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O MUNDO AO ANOITECER - CHRISTOPHER ISHERWOOD

Houve um tempo em que autores como o inglês Isherwood ainda estavam por aí, escrevendo, falando, instigando. O que havia de bom e de insubstituível em gente como Isherwood era a vivência. Isherwood viu, esteve lá. Conheceu o mundo entre guerras, viu a Berlin do nascimento do nazismo, conheceu comunistas históricos, conviveu com duas gerações marcantes, aquela dos anos 1910, que partia, e a dele, de 1930, que chegava. Homossexual fez parte da turma de Auden, dos intelectuais ingleses que flertava com o stalinismo. Logo saltou fora do grupo, entendeu que aquilo era fascismo pintado de vermelho. ------------- Parte romanceada de suas memórias voce pode ver no filme Cabaret. Ele é o personagem de Michael York, o jovem escritor inocente. Aqui, neste bom livro, ele conta a história de um inglês que pega a esposa, em Hollywood, o traindo. Muito rico, ele cruza os EUA e se abriga na casa de uma tia quaker. Sofre um acidente e então rememora sua vida. Sim, o persoangem tem muito de Isherwood, ele também conheceu o glamour de Hollywood dos anos de 1940. Mas não leia como uma bio. É bom deixar essa mania de lado. -------------- É um bom livro e é um alívio ler algo que não é ruim por ser pretensioso, chato por ser banal ou insuportável por ser mal escrito. Livros como este são bons por não serem pretensiosos, mas ao mesmo tempo muito bem escritos. E nada banais. São grandes personagens.

O MUNDO AO ANOITECER- CHRISTOPHER ISHERWOOD

   Inglês, Isherwood deve muito de sua fama, que não é pouca, aos contos escritos em Berlin nos anos 30. Desses contos foi extraído o filme Cabaret, sucesso imenso de Bob Fosse. Isherwood nasceu em 1904 e viveu até os anos 80. Escreveu muito e sua fase californiana é a deste livro. Nos EUA ele viveu como um tipo de celebridade cult.
  Um homem rico é casado com uma típica dondoca de Hollywood. Se divorcia quando a pega com um de seus amantes. Aliviado pelo divórcio, ele vai morar com uma tia. Essa tia é Quaker, otimista, ativa, sem qualquer tipo de dúvida. Ele começa a reler as cartas de sua primeira esposa, falecida, uma escritora famosa. Esse o enredo do livro. Trata de mal entendidos, de histórias que nunca são desvendadas. O que ele aprende é que ninguém realmente conhece ninguém. E isso o redime.
  Isherwood escreveu este livro nos anos 50. Depois de sua triste experiência em Hollywood ( existe algum grande escritor com uma boa lembrança do cinema....). Mas ele evita o amargor. O livro é fácil de ler e entretém. Isherwood nunca teve pretensões de grande arte. Se seus contos de Berlin são tratados como tal é por seu tema. Um britânico presenciando o nascimento do nazismo e usufruindo dos vícios de Berlin é algo raro. Isherwood, bissexual, provou todos. Sem culpa. Este livro está distante desse mundo.