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ABORTO, COELHO, CACHORRO E MARXISMO...QUANTA CHATICE...

   Ninguém merece uma aula de romantismo em viés Hobsbawn. Grande defeito dos marxistas: Eles superestimam o capitalismo. Toda a história da burguesia do século XIX contada como se fosse coisa racional, hiper-planejada. Não foi e não é. O capitalismo improvisa todo o tempo. Dizer que o conceito de nação foi criado pelos burgueses para poder negociar (???? ) e que a igreja foi secularizada para colocar o dinheiro como novo deus...Bem...Isso até pode ter acontecido, mas ninguém planejou. Por pretender ser racional e planejado, o marxismo sempre vê em tudo um plano oculto e bem bolado. Bobeira. Segurei o riso diante de tanta besteira. Na verdade a tendência do capital é abolir nações, não o contrário como disse a mestra. O dinheiro odeia fronteiras. Na prova terei de escrever mentiras...chato.
   A discussão entre Coelho e Calligaris na Folha exemplifica e desnuda o calcanhar de aquiles de todo pseudo-pensador. Nenhum dos dois dá chance a qualquer pensamento original. Cria-se um arcabouço virtual, um tipo de armadilha contra os discordantes e se expõe uma teoria dentro desse campo bem seguro. Primeiro se pensa a solução e depois o problema NÃO É analisado. Um quer ser realista, o outro pensa ser ético. O realista esquece que viver é prática, as coisas são independentes de nossa vontade. A tortura existe. Gente tortura. Torturar é errado. Todos torturariam em dada condição. Qual a novidade nisso? Pior o Coelho que, pasmem!, se recusa a responder! Pudicamente ele não admite falar que em dadas circunstâncias, sim, ele faria tortura. Weeellll...Paulo Francis daria um fim nessa lenga-lenga mandando todos pro castigo e dizendo: Cresçam.
   Francisco é um belo nome e remete ao último grande momento do catolicismo ( já se vão mais de 700 anos ). O que espero é que ele seja um melhor homem de ação. A caridade é o valor exemplar que o catolicismo criou e deveria voltar a advogar. Em ato e não apenas em oração. Quanto a corrupção e hipocrisia, qual o organismo politico que não o tem? Quando falo catolicismo falo de indivíduos que seguem a lei de Paulo. A força politica centrada em Roma pouco me importa. São mentirosos. Mas o fato de haver crime entre os religiosos não desqualifica todo o dogma. A medicina não pode ser desacreditada por causa de um médico assassino ou um país por causa de uma casta corrupta. 
   Disse uma frase que ofendeu uma amiga londrina. Disse que é ridiculo esse povo que defende a vida de cães de rua ( que adoro ), urrarem a favor do aborto. Então um feto vale menos que um filhote de foca? Na verdade o aborto é tipico de um povo sem responsabilidade. Voce faz o filho e depois apaga esse "erro" sem dó. Coisa de gente mimada. É só minha opinião, e sei, sou homem e blá blá blá. Façam seus abortos, Legalizem. Mas saibam, aborto é matar um feto. E mesmo que um feto não seja um homem, ele é no minimo tanto quanto um bebê cachorro. 
   Cada vez mais eu tenho a certeza. Ainda se fazem alguns filmes ok, mas o cinema como arte relevante acabou. Digo isso não como saudosista que sou, mas como apaixonado. Ia ser duro se eu trabalhasse em jornal ser obrigado a dar uma força para algum filme toda semana. Não, não falo que eles se vendem, o que digo é que se um crítico falar que o cinema acabou ele perde o lugar. Com justiça. Para que um crítico de uma pseudo-arte sem importância? Aliás, ainda se escrevem textos críticos sobre filmes? Não falo bio, falo estudos. Há?
   Plauto, Hobsbawn, Durkheim, Jakobsen e que tais...Aff, sinto saudades de ter tempo para meu Shakespeare...
   
   
   

calligaris, mundo hoje e UMA BANDA DE ROCK

   Palestra na USP. Não falarei o nome, mas o cara sabe falar, o que já é um alivio. Voz alta e clara, raciocinio direto. Em dada hora ele fala de Cotardo Calligaris. Cita-o como exemplo da decadência do leitor de hoje. Se antes o jornal exibia Sabino, Lispector e Nelson, hoje seus cronistas são simples conselheiros sentimentais. Pastores leigos que dirigem as dores de leitores infantis. " Veja o que vejo, leia o que leio, pense como penso." Tudo com o brilhareco classe-média de frases como: "Estava eu em Nova Iorque", "Quando estive em Berlim"....
   Muito pior que seus pensamentos, à Revista Nova ou Programa da Hebe, é a paupérrima forma de escrever. As frases surgem aos trancos, quebradas, sem brilho, nada originais. Pensamentos rasos em frases áridas, é o pior dos mundos. O menos ruim seria Jabor ( em conteúdo ) e Marcelo Coelho ( em estilo ).
   Ele então nos dá para ler o que seriam os Caligaris de antes. Nada de conselhos sentimentais, nada de jeca exibição de "estilo de vida". Antes uma valorização da vida simples. Se fala de um café da manhã como se esse frugal café fosse a justificativa da vida intima. Se recorda um dia como se esse dia, banal, tivesse o significado de uma epopéia. O Homem comum, o leitor, visto não como um tipo de criança que precisa de orientação, mas como um adulto que tem uma vida e uma rotina que devem ser respeitadas e observadas. Nada há de util nessas crônicas. Aparentemente. São mais que uteis.
   Jamais voltarão. Cada vez mais queremos guias e não a valorização do que somos.
   André Forastieri publicou ontem um texto, lindo, sobre o show de Robert Plant. O que ele diz? Que o Led faz com que TODAS as bandas atuais pareçam coisa de meninos. Pequenas, modestas, timidas. O Led era um esbanjamento de energia, de força e de vida. Puro Nietzsche. Outra banda assim? Nunca mais.
   Estamos ficando tão diminutos que logo nos sentiremos diminuídos perante uma pulga. Época de menininhos feridos e de menininhas sozinhas. Bluffff....
  

VERGONHINHA, FILME DE MCQUEEN

  Assisti SHAME de McQueen. Mas não é especificamente dele que vou falar. Ou é?
  Ontem Calligaris matou a pau. Conseguiu dizer o que me incomoda nesse tipo de filme. Por detrás de sua nudez e pseudo-ousadia, vive uma mente conservadora, medrosa, preconceituosa. Vamos os fatos.
  Leio que antes de rodar o filme, McQueen fez todo o cast assistir e estudar O ÚLTIMO TANGO EM PARIS. Exemplifico aí a diferença. Brando transa todo o filme com Schneider. Ele é um homem em crise. Vazio, culpado, envelhecendo. Mas o filme jamais diz que ele está "errado". Muito menos que ele tem uma doença e precisa ser "salvo". Ele é um Homem em crise. Por pensar, por sentir, enfim, ele vive a crise de viver.
  No cinema de "arte" atual isso não mais existe. Em sua maioria ( há excessões ), eles partem da ideia de que o que se está mostrando é um outsider, um doente ou um viciado. Jamais o personagem é mostrado como gente como a gente. São filmes em que a doença impera. Ora!!!!! É como se Hitchcock mostrasse James Stewart em Vertigo como um neurótico. Ele é. Mas o filme nunca lhe dá esse rótulo. Ele é como eu e voce. Apenas falho. Bergman mostrou pessoas em crise profunda sempre. E nunca moralizou. Elas não precisavam de remédios, de hospital ou de prisão. Talvez precisassem de Deus, de filosofia ou de amor. Acima de tudo Bergman sabia e demonstrava: não as julguemos, elas não são extraordinárias, elas são como nós.
  Calligaris elegantemente evita falar o mais óbvio: a psicologia se foi, o mundo é da psiquiatria.
  Bergman, como Fellini ou Antonioni, é do tempo de Freud, Jung e Lacan. Eles dialogam, não dão diagnósticos. Seguem os personagens sem os rotular. Observam. Sabem que eles são nós.
  Filmes como Shame são psiquiátricos. O cara é um doido e cabe a nós sentir pena ou raiva, e ter piedade. Tudo é reduzido ao sintoma, ao ato esquisito, ao fora do padrão. Não se dá a menor chance ao personagem, antes do filme começar o diagnóstico já foi dado.
  Feito por Truffaut ele seria um homem sofrido, mas ao mesmo tempo sentindo prazer naquilo que faz. A complexidade da vida, o certo misturado ao errado, o bom ao mau. Feito por McQueen ele é apenas doente. E ponto final.

QUANDO LONDRES CONHECEU O ARRASTÃO ( TÁ DOMINADO!)

Jamais eu escreveria sobre esses arrastões londrinos. Londres não me interessa. E tudo que eu queria dizer já foi escrito ( Patricia Mello escreveu que nenhum livro foi roubado.... Bingo!). Mas o texto que Calligaris publicou é tão ruim, tão medíocre, que preciso dar um pitaco!
Existe um certo tipo de tiozão que tenta ser simpaticão às novas moçoilas jogando ao lixo tudo aquilo que ele fora um dia. Há já algum tempo Calligaris caiu nesse engodo. Seus textos têm sido justificativas sobre seu passado "maio 68". Ele tenta ser agradável ao que ele imagina ser o leitor jovem de hoje. Se perde: as moçoilas sentem desejo pelos tiozões de 68 que continuam acreditando em 68. O ancião que aceita e compreende tudo o que lhe parece "de agora" não está se renovando, está às portas do ridículo.
Mas porque tanta ira, ó Tony Roxy??? Porque neste momento sério, em que temos a obrigação moral de tomar partido contra a barbárie, ele, Calligaris, defende a "profundidade" do "movimento". Como bom terapeuta, que tem o dever de tudo aceitar e absolver, ele se coloca ao lado dos ladrões. E pasmem, os compara aos esfaimados da revolução francesa!!!!
Ninguém morre de inanição por falta de I Pod. Se morre por falta de pão. Só isso basta para marcar a diferença. Negar como ele faz, vulgarizar a fome, relativizar, é imoral. Ele compara a falta de pão com a falta de bens de consumo, legitimiza os ladrões, passa a mão sobre suas cabeças ocas. Mas vai mais longe.... Diz que na revolução de Robespierre e Marat não havia também uma ideia, que tudo era questão de querer. Então toda a preparação iluminista nada teve a ver? Voltaire e Rousseau jamais existiram? A independência da América nada influenciou? Existiam ideias desde antes do movimento, ideias conhecidas, explícitas, flagrantes. O populacho precisava de pão, mas também sabia que a velha ordem morria ali. Eles não roubaram comida apenas, mataram os donos da comida. Em Londres alguém gritou palavras de ordem contra os donos das fábricas dos I Pods??? Algum jovem ladrão deseja a morte de Steve Jobs??? Revolução seria a destruição do poder, e o que se viu foi o contrário, o desejo por aquilo que o poder produz.
Londres é o futuro. A imoral barbárie, o vale tudo, o eu quero-eu posso. Um arrastão. Por ter sido na outrora relevante Londres, as pessoas tentam encontrar algo que dê nobre ressonância ao fato. Necas! Arrastão como numa praia do Rio ou em centro paulista. Só isso. Ato que anuncia o fim da virtude. Não é uma revolução, é a morte da ideia revolucionária.
Pobre tiozão....

CORAGEM E REMÉDIOS. FIM DE ERA.

Cottardo Calligaris toca num assunto de raspão: toda civilização em estágio terminal torna-se covarde. Ele escreveu ontem sobre essa falta de coragem, essa medrosa reticência das elites de agora. Já não me lembro quem, mas alguém disse que o mundo do futuro seria um mix de spa com hospital. Desde crianças, nossa única fé seria em dietas e pílulas. Na mosca! Mas o buraco é mais profundo.
Toda civilização quando agoniza se torna covarde. Passam a temer o futuro, temer más vibrações, temer a morte. Vivem apenas para a preservação da própria vida ( parece a voce óbvio viver para continuar vivo? És filho de agora! ). O hedonismo surge como único consolo e gerações flácidas desistem de ter filhos e perdem todo vínculo com religião ( verdadeira, religião que obriga a deveres ) ou transcendencia. Viver se faz apenas "sobreviver". Foi assim com os romanos, persas, bizantinos e babilonios. Com aztecas e maoris. As elites dirigentes deixam de ser exemplos e pior, tornam-se patéticas. Seres assexuados, esquálidos, sem vontade ou desejos, histéricos e medrosos. Presas em potencial de corajosos bárbaros, presas de homens com coragem para morrer.
Calligaris fala de que poucas coisas hoje nos fazem correr riscos. Penso na patética segurança da fórmula um, no não-me-toques do futebol, e até penso na guerra moderna, sem vísceras, sangue e corpos mutilados ( veja, detesto a guerra e a violência. Escrevo com razão fria, não com meu coração delicado ). Viver é, para homens e animais, correr riscos, viver e morrer. Quando se foge apavorado de todo risco também se está fugindo de toda vida futura possível. Interrompe-se a corrente da luta. Penso em snowboarders se jogando de montanhas, isso sim, isso é coragem, risco real. Mas penso também em toda essa coragem usada apenas como exibição de coragem, sem um fim que não seja o próprio ato. É coragem verdadeira, bela, mas é um desperdício. Esses atletas correm esse risco porque o mundo não lhes oferece mais nenhuma chance de provação, de risco, de adrenalina natural.
Ah sim... o que me motiva a escrever isto é aquele patético casamento daqueles dois débeis herdeiros da casa real inglesa. Olhe para a cara deles. Herdeiros de reis que precisaram matar e morrer, gritar e sobreviver. Uma elite que era elite POR CORRER OS RISCOS. Ir lá e brigar ( mesmo que fosse uma briga em roubo ou trapaça ). O que eles são agora? Ovelhas de raça? Bonequinhos de porcelana? Triste piada a Inglaterra, país que jamais ousou matar seus nobres, que lhes paga para que continuem a lhes iludir. Grotescamente ridiculo.
Para finalizar, acabo de folhear a revista Caras. Estrelas de Hollywood que estão obviamente doentes, atores com rostos de nenês afeminados, sorrisos falsos. Esses são os modelos? Caraca! Que venha logo o golpe final !

HERÓIS, COTTARDO CALLIGARIS II

...E na vida existem coisas mais importantes que a própria vida. Esse é o motivo básico do herói, ir ao fim e desprezar sua segurança por algo maior que ele mesmo.
O homem vive isso por toda a vida. O homem vive no devaneio. Ele espera poder viver essa vida de herói, ele necessita dessa vida heróica. Ele quer ser "o homem que sua mãe sonhou"...
Acho bonita essa imagem "o homem que sua mãe sonhou..." Mas eu realmente não sei se concordo com ela. Ou melhor, não sei se a aceito. O que aceito é que nessa busca por heroísmo, nos tornamos soldados, amantes suicidas, drogados ou bandidos. Nos arriscamos.
Calligaris dá uma linda resposta a uma moça que diz : "Então estou cheia desses homens. Coragem é cuidar dos filhos e ir ao mercado ! " Eis a resposta : "- Meu pai era um idealista cem por cento masculino. Não ia à feira, não cozinhava e não educava os filhos. Mas se não fossem homens como ele, hoje a Europa seria um continente fascista. Pois foi ele que carregou a família para as montanhas, sem leite, sem água, com filhos pequenos, para se juntar a luta contra Hitler." Um mundo sem heróis sonhadores seria um mundo conformado. Ninguém arriscaria seus filhos em nada. Para a mulher, a vida é sempre o mais alto bem.
Uma idéia que me toca : os EUA pegaram a missão de ser a usina de heróis do mundo. Eles é que devem escrever a história heróica do planeta. É isso que os mete em guerras constantes, é isso que move seu cinema ( todo filme americano, mesmo os mais artísticos, têm heróis ), sua música, seus escritores ( desde Whitman, Poe e Twain ). Isso vai tão longe que os americanos jamais poderão aceitar algo como seguro social ou socialismo. Para eles um estado provedor é a capitulação do herói. O herói tem de viver e morrer só.
Cottardo cita OS BRUTOS TAMBÉM AMAM E CASABLANCA como os dois mais perfeitos exemplos de heroísmo. Pois o homem julga amor verdadeiro apenas o que é amor-ideal. Sacrificar o amor para manter vivo o amor, eis a estranha sina do herói. Na verdade, namorar, casar, ser pai, ser bem sucedido, são formas de frustrar o desejo de ser herói. A não ser que o namoro seja dificil, o casamento cheio de percalços vencidos e a paternidade seja ato de desafio. Flertar sempre com o abismo.
Como Dalilas, as mulheres tentam cortar os cabelos de Sansão e fazer com que o homem fique mais em casa, viva no mundo real. O trágico é que assim que esse ex-herói se aquieta, Dalila passa a sentir saudades do herói e joga suas expectativas no futuro novo Hércules : seu filho. Está perpetuado assim o ciclo.
Neste mundo, em que não existem mais tantas chances de ser herói (ir à guerra, matar um urso, construir uma cabana no mato, salvar a mocinha do bandido ) o jovem se atira a rachas, drogas, crime e pura violência cega. Nesta vida hiper protegida, o herói, longe do abismo, ansia por abismos artificiais onde se jogar.
Que belo programa de TV este Café filosófico !

MACHINHO E FEMEÃO, UMA COMÉDIA

Quadris largos para parir e seios grandes para amamentar. Fartos e brilhantes cabelos como um sinal de boa saúde. Todos sabemos que aquilo que nos atrai sexualmente, nada mais é que um convite à reprodução. Como seres pré-históricos, animais-que somos, o instinto´de permanência através da prole, nos domina. Para as mulheres, a atração está no homem que possa garantir proteção durante a gravidez, alimentação para os filhos e tenha algo a ensinar para os herdeiros. Quando uma mulher sente atração pelo bacana de Ferrari, sua atração é pela segurança e habilidade que o veículo promete, nunca pela beleza do metal vermelho.
Mas a década da crise ( 60/70 ) mudou isso, e não digo que foi para pior, apenas nos deixou mais ansiosos. Até então, o homem desejava, a mulher fingia não querer. Era a união do querer com o ser desejado. Ao homem competia flertar e conquistar, a mulher, observar e se exibir. Um conquistava demonstrando decisão, inteligência e poder; a outra, beleza, charme e feminilidade.
Quando o soldado volta de cinco anos de guerra ( 1945 ), é dado o primeiro sinal : o mundo funcionou muito bem sem ele. As suas mulherzinhas fizeram tudo aquilo que eles faziam, e bem. Elas percebem isso, e se preparam para sair da casca. A partir de 1960, o mercado lança com grande alvoroço, uma idéia, que hoje parece óbvia, mas não era : nada vende mais que aquilo que faz o comprador sentir-se "único". Ninguém mais quer o que todos querem, voce tem a ilusão de querer aquilo que só voce conhece. A mulher é esse produto misterioso e novo, ela vende e compra a idéia de mistério, de novidade, de coragem. Ela manda.
Vem o absurdo : o homem não é mais o provedor único. Não é mais o conquistador único. A mulher tem tesão, ela deseja! O que fazer ? Se ela me deseja, preciso ser desejável. O que é desejável ? A mulher é desejável. Então, para ser desejável, usarei as armas da mulher : me torno feminino. Cômica tragédia: iludido, o homem tenta atrair fêmeas usando cremes, depilações, torneando o corpo, fazendo pose. Atrai outros homens, e todos passam a entender cada vez menos a mulher. O homem se descobre, e, narciso, fica se admirando no espelho e sendo admirado pelos amigos, que querem ser também como ele : o desejável. Para quem?
A mulher, livre para ser e para ter, exibindo o tesão livremente, perde como referencia o provedor. Em seu consciente, ela deseja um novo homem para uma nova mulher. Porém, ela, mais que ninguém, não faz a menor idéia do que seja esse novo homem. Olha ao redor e tudo que vê são pavões se pavoneando, ou faLsoso machos assustados. Erro fatal, ela passa a fazer tudo aquilo que condenava no homem : amantes descartáveis e jovens. Vazio. Seu instinto pede que seu companheiro lhe seja admirável e seguro, em vez disso ela obtèm um machinho-feminino
Homens no espelho/ mulheres no trabalho. Onde nosso modelo??????
Ps. Agradeço a Cotardo Calligaris pela inspiração.