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TORNATORE- JASON STATHAM- JOHN HUSTON- DIANE LANE- MALICK- MICHAEL CAINE

   RAÍZES DO CÉU de John Huston com Trevor Howard, Errol Flynn e Juliette Gréco.
De 1957, este é um dos fracassos de público e de crítica de Huston. Mas...que coisa! É um filme muito bom! Ele se passa na África francesa, e mostra um inglês, Howard, excelente, tentando defender os elefantes da matança. Ou seja, o caçador Huston faz um filme ecológico. Isso porque, como mostra o ótimo filme de Clint Eastwood, quando filmou The African Queen, em 1951, Huston teve um arrependimento. Viu que elefantes são sagrados e não podem ser mortos. Neste filme, feito sete anos mais tarde ao seu grande sucesso, African Queen, vemos como ainda era visto como insano aquele que pensasse em defender bichos. O inglês é tratado pelos outros colonos como um louco, um tipo de desequilibrado que prefere animais à humanos. Na época, 30.000 elefantes eram alegremente mortos por ano, isso sem contar os filhotes abandonados à sorte! Huston se preocupou com isso, e este filme, incompreendido então, sofreu por parecer em 1957, bobo. Sem assunto relevante... Os únicos que ajudam o lutador ecológico são uma prostituta, feita pela musa dos existencialista, Juliette Gréco, e um bêbado, feito por Errol Flynn. O filme é poderoso, bonito, e muito atual.
   SECRETARIAT de Randall Wallace com Diane Lane e John Malkovich.
Baseado numa história real, o filme conta a saga de uma mulher que consegue transformar seu cavalo no maior corredor de todos os tempos. O único desde muito, a ganhar a tríplice coroa americana. Eis um filme muito legal, aquele tipo de filme "empolgante" que só o cinema americano sabe fazer. Notei isso enquanto via o filme, o modo como ele vai num crescendo, até o êxtase final. Voce já viu filmes nesse esquema, e quando funcionam são sempre bons de se ver. Voce sabe que o cavalo vai vencer e mesmo assim fica em suspense e emocionado. Malkovich está maravilhoso fazendo um treinador elegante e excêntrico. E Diane nasceu para fazer esse tipo de papel. Ótima diversão!
   O NOVO MUNDO de Terrence Malick com Colin Farrell, Christopher Plummer e Christian Bale.
É uma bela experiência. Na primeira parte Malick nos faz ver o que era os EUA em 1600 com um realismo soberbo. Medo, violência e crueldade. Fome, muita fome. Depois há a história do envolvimento de um índia com dois homens. O filme é longo e lento, e vale à pena. Não espere a filosofia metafísica de Malick, este é para ser visto e fruído.
   FUNERAL EM BERLIN de Guy Hamilton com Michael Caine.
A fama internacional de Caine nasceu com este personagem, o detetive Harry Palmer, um tipo de 007 sem glamour. Palmer tem pouco dinheiro, é feio e suas missões são realistas, ou seja, pouca ação e muita complicação. O filme não é bom. Mas o clima de guerra fria é delicioso. Fico pensando em como esse mundo já me parece antigo. Caine está excelente.
  ASSASSINO A PREÇO FIXO 2 de Dennis Gansel com Jason Statham, Jessica Alba.
Eu adoro os filmes de Statham. São bem editados, nada pretensiosos e ele é um ator muito simpático. Mas este aqui é tão mal escrito que chega a insultar.
  LEMBRANÇAS DE UM AMOR ETERNO de Giuseppe Tornatore com Olga Kurylenko e Jeremy Irons.
Que filme ruim!!!!!!!!!!!!! Como em seu filme anterior, Tornatore fala das aparências, da verdade que pode ser ilusória e da mentira que se sustenta como realidade. Uma moça perde seu namorado e ele deixa tudo organizado para parecer ainda estar vivo. Dio mio! Olga se revela boa atriz e Irons continua fazendo filmes ruins. Tornatore nunca me enganou.
   O RESGATE DO BANDOLEIRO de Budd Boetticher com Randolph Scott e Richard Boone.
Budd era assim: dois cenários e cinco atores e ele te dá em 18 dias um bom filme. O filme B, como este, é o equivalente ao que hoje é a série de TV. Uma equipe de direção e produção fazendo bons roteiros de uma forma decente e direta, objetiva. Neste western de 1958, temos Scott preso por bandidos. O filme inteiro é sua tentativa de se sair bem. Muito suspense, alguma violência em um filme que não é uma obra-prima, mas é uma bela diversão. Tem comentários de Scorsese e de Peter Bogdanovich que botam o filme lá no alto.

Charles and Sebastian Alone in Brideshead



leia e escreva já!

REFILMAGENS

   A coisa tá pobre demais. Refilmagens estão acontecendo a rodo. Nada errado. refilmagens sempre aconteceram e algumas são melhores que a original. O próprio Hitchcock refilmou para melhor um filme seu. Mas... depois de assistir as péssimas reprises de O MENSAGEIRO ( o de Losey é um belíssimo drama com soberbas atuações e uma trilha sonora de gênio ), e de LONGE DESTE INSENSATO MUNDO, ( o de Schlesinger esfria o drama de Thomas Hardy e o transforma num perfeito painel sobre o amor e as relações sociais, o novo é apenas um veículo que tenta dar a uma jovem atriz um grande papel ), assisto agora a heresia suprema: ousaram tocar em BRIDESHEAD REVISITED, obra sagrada da minha geração snob.
  Vou falar por partes. O pior nessas refilmagens é que elas não retrabalham uma história. Esses filmes copiam. Todos eles copiam movimentos de câmera, cenários, movimentação dos atores e pasmem!!!!, até mesmo as expressões faciais! A impressão é que os atores não precisaram ler um roteiro, apenas decoraram um dvd. Em Brideshead isso chega ao cômico.
  BRIDESHEAD é um livro problema de Evelyn Waugh. E Waugh, para quem não sabe, foi um dos mais populares dos escritores ingleses dos anos 40-60. Fazia parte da turma conservadora, a turma que nasce com Eliot e segue com Greene, Chesterton, Lewis, Tolkien, Orwell. Em 1981, seguindo o clima do tempo novo Thatcher, a BBC 2 produz e exibe a série de Waugh em 18 capítulos. No elenco o novato Jeremy Irons, a sagrada Claire Bloom e os dois maiores mitos do teatro inglês do século: John Gielgud e Laurence Olivier. Imediatamente a série virou mania inglesa e uma febre Brideshead se instaurou. A nova geração encontrava seu mundo: Oxford, campos verdes, bissexualismo, amor a tradição aristocrática e requinte no vestir. Até no rock a coisa chegou! Em 1983 David Bowie se veste em toda a excursão Serious Moolight como o Sebastian Flyte de Brideshead e grupos como Style Council, Depeche Mode, Spandau Ballet adotam clima e roupas da série. Bryan Ferry não. Ele vivia em Brideshead desde 1974.
  Tudo isso chegou ao Brasil, em tempos pré TV a cabo e internet, em 1988. A TV Cultura, despretensiosamente comprou a série, não dublou e passou às quintas, 20 horas. Estourou no boca a boca. Logo o povo fashion estava se reunindo para assistir a série em grupo. Com chá e morangos com creme. A Folha deu a notícia. A coisa cresceu e em 1991 houve uma reprise.
  Eu fui pego em 1988. Gravava em VHS e reassistia. N vezes. Para aquele tempo, alguma coisa ali nos seduzia como religião. Era o escape de um mundo feio e pobre. A série tinha Jeremy Irons como Charles Ryder, o estudante de classe média que se deixa seduzir pela família de seu amigo aristocrata, Sebastian Flyte. Flyte, gay, infantil e muito bêbado, seduziu toda a audiência. A frescura suave de Flyte virou mania. Uma frescura feita de paletós listrados, cabelo na testa, ursinho de pelúcia na mão, cardigans pendurados nos ombros e cílios longos. Anthony Andrews teve o papel de sua vida e nunca mais conseguiu se livrar dele.
  Mas havia mais. O pai de Irons, um lunático hiper vitoriano, era feito pelo mito John Gielgud, numa atuação genial, e o pai de Sebastian era Laurence Olivier, em uma de suas últimas atuações. Claire Bloom era a mãe carola de Flyte. E a linda Diana Quick fazia a irmã sedutora de Sebastian. Havia ainda uma trilha sonora absolutamente mágica e imagens estupendas de Oxford e de Veneza. Uma série de TV digna dos maiores filmes da época.
  Dito tudo isso, vejo a refilmagem para o cinema, de 2014. E logo vejo a repetição do vício: as cenas são idênticas! A câmera se coloca no mesmo lugar, os sets são os mesmos, e ridículo supremo: os atores imitam até as expressões faciais dos atores de 1981 !!!!!!!!
  Não devem ter lido um roteiro, apenas assistido o dvd da série original !!!!!!
  Mathew Goode no papel que foi de Jeremy Irons até se sai bem. Boa imitação. Mas o Sebastian Flyte da nova versão é um vexame... Anthony Andrews era uma criança grande, seu homossexualismo era sedutor por ser inocente. Ele tinha trejeitos de fragilidade, de mimo. de aristocrata. A gente nunca sabia se ele era gay de verdade ou apenas brincava de fazer sexo com um amigo. E mesmo assim, as cenas de 1981 eram mais explícitas. Beijocas e cama.
  Aqui Ben Whishaw faz um Sebastian Flyte desmunhecado, uma bicha louca exagerada. Nada há de sedutor nele, é apenas ridículo. Emma Thompson consegue ser pior. O papel da mãe é feito de forma caricata. Uma máscara que nunca se move, fria, desumana, nunca convence. A pior atuação da ótima atriz.
  Waaaallll.....mesmo assim, se você tem menos de 40 anos, aconselho que assista. Para quem não viveu a série em seu tempo, pode ser uma bela experiência. O filme, como o livro, fala de fé e de sua perda. Fala da decadência de uma civilização. Falsidade e desejo. E se eu conseguisse esquecer a série ( e é mágica a maneira como fui lembrando de falas e de cenas inteiras ), poderia ter achado este um muito bom filme.
  PS: Só para comparação. No segundo capítulo se mostra pela primeira vez Oxford. A câmera voa sobre a cidade e vemos depois Charles Ryder chegando com bagagens à seu alojamento. A sensação é de êxtase. Aqui repetem toda cena. Tentam fazer igual. A sensação é de ....Ok, vamos em frente....
  Esse o mistério da arte.

BILLE AUGUST/ DIRK BOGARDE/ GUY RITCHIE/ BERTOLUCCI/ COLIN FIRTH/ SOPHIA LOREN

   TREM NOTURNO PARA LISBOA de Bille August com Jeremy Irons, Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Melanie Laurent e Christopher Lee.
Em outro filme seria um elenco de tirar leite de pedra. Aqui, neste roteiro flácido, nada pode ser feito. É menos que pedra, é lama. Jeremy Irons foi um grande ator. Nunca me esqueço de sua melancolia em Brideshead Revisited. Nos anos 80 ele era considerado maior que Day-Lewis. Courtenay é mais velho e igualmente grande. Da geração genial de O'Toole, Finney, Hurt e Holm. Este filme é lixo. Parece novela das 9. Os atores, coitados, parecem quase fazer comédia. A gente não consegue crer em nada do que vê. E olhe que o tema é ótimo: a repressão salazarista em Portugal. Deve entrar em cartaz, afinal, um filme que vi a meses com Bill Murray que fala da visita do rei inglês a Roosevelt durante a guerra. Vejam! Eu já escrevi sobre ele e não vou escrever outra vez. Isto aqui, esqueçam. Nota zero.
   DUAS NOITES COM CLEÓPATRA de Mario Matolli com Sophia Loren e Alberto Sordi
Foram filmes como este, chanchada para o povão, que criaram o capital para que Fellini ou Pasolini pudessem filmar. O cinema funcionava assim. Hoje o dinheiro do cinema pop vai para o bolso dos acionistas. Evitem este dvd. A imagem está estragada. Não dá pra ver.
   JOGOS, TRAPAÇAS E DOIS CANOS FUMEGANTES de Guy Ritchie com Jason Statham, Vinnie Jones, Jason Flemyng e Sting
Ainda é o melhor filme de Guy Ritchie. E acho este filme melhor que Transpotting de Boyle, feito quase na mesma época. Puro Tarantino, menos cabeça ( Guy não tem nada de Leone ou de Godard ), muito menos violento. A trama, boa, fala de armas colecionáveis, dívida de jogo, roubo e vingança. O clima é quase de Monty Python. Ótima edição, ótima trilha sonora, os atores estão excelentes. Já dá pra ver o futuro, bom, de Statham. Um Steve McQueen de segunda. Quero mais filmes de Vinnie!!! Nota 8.
   BELEZA ROUBADA de Bernardo Bertolucci com Liv Tyler, Jeremy Irons, Rachel Weisz, Sinead Cusak e Jean Marais
Como é bom ver o grande Jean Marais! Pra quem não sabe, ele foi o muso de Cocteau, ator em seus filmes. E o vemos aqui, gloriosamente forte em 1996! Fora isso não há muito mais o que ver aqui. ( Talvez apenas a discreta nudez de Rachel Weisz ). Liv foi péssima escolha e o filme é arrastado, chato, sem porque. Não o via desde os anos 90. Continua o mesmo. Chato. Nota 2.
   ARTHUR NEWMAN de Dante Ariola com Colin Firth, Emily Blunt e Anne Heche.
Adoro Firth. É meu ator favorito de agora. Então consegui o filme, novo, pra ver. O tema prometia, um cara que abandona sua vida antiga, muda de nome, sai pelo mundo e encontra um mulher doida-down no caminho. Mas...o pretensioso diretor estraga tudo! Não há uma única cena que não grite em nossa cara: "Vejam! Isto é Arte!" O caramba de arte!!! É um lento, bobo, silencioso, vazio, sonolento filme. Blunt está bacana, mas fazer o que com um papel que já foi feito milhares de vezes só neste século? Firth fica sonolento em meio as falas ralas e vazias. Nota? Nada.
   A SOMBRA DO PECADO de Lewis Gilbert com Dirk Bogarde e Margaret Lockwood
Um pequeno filme inglês sobre um odiável malandro que mata sua esposa rica e muito mais velha. Se casa de novo e quer repetir a dose. Suspense e clima. Bogarde foi um ídolo do cinema inglês dos anos 50. Quando assumiu sua homossexualidade passou a filmar coisas como Morte em Veneza de Visconti. Gilbert iria dirgir alguns dos melhores James Bond. Nota 6.