Mostrando postagens com marcador josef von sternberg. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador josef von sternberg. Mostrar todas as postagens

PETER LORRE- OKJA- MALICK- JERRY LEWIS

CONVENÇÃO DAS BRUXAS de Nicolas Roeg com Anjelica Huston e Mai Zetterling.
Jim Henson, o gênio por trás dos Muppets, produziu este horror juvenil e para dirigir chamou Roeg, o diretor de Inverno de Sangue em Veneza. E funciona. Em clima de fábula, se conta a história de um garoto que se hospeda em hotel que está cheio de bruxas. Passou muito na Sessão da Tarde e é um bom filme. Tem clima, tem boa trilha sonora e ótimos atores ( Mr. Bean faz o gerente ).
REI ARTHUR de Guy Ritchie com Jude Law e Charlie Hunnam.
Guy dá uma super bola fora. Faz com Arthur o que fez com Holmes e dessa vez fala sozinho, este filme foi e é ainda o fiasco do ano. Começa com uma guerra sem graça, então vemos a Londres de 800 DC como um tipo de Londres de 2000, só que mais suja. Arthur é uma ex moleque de rua, um tipo de "transpotting" medieval. E Guy enche o filme de efeitos espertos tipo "Canos Fumegantes". Voce sente asco. Ele tira de Arthur todo o aspecto de magia e de lenda e bota no lugar o clima de modernismo, já demodée, de acid party 1998. Um absurdo lixo.
OKJA de Bon Joon Ho com Tilda Swinton, Paul Dano, Jake Gyllenhaal e An Seo Hyun.
Que linda surpresa! Brad Pitt produz este filme Netflix com coreanos. Ele começa parecendo ser banal, mas então se transforma em algo surpreendente. Uma corporação desenvolve um tipo de porco gigante. E dá espécimes para famílias os criarem. Dez anos depois, eles os querem de volta, mas uma menina não quer se separar dele. Ela o segue até NY. O filme, belo, tem humor e tem drama em doses fartas. E nunca parece tolo ou fofo. Há até uma sátira aos ativistas verdes. Os últimos dez minutos do filme são dignos de uma obra-prima. Poucos filmes atuais sabem encerrar sua história de uma maneira tão sublime. Lindo filme. Veja.
O ZOOLÓGICO DE VARSÓVIA de Niki Caro com Jessica Chastain e Daniel Bruhl.
Um dos mais chatos filmes sobre a guerra já feitos. Jessica é dono de um zoo e a guerra detona todos os bichos. Ela usa o zoo então, para esconder judeus. Dizem que é uma história real. O filme é tão mal feito que parece uma anedota sem graça.
UM GOLPE DAS ARÁBIAS de Jerry Paris com Jerry Lewis e Terry Thomas.
Um dos grandes fracassos de Jerry Lewis. Tenta ser um filme espertinho, daqueles tipos Gambit, estilo que se fazia muito por volta de 1970. Mas não tem bom roteiro e Jerry está impregnado de vaidade. A grande armadilha que destrói qualquer humorista: a vaidade.
SCROOGE de Ronald Neame com Albert Finney.
Adaptação musical de Dickens que dá a Finney, um ator excelente, sua pior atuação. O filme é chato. Muito chato.
CRIME E CASTIGO de Josef Von Sternberg com Peter Lorre, Edward Arnold e Marian Marsh.
Não é nada mal. Tem o clima de horror de Dostoievski e Lorre é um super ator. Impressiona a beleza de Marian Marsh. Talvez seja o menos Sternberg em estilo e fotografia dos filmes de Sternberg.
SONG TO SONG de Terrence Malick com Rooney Mara, Ryan Gosling, Michael Fassbender, Natalie Portman, Patti Smith,
Malick erra em tudo aqui. As falas são banais, as cenas se repetem, a fotografia é bonita mas nada interessante, a história não anda. O estilo dele tem essas características, mas seus filmes são bons quando ele tem algo para revelar. Aqui nada é revelado. O filme fala sobre o mundo vazio de gente que tem tudo. Quase insuportável.

GÊNIOS DO CINEMA - GENE TIERNEY - FLYNN - BOGART - MACLAINE

   PATRULHA DA MADRUGADA de Edmund Golding com Errol Flynn, David Niven, Basil Rathbone e Donald Crisp.
Um dos melhores filmes de guerra já feitos. Na França de 1915, acompanhamos o dia a dia de uma base da RAF. Pilotos são mandados toda manhã para missões suicidas. Flynn, nunca melhor que aqui, comovente em seu estoicismo elegante, é o piloto que evita lamentações. Encara cada missão como um esporte e bebe como se fosse uma festa. Niven, excelente, é seu melhor amigo. O filme é pacifista e feito em 1938, encara a possibilidade de mais uma guerra. Este filme é nova versão de um filme anterior de Howard Hawks, feito em 1930. Sentimos ainda o foco que Hawks sempre dá a seus filmes, ou seja, a camaradagem entre homens que enfrentam uma missão dura. Nunca vi o original, mas imagino que seja mais lento e mais cheio de toques da vida comum. Golding foi um bom diretor e leva o filme para um tipo de drama que duvido que Hawks tenha tocado. É este um grande filme. As cenas de aviação são lindas, os aviões em malabarismos num céu sem fim e as manhãs em que eles decolam. Foi a última guerra em que os resquícios do cavalheirismo ainda existiam, creia, a cena com o alemão não é uma fantasia. Um belo filme sobre um valor esquecido: virilidade sem machismo.
   O PECADO DE CLUNY BROWN de Ernst Lubitsch com Charles Boyer e Jennifer Jones.
Este é uma obra-prima. O melhor filme de um dos grandes diretores do cinema. Lubitsch nasceu no império austro-húngaro e começou fazendo belos filmes chiques e maliciosos na Europa. Foi para Hollywood já famoso e poderoso e se tornou nos anos 30 um tipo de rei da Paramount. Mestre para diretores como Preminger e Billy Wilder, que o adorava. Morreu no fim dos anos 40 ainda antes dos 50 anos. Aqui ele tece uma sátira soberba ao sistema de classes inglês. O filme é maravilhoso. Os diálogos faíscam, os atores brilham, nosso prazer é completo. A história fala de um refugiado do nazismo que se aproveita da ingenuidade dos ingleses. Mas também fala de Cluny Brown, uma menina da classe trabalhadora, que sonha em ter uma vida melhor e ignora a divisão de classes. Seu pecado é ser da classe baixa, além de entender de encanamentos. O filme tem drama e humor e na verdade debaixo de todo riso ele é bem sério. Jennifer está adorável como sempre e Boyer dá uma aula de comédia elegante. Todo o filme é deslumbrante e serve como introdução a quem queria conhecer ao cinema de Lubitsch e também o cinema dos anos 30. Inesquecível. Já sinto desejo de o rever.
   A CONDESSA SE RENDE de Ernst Lubitsch com Betty Grable e Douglas Fairbanks.
Único fracasso de Lubitsch, é seu último filme. Ele estava doente quando o fez. Pura fantasia, conta a história de uma invasão a um reino da Itália. A condessa de Bergamo tenta convencer o invasor a partir e nisso é ajudada pelo fantasma de sua tatataravó. Há ainda um marido covarde. Não é ruim. Na verdade é leve, alegre, divertido. Uma atriz melhor melhoraria muito este filme.
  PASSAGEM PARA MARSELHA de Michael Curtiz com Humphrey Bogart, Claude Rains, Peter Lorre e Michele Morgan.
Mares em tempo de segunda guerra. Um navio francês recolhe náufragos. Ficamos sabendo sua história. São fugitivos da prisão. Irão se juntar à luta contra Hitler. O filme é completo. As cenas na prisão e a fuga no pântano são emocionantes. Fotografado por James Wong Howe, um mestre, ele tem riqueza visual. O elenco não podia ser melhor. É a turma de Casablanca metida em um navio. Uma aventura típica de Bogey, direta e muito bem feita. Ver Bogart na tela é sempre uma felicidade.
  ACONTECEU EM SHANGHAI de Josef Von Sternberg com Gene Tierney, Victor Mature, Walter Huston e Ona Munson.
Não dá pra ser pior. Este filme acabou de vez com a carreira de Sternberg. O descobridor de Dietrich, autor de cinco filmes originais e fantásticos nos anos 30, aqui, em 1941, encontra o desastre. É um filme mal feito, ridículo, feio, desagradável e hilário em seus diálogos inacreditáveis. Hoje virou cult, mas é bem ruim. Fala de um antro de jogo em Xangai. Centro de pecado, de sexo, de drogas. Tierney, inacreditavelmente linda, é uma inglesa rica que decai nesse centro de jogo. Vira prostituta. Huston é o pai. Ona é a cafetina, uma dona de bordel digna de carnaval. Mature faz um turco que seduz e usa mulheres...Nada faz o menor sentido. Creia, é pior do que voce imagina.
  CHARITY, MEU AMOR de Bob Fosse com Shirley MacLaine, Chita Rivera e Ricardo Montalban.
Bob Fosse já era famoso na Broadway quando fez este seu primeiro filme. Que foi um desastre de crítica e de bilheteria. Feito em 1968, Fosse só iria se redimir em 1972, com o super sucesso e os Oscars para Cabaret. A história é a de Noites de Cabiria. Bob Fosse sempre assumiu seu amor por Fellini, e presta a homenagem ao filme do italiano levando a saga da doce prostituta para a New York dos hippies. Em 1979 ele faria All That Jazz, o seu Oito e Meio. Shirley não é Giulieta Masina! A atriz de Cabiria não pode ser igualada. O desempenho da esposa de Fellini é o maior da história dos filmes. Ainda mais quando sabemos que Giulieta na vida real é uma mulher elegante e sofisticada. O oposto a Cabiria. Shirley é uma estrela e uma boa atriz, mas aqui seu desempenho vira caricatura e o filme afunda. Ela é uma prostituta que se apaixona pelos caras errados. Montalban é o ator famoso, e depois dele vem o desastre com um rapaz que parece de bom coração mas que tem preconceitos. O que de melhor há no filme, claro, são as canções de Cy Coleman. São todas belíssimas! E as cenas de dança, com a coreografia de Bob Fosse. O homem foi um gênio, o único até hoje a ter ganho no mesmo ano o Oscar, o Emmy e o Tony ( cinema, TV e teatro ). Além do Globo de Ouro ( tudo em 72, por Cabaret, Liza com Z e Pippin ). Todas as danças, leves, modernas, ousadas, sexy, são fantásticas e suas coreografias foram imitadas desde então. Repare na cena que posto acima. O modo como todo um modo de vida, uma moda, um comportamento é satirizado sem uma só palavra. E observe em como Fosse faz as mãos, os braços e até os dedos dançarem e falarem. É coisa de gênio!!!! O filme, cheio de falhas, tem de ser visto. E confesso que a cena final me fez derramar uma inesperada lágrima. Cabiria é uma personagem tão magnífica, que mesmo no filme errado, e com a atriz errada, ela acaba nos pegando. Veja este filme!