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MEL GIBSON...MARTIN SCORSESE...KIRK DOUGLAS...MILESTONE

   ATÉ O ÚLTIMO HOMEM de Mel Gibson com Andrew Garfield, Vince Vaughan
E aqui temos Andrew Garfield de volta ao Japão, de volta a questões cristãs, sofrendo pacas outra vez. Parece que ele fez um tipo de treino aqui para depois fazer o filme do Scorsese. Mas, falando a real, ele está excelente nos dois. São papéis difíceis, que poderiam cair facilmente no exagero ou então na frieza blasé. Ele acerta o ponto. Agora falando do filme. Ele é excelente. A violência, de que tanto se falou, nunca é abjeta. Antes, é bela. O fogo, o sangue, a terra seca, tudo é esteticamente tratado. E têm uma função, um porque: existem para mostrar a miséria da carne, o vazio que há em tudo que é matéria, apenas matéria. Felizmente há no fim no filme os depoimentos das pessoas reais, dos que lá estiveram. Pois o que Desmond Doss fez foi um milagre. Um desses milagres que só quem não quer perceber não vê. Sua ação foi mais incrível que aquelas de qualquer personagem Marvel ou DC. Porque ele não tinha superpoderes e nem era um mutante. Era alguém como eu e voce, e fez aquilo que eu ou voce não faríamos. Gibson não erra. O filme tem o ritmo exato e as cenas familiares são excelentes. De ruim, e é uma pena, a trilha sonora melosa, invasiva, forçada. Ela dá ao filme uma melosidade que ele não tem. Penso que se feito em tempos menos lobistas teria ganho seu Oscar.
  SILÊNCIO de Martin Scorsese com Andrew Garfield, Adam Driver e Liam Neeson.
É uma obra de arte feita por uma pessoa adulta. E como tal deve ser julgada. Não é um filme belo. Ele é árduo, duro, difícil e nos deixa muitas vezes sem saber o que pensar. Afinal, Scorsese defende os jesuítas ou não...Martin é adulto. As questões não são simples. São complexas. O filme, magistral, é inesquecível. ( Mais comentários abaixo ).
  MANCHESTER A BEIRA MAR de Kenneth Lonergan com Casey Affleck
Falo deste filme abaixo. E explico porque ele é tão fraco. Tanto que o vi faz uma semana e já não recordo do que trata.
  ENVOLTO NAS SOMBRAS de Henry Hathaway com Lucille Ball, Clifton Webb e William Bendix
Armações. Um filme noir sobre uma trama de um marido que deseja matar sua esposa. É uma rede de mentiras que nos envolve. O filme tem ritmo, quase todo noturno e soturno. Fascina o modo como as coisas vão se encadeando, o tipo de personalidade má dos personagens, as ruas suspeitas e os escritórios sujos. É quase uma obra prima de um diretor que filmou muito e acertava quase sempre.
  O TEMPO NÃO APAGA de Lewis Milestone com Barbara Stanwyck e Kirk Douglas.
É o primeiro filme de Kirk Douglas. Feito em 1947, ele faz um homem fraco, mimado, que se casa com uma mulher rica, ambiciosa, e depois procura domina-la e não consegue. É um bom filme. Drama novelesco sobre a maldade. Milestone fez uma obra prima, Nada de Novo no Front.

FRANK SINATRA/ BRANDO/ MEL GIBSON/ MONICELLI/ JEAN COCTEAU/ DORIS DAY/ GILLO PONTECORVO

   OS COMPANHEIROS de Mario Monicelli com Marcello Mastroianni, Renato Salvatori, François Perrier e Bernard Blier
Norte da Itália, fins do século XIX. Estamos numa fábrica, entre seus operários. Eles vivem em condições miseráveis, trabalham 14 horas por dia. O filme acompanha sua tentativa de obter melhores condições de vida. Uma greve acontece. Mastroianni é um professor pobre que aparece do nada , e que procura organizar os operários. O filme adota um tom quase documental. Não é o Monicelli humorista, é um filme de esquerda, como tantos em seu tempo. Ele consegue nos deixar revoltados e comovidos ao exibir o contraste entre as crianças operárias e os donos da fábrica. Mas hoje sabemos onde o esquerdismo iria dar...Teremos nos tornado mais cínicos? Admitimos a vitória do capital ? Porque nos é tão dificil tomar pura e simplesmente o partido dos explorados? Bem...é um filme forte. Nota 7.
   SANTO ANTONIO de David Butler com Erroll Flynn e Alexis Smith
Não é um dos bons faroestes de Flynn. Falta um melhor vilão, falta um personagem melhor definido para seus talentos de estrela. Ele já estava aqui no inicio de seu fim, as marcas dos excessos e dos escândalos já se podem notar. Mas é ainda uma produção de bom nivel da Warner. Alexis faz uma cantora de saloon e Flynn é um forasteiro que tenta livrar a cidade de seus bandidos. Apenas isso. Nota 5.
   QUEIMADA! de Gillo Pontecorvo com Marlon Brando
Em seu livro Brando diz ser este seu melhor papel. Não é. Posso citar cinco atuações melhores de Brando ( Um Bonde, O Chefão, Tango, Os Pecados de Todos, A Face Oculta ). Mas é um grande filme e uma grande atuação! Ele conta no mesmo livro ter discutido muito com o diretor. Pontecorvo insistia em fazer um filme completamente de acordo com a cartilha marxista, Brando queria mais sutileza. E lhe revoltava ver que um marxista como Pontecorvo explorava os figurantes de um modo tão óbvio. Mas ao mesmo tempo ele elogia o diretor e o filme. Com uma trilha sonora mágica de Ennio Morricone, o filme mostra a história de William Walker, um enviado da Inglaterra que "ajuda" os escravos negros a se livrar de seus senhores. A coisa se complica quando esses mesmos negros se voltam contra Walker, que afinal era apenas um novo explorador. Brando consegue refinar Walker. Ele é apenas um funcionário da Inglaterra, sem opiniões e sem nenhuma paixão. Faz um jogo impecável, obtém o poder para os ingleses, mas não vê nada de glorioso ou de errado nisso. Marlon Brando foi um gênio. O filme é muito bom, uma soberba aventura marxista. Um tipo de western de colonizados. Nota 8.
   O PIRATA de Vincente Minelli com Judy Garland, Gene Kelly e Walter Slezak
Numa ilha do Caribe, moça sonha em conhecer o famoso pirata Mococo. Mal ela sabe que seu ridiculo noivo é Macoco. Kelly faz o papel de um ator de circo, que para a conquistar finge ser o pirata Mococo. Músicas de Cole Porter em filme que não é um dos geniais musicais da época, mas que está longe de ser vulgar. Hiper colorido, alegre, cheio de vida e com belas canções, seu ponto fraco são as coreografias. Minelli e Kelly fariam bem melhor em outros filmes. Nota 6.
   ORFEU de Jean Cocteau com Jean Marais, Maria Casares, Marie Dea
Ou voce ama ou odeia. Cocteau traz o mito de Orfeu para a França de 1950. Para gostar voce deve se despir de linearidades e razões. O filme é só poesia. As coisas acontecem como em sonho e Cocteau tinha o dom para isso. Vê-lo é de certa forma como sonhar. Em dado momento voce perde a certeza de estar vendo um filme. Porém, se voce procura uma história emocionante ou um espetáculo, fuja. Os filmes de Cocteau, em que pese sua poesia, sempre resultam frios, distanciados. A fotografia é belíssima e surpreende a elegãncia francesa de então. São belas roupas e belos décors. Nota 7.
   PLANO DE FUGA de Adrian Grunberg com Mel Gibson
Mel Gibson era um excelente ator de ação. Como Bruce Willis, ele conseguia fazer tudo o que Stallone ou Arnold faziam, mas com muito mais humor e uma dose refrescante de hironia e inteligência. Mas após os Oscars de Braveheart Mel pirou. Aqui ele volta a ação pura e consegue ser outra vez o ator irônico que eu e minha geração adoramos. Mas o filme não é digno dos talentos do ator. É um desses filmes que tem prazer em mostrar dor, sujeira, destruição e vísceras. Ele é um americano em prisão mexicana. Lá ele tenta se dar bem. E é só. Eis a estética do cinema deste século: o prazer em se ver coisas sendo destruídas e sangue espirrando.  Moral: O mundo é uma merda. O filme também é.
   YOUNG AT HEART ( JOVEM NO CORAÇÃO ) de Gordon Douglas com Doris Day, Frank Sinatra, Gig Young, Dorothy Malone e Ethel Barrymore
Uma surpresa. O filme mostra aquilo que se conheceu como a tipica familia americana feliz. Uma familia de musicos felizes com três irmãs. Duas namoram, Doris não. Chega a vizinhança um alegre, confiante e rico compositor. Não, não é Sinatra, é Gig Young. Doris se enamora dele. Mas ele tem um amigo, e só no meio do filme surge Sinatra. E que impressão ele causa! Mal humorado, pobre, pessimista, Sinatra faz uma imitação de seu amigo Humphrey Bogart que magnetiza o filme inteiro. E quando ele canta, com sua voz no auge da forma, tudo fica muito mais real. Doris foge com ele e juntos passam momentos ruins. O filme, que surpresa, é muito bom. Tem a doçura saudosista da América em seu apogeu, e também anuncia a amargura daquilo que estava reprimido. Doris é encantadora. Nota 8.