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Blur - Parklife



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UM GRANDE DISCO: PARKLIFE - BLUR

   Lançado em 1994, no auge do britpop, este terceiro disco do Blur é melhor que o mais famoso What's The Story dos rivais plebeus do Oasis. Não que o disco do irmãos desunidos seja fraco, ele é histórico. Mas Parklife é muito mais aventuroso.
  Muito se disse na época que a crítica inglesa, sempre sensacionalista, queria forçar um embate tipo Stones x Beatles, entre as bandas de Londres e de Manchester. Mas, assim como nunca houve uma rivalidade entre Jagger e Lennon, os rivais dos Beatles eram todos americanos, a rivalidade entre Blur e Oasis sempre soou artificial. Os rivais dos Gallagher eram eles mesmos. E a referência do Blur nunca foram os Stones, eram os Kinks, o Yardbirds na fase Jeff Beck e Bowie.
  Parklife começa com dance music muito boa e termina com colagens à la Lodger de David Bowie. Suas melhores faixas são comentários sociais carinhosos ao modo Ray Davies, e a obra-prima Village Green sempre paira no horizonte de Damon Albarn.
  Albarn é o mais esperto dos caras de sua geração, e seu gosto é sempre exemplar. Blur transpira informação, e em que pese sua voz ruim, a gente se acostuma até com ela e acaba aceitando. O disco, caleidoscópio vermelho e azul, jamais poderia ser aceito nos EUA. É inglês, tão chá com leite como The Fall ou Pulp. E os Kinks pós 1966.
  O britpop nunca existiu. Era apenas um rótulo feito para vender como novo algo que era continuação tradicionalista. Oasis, Pulp, Verve e que tais eram apenas a manutenção do bom e velho rock inglês guitarreiro. Um bando de garotos nascidos no auge do pop que, como eu, souberam endeusar a música feita durante sua estadia no berço. Depois, aos 14-16 anos, viram o segundo auge inglês entre 77-83, com Bowie, Clash e The Jam e o resto é o resto.
  Se voce quiser ter em sua coleção só cinco discos desse tal brit, Parklife deve ser o primeiro a ser comprado. Depois pegue o Oasis de praxe, um Pulp e complete com o primeiro do Elastica. Tá feito.
  PS: Não, Primal Scream não é britpop. Mas são os Stones da coisa.

MONKEY

   Mas será que nada toca neste século que me impressione?
   Com certeza eu não perco tempo ouvindo pseudo-novidades. Veja esse programa do Jools Holland. Sobre Al Green escrevi abaixo. Os aplausos e pulos de Damon Albarn são como os meus. E que mais?
   Teve Pendulum, que me impressionou por dois segundos. Depois percebi o gosto mofado de rock progressivo com toques de hard rock. Fleet Foxes faz música broxa. Os Beach Boys encontram o America. São tão fofos que flutuam. Tomara que se desvaneçam.
   Killers é bom. Pra quem tem 11 anos. Ou para trintões que nunca ouviram nada gravado entre 74/ 83. Ou quem escutou tudo isso e continua querendo ouvir aquilo que lembra, muito, o brit-pop oitentista.
   Mas então tem Damon e os Monkey, e isso é muito bom. Mais que isso, se hoje, em 2013, eu tivesse uma banda seria exatamente como essa. Damon não tem a voz de Bowie e nem sua genialidade. Mas como David, ele possui uma maravilhosa inquietação. Experimenta. É informado. Poderia passar a vida refazendo riffs tipo Kinks-T.Rex-Blur. Mas não. Ele mistura.
   E essa mistura é o que vale em nosso tempo.
   Sim, pois eu amo The Band ou Paul MacCartney, mas sei que não faz sentido nenhum fazer música como eles faziam. Porque o tempo é outro, o feeling é outro e sobretudo, eles já a fizeram. Ouço-os como poesia. Diálogo entre almas atemporais. Mas refazer The Big Pink? Pra que?
   O Roxy já propunha essa mistura. Como Kevin Ayers e como Eno.
   Damon sabe de tudo isso.
   Os Monkey são ótimos!

Monkey - Journey To The West - Live Jools Holland



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