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PETER O`TOOLE/ ALFONSO CUARÓN/ SINATRA/ ROBERT RODRIGUEZ/ FELICITY JONES/ OS DOUGLAS

   GRAVIDADE de Alfonso Cuarón com Sandra Bullock e George Clooney
Ao contrário do que fez Isabela Boscov, não vou comparar este filme de aventuras com a peça de arte conceitual chamada 2001. O filme de Kubrick está no mesmo saco dos filmes de Malick, são refelxões sobre a vida. No caso, 2001 talvez seja o mais profundo dos filmes. Este belo filme do muito bom Cuarón, está na senda de Star Wars ou de Alien, apuros espaciais. E eu adorei isto aqui. Há alguns anos escrevi que o cinema moderno nada mais era que um retorno ao cinema mudo. Primeiro tivemos a era de imagem e ação, filmes de Keaton, Chaplin, Murnau e Lang. A pureza do visual, as elaborações de cenários, atores que eram acrobatas e mestres em maquiagem. Depois veio a época do falado, a arte dos grandes diálogos, das belas vozes, de Mankiewicz, de Wilder, Bergman e Woody Allen. Gênios continuaram a misturar os dois, o visual e a voz, Fellini, Welles, Kurosawa etc. E hoje o que temos, já desde algum tempo, é a primazia da imagem sobre a voz. Os filmes que não revisitam o passado, que não tentam reviver Altman, Scorsese, Godard ou Peckimpah são visual e movimento a serviço do deslumbramento. Quem quiser entender o cinema de hoje deve procurar, e levar a sério, esse tipo de filme. São eles que contam nosso testemunho sobre este mundo. A verborragia dos anos 50 e 60 está viva apenas nos pseudo-novos cineastas cultores de um passado muito distante. Cuarón sabe disso. Seu filme, de uma simplicidade de A General, mostra uma habilidade com a câmera ( Emmanuel Luzbecki, Oscar certo ), raras vezes igualada. Os rodopios no espaço são um ballet dos mais apurados, belíssimos. A Terra é linda! A luz angelical do Sol banhando todo nosso organismo, tudo o que existe na nossa morada. E há o final, claro. Sandra Bullock na cápsula como um bebê com seu cordão umbilical, o parto, dificil, que é a queda na Terra e a saída da água, um nascer, um estar vivo. Ela anda hesitante, e o que sentimos é a alegria pelo nosso mundo existir. O filme atinge seu alvo, ao final estamos gratos pela vida. Confesso que chorei, um lago e uma árvore nunca me pareceram tão lindas. Esse final, uma simplificação do bebê de 2001, é perfeito. O filme, símbolo nobre daquilo que só o cinema ainda pode ser, é um filme anti-tv, deve e precisa ser visto. Nota DEZ.
   MACHETE MATA! de Robert Rodriguez com Danny Trejo, Michelle Rodriguez, Charlie Sheen, Sofia Vergara, Antonio Banderas e Mel Gibson
Uma decepção. O primeiro é uma divertida festa de violência camp e nudez alegre. Este é mais sério e bem menos inspirado. De bom só o presidente feito por Sheen e o vilão, ótimo, de Gibson. Chega a ser bem chato e parece looooongo....Nota 3.
   UM NOVO FÔLEGO de Drake Doremus com Guy Pearce e Felicity Jones
Um músico, cello, recebe em intercâmbio uma aluna inglesa ( ele dá aulas ). Óbvio que os dois vão se apaixonar. Óbvio que a familia vai vencer e os separar. E um diretor que se chama Drake Doremus!!! se acha um artista e vai filmar como tal. Ou seja, é um filme lento, triste, frio, mal filmado e silencioso. Há um desejo imenso de ser Bergman, mas o roteiro nada tem a dizer, então fica sendo um Bergman burro. Os atores estão muito bem, Felicity tem uma beleza de gente de verdade.Não passou aqui, mas deve passar lá por março ou abril. Nota 3.
   OS 4 HERÓIS DO TEXAS de Robert Aldrich com Sinatra, Dean Martin, Ursula Andress
Aldrich foi um grande diretor de filmes de ação. Mas aqui, a serviço da turma de Sinatra, ele nada pode fazer. Sinatra filmava só para se divertir, e ás vezes ele se esquecia do público. Acontece isso aqui, ficamos vendo Frank e Dean, como dois cowboys, se divertirem com tiros, piadas, muitas mulheres e cavalgadas. Mas nós não nos ligamos em nada! Parece com assistir uma festa pela janela. Nota 1.
   AVATAR de James Cameron
Reassisti Avatar. Belo visual, história sem emoção. O filme é gelado como um picolé...de xuxú. Não há nada com que se apegar e a história é a mesma de milhares de westerns pró-indio dos anos 50. Belas imagens a serviço do tédio. Nota 4.
   DESBRAVANDO O OESTE de Andrew V. McLaglen com Kirk Douglas, Robert Mitchum, Richard Widmark e Sally Fields
Uma Sally Fields adolescente faz aqui sua estreia em tela grande. Bonita e com rosto de caipira do sul, ela enfrenta um trio de atores muito fortes. Kirk faz um deputado rico, que leva bando de colonos para o Oregon. No caminho, indios, desertos, montanhas e neve. Mitchum faz o guia, um mestiço cool que está ficando cego. Widmark é o explosivo rival de Kirk, um cara do povão. Os cenários são maravilhosos, faz com que a gente pensa nos estragos que tais lugares devem ter causados em europeus de 1800 acostumados aos cenários civilizados de sua terra. Tudo aqui é vasto, sem fim, extremo. O roteiro não dá conta de tanto assunto. Coisas se perdem sem serem desenvolvidas. Dá pro gasto e esses atores são como parentes queridos, é bom os ver na sala de casa. Nota 6.
   A ESTALAGEM VERMELHA de Claude Autant-Lara com Fernandel
Fuja. Nota 1.
   A JÓIA DO NILO de Lewis Teague com Michael Douglas, Kathleen Turner e Danny de Vito.
Continuação do ótimo Tudo Por Uma Esmeralda, um dos grandes sucessos dos anos 80. Este é bem pior. Turner é raptada por um árabe e Douglas vai atrás. A dupla é ótima, Douglas nasceu para ser um herói safado e Turner foi a maior estrela do inicio dos anos 80. Mas o roteiro tem aquele que é o pior defeito dos anos 80, é metido a ser mais chique e engraçado do que é na verdade. Nota 4.
   WHATS NEW PUSSYCAT?de Clive Donner com Peter O`Toole, Romy Schneider, Peter Sellers
Revi como homenagem ao grande Peter O`Toole. Roteiro de Woody Allen e uma trilha sonora espetacular de Burt Bacharach. Um retrato do que era o tal espirito groovy da época. Peter estava no auge da fama, e o cinema inglês nunca mais teve tantas estrelas ( e bons atores ). Alan Bates, Michael Caine, Sean Connery, Richard Burton, Richard Harris, Oliver Reed, Terence Stamp, Peter Sellers, Tom Courtenay, James Mason, Laurence Olivier, Michael Redgrave, John Hurt, Albert Finney, todos em forma e trabalahndo muito.  O Oscar esnobou todos eles. Boa diversão ingênua. Nota 6.