O OSCAR SEMPRE FOI POLÍTICO, MAS ESTA POLÍTICA NADA TEM A VER COMIGO.

   Nos anos 30 o Oscar ajudava Hollywood a parecer culta. Sua política era premiar filmes que parecessem "alta cultura". Mas essa cultura era sempre pop, pra não dizer jeca. Se premiava filmes baseados em livros, em peças ou grandes biografias. Os atores vencedores eram aqueles que pareciam sérios. Por isso Erroll Flynn passou em branco.
  Nos anos 40 a politica era ser "politico". A esquerda de então, um tipo de jornalismo denunciativo, tomou o poder e foi tempo de filmes "sérios". Mesmo que religiosos. Como reação, nos anos 50, e até 1965, grandes produções tomaram a dianteira. Se premiava o tipo de filme longo, difícil de ser feito, caro, hiper glamuroso.
  A partir de 66 surge a nova Hollywood e a onda era parecer jovem. Filmes nervosos, filmes com final irônico, filmes amargos, filmes anti grande produção. Essa onda afunda mais ou menos em 1980, com o fracasso de bilheteria de seus diretores e a febre Spielberg-Lucas. Nos anos 80, esquisitos, se premia o filme grande que tenta fugir ao normal. Isso invade os anos 90, uma esquizofrenia que vai de Coração Valente à Amadeus.
  Pela primeira vez desde 1976 não vi o Oscar. E nem sei quem venceu ou perdeu. Isso porque pessoas como eu foram excluídas da festa. Mesmo sem ver a cerimônia, imagino que foi um tipo de convescote entre iguais celebrando uma diversidade falsa. Filmes bonzinhos e "de mensagem" devem ter vencido. Filmes "do mal" foram ignorados. Mal sabem eles que sua babaquice radical nada mais é que um tipo de espírito Disney. Bambi e Peter Pan em doses de Dumbo.
  Dessa politica eu estou totalmente fora.