Mostrando postagens com marcador elio petri. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador elio petri. Mostrar todas as postagens

PRESTON STURGES/ GEORGE CLOONEY/ WOODY ALLEN/ PETER O`TOOLE/ RENÉ CLAIR/ ELIO PETRI

   ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE de Roberto Santucci com Leandro Hassun e Danielle Winits
A volta da chanchada é uma boa notícia. Mas, ao contrário das comédias de Oscarito e do impagável Zé Trindade, agora a chanchada procura um público mais classe média. Assim, tudo aqui é clean, tem um jeitão Miami de ser e de parecer. Acho saudável. O cinema do Brasil desde 1960 tem esse pudor bobo de ser pop. Ora, todo cinema precisa ser pop! E quer saber? Hassun é um bom comediante. Jerry Lewis made in Brasil. O roteiro é bem bobinho, a trilha sonora luta para ser Disney, mas funciona para os casais de shopping center, tipo domingo a noite pós compras. Eu não me irritei. Nota 5.
   O ASSASSINO de Elio Petri com Marcello Mastroianni, Micheline Presle e Salvo Randone
A Folha de SP lança mais uma coleção de DVDs. E como sempre nos frustra com um monte de filmes que todo mundo tem. Mas às vezes surge algo de diferente. Como este ótimo policial noir, primeiro filme de Petri, diretor morto muito cedo, e que em sua curta carreira ganharia até Oscar, com o excelente Investigação Sobre Um Cidadão. Neste filme, do tempo em que o cinema italiano era o melhor do mundo, Mastroianni, como sempre espetacularmente sutil, faz um antiquário boa vida que é preso acusado do assassinato de sua namorada mais velha e rica. O clima do filme é existencialista, jazz na trilha sonora, fotografia de Carlo di Palma ( que depois faria os melhores filmes de Woody Allen ) e um roteiro surpreendente. É um filme que mescla Antonioni com John Huston! Mastroianni diz nos extras que ficou feliz ao ver um poster deste filme no escritório de Scorsese! É uma diversão classe A. A venda nas bancas por apenas 17 paus. Nota 8.
   LONGE DESTE INSENSATO MUNDO ( FAR AWAY FROM THE MADDING CROWD ) de John Schlesinger com Julie Christie, Terence Stamp, Peter Finch e Alan Bates
Uma mulher e três homens. Um é puro sentimento. Outro é sexo misterioso. E um terceiro é cerebral. O filme é lindo de se ver e lindo de se estar. Grande produção de 1967, não foi o sucesso esperado. A trilha sonora impressionista de Richard Rodney Bennet é magnífica! Nota DEZ.
   MULHER DE VERDADE ( THE PALM BEACH STORY ) de Preston Sturges com Claudette Colbert e Joel McCrea
Uma dieta de uma semana de filmes como este conseguiria me fazer voltar a me apaixonar pelo cinema. Feito no auge da fulgurante carreira de Sturges, conta a história, sem nenhum sentido, de uma esposa que se separa do marido para conseguir com algum home rico, bastante dinheiro para dar ao ex-marido. O sonho do marido é construir um aeroporto nos ares, feito de cordas de elástico. Faz sentido? Tem ainda um velho texano que distribui dinheiro, um bando de caçadores que caçam dentro de um trem, um casal de irmãos ricos que jogam dinheiro fora. Tudo no veloz ritmo de Preston Sturges. Uma das grandes maravilhas dos DVDs foi fazer com que Sturges fosse ressuscitado. A comédia com ele é sempre grossa, tosca, boba até, mas tudo é tão bem pensado, o roteiro é sempre tão rocambolesco que a gente acaba se rendendo e se apaixonando pelo filme. Nota 9.
   SEM ESCALAS de Jaume Collet-Serra com Liam Neeson e Julianne Moore
Tem uma bomba num avião. E um policial neurótico tem de descobrir quem é o terrorista enquanto o vôo acontece. Puxa! Este filme, nada ruim, tem todos os clichés. Mas a gente até assiste na boa, sem grandes problemas. O que irrita é a falta de humor, de leveza dos filmes de ação de hoje. Parece que há um desejo tolo de se parecer sério. Aff...nada aqui faz sentido! Pra que a seriedade? Nota 5.
   CAÇADORES DE OBRAS PRIMAS de George Clooney com George Clooney, Matt Damon, Bill Murray e Jean Dujardim
Um absoluto fiasco! Chato, vazio, desinteressante e modorrento. Tentaram fazer um filme esperto, classudo, como aquelas velhas aventuras de guerra, produzidas entre 1960/1967, filme maravilhosos, geralmente com Burt Lancaster, Lee Marvin ou James Garner. Esqueceram do principal: o roteiro. Esses clássicos tinham roteiros brilhantes, criavam frases cheias de significado, desenvolviam personagens interessantes, misturavam suspense, humor e drama. Aqui o que temos? O nada. O vácuo. Lixo. Nota ZERO.
   CASEI-ME COM UMA FEITICEIRA de René Clair com Frederic March e Veronica Lake 
Quando os nazis invadiram a França, lá se foram Renoir e Clair para Hollywood. Clair se deu melhor. Fez nos EUA excelentes filmes. Este é um dos melhores. Uma comédia mágica sobre um mortal que se casa com uma bruxa. Na verdade ela quer se vingar. Um antepassado do mortal a colocou numa fogueira nos idos de Salem. Neste filme vemos o toque de mestre de Clair, um dos mais poéticos dos diretores. Coisas voam, pessoas perdem a memória, o tempo vai e volta, tudo pode acontecer. Clair via o cinema como brinquedo, ferramenta de sonhos. O filme é um banquete de ilusões. Belo. Nota DEZ!
   O QUE É QUE HÁ GATINHA? de Clive Donner com Peter O`Toole, Peter Sellers, Woody Allen, Romy Schneider e Paula Prentiss
O roteiro é de Woody Allen. A trilha sonora, alegre e criativa, de Burt Bacharach. E a história tem as bossas e o groovy de 1965. Peter é um homem que está cansado de namorar tantas mulheres com tanta facilidade. Quer se dedicar só a uma. Sellers é seu analista, um sedutor fracassado. Woody Allen faz um jovem nerd que sonha em ser como Peter O`Toole. Romy é a boazinha namorada de O`Toole. Incrível como o mundo mudou! Peter O`Toole foi um sex-symbol sem músculos, sem corte de cabelo bacana e todo baseado em sua delicada figura andrógina e culta. Eu adoro Peter, adoro! O filme, dizem, foi uma festa de sexo e whisky, atores sem comando pouco se lixando para o pobre diretor. Very sixties. Não é um bom filme. É antes um retrato antropológico de um mundo que jamais existirá novamente. Visto assim, com olhar bobinho, o filme se faz uma bobice doce e chic. O roteiro de Woody fala daquilo que até hoje ele reescreve: sexo, sexo e sexo. Nota 6.
   OS AMORES DE HENRIQUE VIII de Alexander Korda com Charles Laughton, Robert Donat, Merle Oberon, Elsa Lanchester
Clássico inglês que deu um Oscar a Laughton. Há quem considere até hoje Charles Laughton o maior ator-gênio do cinema. Aqui ele brilha. Faz Henrique como uma vítima. Ele ama as mulheres, é seduzido por elas, e manda matar algumas....tudo como um brinquedo inocente. O filme, bonito, vai do intenso drama ( sua pior parte ), à comédia frívola, é seu melhor. Um raro é bom filme com a equipe hiper-profissional de Korda. Vale muito ver. Nota 7.