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MINOTAURO - BENJAMIN TAMMUZ...MESTRE!

   Vixi que livro bom da porra!
   Eis uma expressão que adoro e a uso para exaltar este livro. É uma expressão direta, clara, que fala tudo aquilo que tem de ser dito. E para isso, usa o número exato de palavras, nem a mais, nem a menos. Como faz o autor deste livro. Uma escrita seca, nem uma palavra sobra. Se um editor cortar uma só expressão, uma vírgula for retirada, pronto!, o sentido se perde. É uma escrita quase telegráfica. E nessa secura, bela. Atinge o alvo sempre e conta uma história bela. E amarga.
  São quatro capítulos, e cada um fala de uma personagem. Temos um homem de mais de quarenta anos, uma moça de 21, um grego de 35 e um velho patriarca russo. Estamos em Israel, em Londres e na Suíça. Estamos entre 1900-1970. O livro, de apenas cento e poucas páginas, da série da Rádio Londres, é um enigma. E é claro ao mesmo tempo.
  Cartas que se trocam durante anos. Cartas de amor. Espiões de Israel. O mundo árabe. Escolas de Londres. E mais: almas destinadas a se encontrar, corpos que não têm dono, a alegria que houve na cultura do Mediterrâneo, a perda dessa cultura.
  Tammuz foi escultor, pintor, adido cultural, jornalista. Morreu em 1989. A se julgar por este livro, foi grande. Leia. É uma beleza.