disso tudo. Se os persas tivessem vencido os atenienses...se os mouros tivessem destruído o cristianismo....se Roma perdesse de Cartago...se Hitler tivesse vencido....se a América tivesse sido colonizada pelos vikings...eu não existiria. E nem voce. E quase tudo aquilo que amamos.
   Portanto respeite aqueles que morreram por voce. Isso posto...
   Tenho aniquilado meu medo. E percebo afinal que meu inconsciente quer o meu bem. Mesmo que de um modo que seja um segredo. Um sussurro. Mais que isso, percebo que essa é a grande jornada, para dentro e para fora, ao mesmo tempo e refletindo um no outro. Sabendo que o encontro é sempre assustador. Sabendo que após o medo nasce a verdade e depois a luz. O bem. Lutar pelo bem, pois ele precisa de nossa luta. O mal vive por si-mesmo.
   A idade-média é a época do dominio do insconsciente sobre a razão. Mistura que bem conheço, mistura de medo, glória, luta, miséria e maravilhas. Dentro de nós tudo ainda é medieval. Creio que ainda será por muito tempo.
   Então a razão nega esse tempo. Ignora. Teme. E sempre volta a ele.
   E eu sempre amei tudo o que sou e tenho medo. Meus medos são minhas guias para o que amo de verdade. Posto tudo isso....
   O filme de Peter Jackson e de Tolkien é sobre isso tudo.
   maravilhoso.

HITCHCOCK-O MELHOR DA TERRA/ TARANTINO/ PETER JACKSON/ NICOLAS CAGE/ RZA

   KON-TIKI de Joachim Ronning e Espen Sandberg
Concorre a melhor filme estrangeiro no Oscar. E é melhor que Lincoln. Conta a história de Thor Heyerdahl, o antropólogo norueguês que em 1947 cruzou o Pacífico para provar sua teoria. Escrevi texto sobre o filme abaixo. Simples e bem narrado, é um filme bonito, inspirador. Nota 8.
   O HOBBIT de Peter Jackson
O filme tem alguns problemas de planejamento. O livro é curto, Jackson resolveu fazer o filme em 3 partes. Dará um total de sete horas. Isso faz com que a narração seja lenta, feita de longas cenas de conversas. Ou seja, as crianças ficarão entediadas. Quanto aos adultos, bem, o filme é bastante infantil, então vá preparado para isso. Os cenários são lindos, as cenas de batalha excessivas, os diálogos infantis. Não é o lixo que alguns gostam de dizer, mas é aborrecido. Nota 3.
   O HOMEM DOS PUNHOS DE FERRO de RZA com RZA
RZA escreveu, produziu, fez a trilha sonora, dirigiu e atuou. Vixe! Estamos diante de um novo Godard? Um novo Welles? Chaplin? Talvez seu ego ache isso, mas só seu ego ( e suas mocinhas ). O filme é risivel. Fala algo sobre a China de antigamente, misturado com rap, vingança e etc. O texto é tão babaca que parece piada. Os diálogos são dignos das piores letras de funk do Rio. É o pior filme do ano.
   DJANGO de Tarantino com Jamie Foxx, Christoph Waltz e Leo di Caprio
Escrevi sobre ele abaixo. É uma boa diversão Pop. Cheio de humor, de boa ação e alguns diálogos afiados, tem atuações fantásticas de Waltz e de Leo. Os coadjuvantes também brilham, mas, que pena, Foxx não segura o personagem. O herói tem zero de carisma. E Tarantino estica o final, a meia hora derradeira podia ter sido eliminada. Mesmo assim temos o padrão Tarantino de diversão: boas músicas, frases bem sacadas e tipos interessantes. Divirta-se!!! Nota 7.
   O RESGATE de Simon West com Nicolas Cage, Josh Lucas, Danny Huston e Malin Akerman
Bom filme de ação. Um cara rouba um banco e é preso. Após oito anos, solto, tem sua filha sequestrada. Adoro filmes de ação! São muito dificeis de fazer. É uma arte conseguir manter o suspense, a ação não parecer ofensivamente tola, saber quando cortar e quando deixar rolar. West é um bom diretor desse estilo. Assistimos o filme com prazer, torcemos, nos emocionamos. Cinema é arte de ação. Isto é cinema. Cage se diverte, e Malin Akerman é uma das mais bonitas atrizes de agora. Nota 6.
   FRENESI de Alfred Hitchcock com Jon Finch, Alec McCowen e Vivien Merchant
Voce assiste os indicados ao Oscar deste ano. Tenta gostar deles, ver alguma arte naquilo tudo. Se convence de que o cinema ainda tem relevãncia. Mas daí vem o velho Hitch e acaba com as ilusões. Voce assiste Frenesi e lembra então de como um filme podia ser bom, do quanto o cinema era mágico. É até covardia!!! Hitchcock foi o maior cineasta da história! Veja este filme: Feito em 1972, é o penúltimo filme da carreira do mestre. Aqui Hitch volta a filmar em Londres, após 34 anos de USA. Nessa época, Hitchcock vinha de dois fracassos e era chamado de decadente. Mas com Frenesi ele ressuscita e volta ao sucesso. E que filme maravilhoso este é! Em Londres, mulheres são estranguladas com uma gravata. A policia procura o assassino. Ao mesmo tempo, acompanhamos um inocente que é acusado. Ou seja, tipico roteiro à la Hitchcock. Aqui escrito por Anthony Shaffer, um dos grandes teatrólogos ingleses de então. Este filme quebra alguns paradigmas de Hitch. As mulheres são todas feias, há cenas de nú e a violência é mais explícita. O filme é perfeito. Tem suspense, humor, e algumas cenas são aulas de direção. Veja aquela do estupro. A forma como a câmera foca os rostos, um seio, as pernas, os olhos. Veja a cena do segundo assassinato, a câmera saindo pelo corredor, descendo as escadas, e os sons da rua aumentando. São assinaturas de genialidade, são toques de estilo que Lincoln, Django ou PI não conseguem ter. A simplicidade refinada, o inesperado. As conversas do inspetor com a esposa são também obras-primas de humor, de inteligência artesanal. E o final, conciso, exato, matemático, sem apelação. Alfred Hitchcock, como não o venerar? Frenesi, que eu não revia a mais de 25 anos é absolutamente perfeito. Humilha a maioria dos filmes. Um maestro! NOTA UM MILHÃO.